quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Gero Camilo

Um dos atores mais freqüentes das telas nacionais, Gero canta, dança, dirige, produz e interpreta.

Dá pra contar uma história em tão pouco tempo de metragem?
Eu acho que dá porque a metáfora já é um mote para a história e a metáfora as vezes é uma palavra desde que tenha significante necessário dela em comunhão com o tempo, com a claridade e é isso que faz com que essa metáfora seja direta, então ela pode ser pequena ela pode ser enxuta necessariamente você não precisa fazer um longa-metragem pra você... tocar e dar a mensagem que você quer dar, você precisa de uma fotografia viva e um número de quadros necessários para que essa fotografia exista nessa comunicação artística que você quer com o espectador vai do teu ato criativo isso não é o tempo que determina é a obra que determina, ou seja, é a inspiração... claro que existe um molde, existe um gênero e nós sofremos muito isso, uma enxurralhada de gêneros nesse milênio então parece que tudo foi feito e nós resta o grande caos, a grande oficina dos gêneros, dos métodos já prontos, como dinamizar esses métodos, recriar, como fazer que o seu filme possa ser aceito sem ter o tempo de duração exigido por qualquer festival que seja? Você quanto cineasta vai ter a tua liberdade de expressar a sua obra pelo tempo que ela tem para existir não pelo molde que ela tem que se formar para existir quanto cinema.

Há diferença na preparação do ator para atuar num curta-metragem comparando-se na preparação quando você vai atuar no teatro, longa-metragem...
Tudo vai da necessidade da obra, a obra vai pedir, que vai exigir o tempo a se dedicar a ela... por exemplo... o nosso grupo a ‘Fuleragem Filmes’ nós já temos quatro curtas filmados e cada um tem o seu tempo de formação e todos... na verdade são três curtas e o outro é quase uma pílula que a gente chama... são as memórias para jogar no YouTube para criar outros caminhos da própria fotografia, do próprio cinema atual, moderno... os nossos curtas foram muito bem preparados, muito bem ensaiados. Nosso grupo pesquisa o digital e interessa pesquisar o digital e interessa pesquisar o teatro contemporâneo, ou seja, ele é o encontro de intenções diretas sobre estéticas e pra mim não interessa muito filmar o teatro de hoje num encontro com uma linguagem digital porque isso aproxima o próprio cinema de uma origem dele, ou seja, o cinema deixa de ter esse peso, essa estrutura e pode ser diluído no que é mais necessário que é na verdade a mensagem, o que você quer fazer com o cinema, o que você quer fotografar, e isso é muitas vezes é um trabalho... pode ser resumido num trabalho de ator com o olhar...

Qual é o grande barato do curta-metragem?
É... a possibilidade de transgredir... dele conseguir no próprio curta ele alimentar a fome de uma massa muito acostumada com um modelo, com um molde de cinema estabelecido há muito tempo mas que está precisando se refazer, se reformar na comunicação direta com o público desse tempo de 2007 e essa é a dificuldade e o curta ajuda, no sentido que quando bem feito, você pode compreender, você pode se alimentar por ele tanto quanto você se alimentaria no filme de três horas e meia.