quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Hermano Penna

Com seu primeiro longa-metragem, Sargento Getúlio (1983), foi premiado como melhor diretor no Festival de Locarno, na Suiça, e melhor filme em Gramado (RS).

Qual é a sua relação com o curta-metragem?
De profundo respeito. Apesar de não praticar o gênero, acredito que o curta está para o cinema assim como o conto está para a literatura. Alguns curtas foram fundamentais na minha compreensão do que é o cinema.

Você acha que dá para contar uma história em tão pouco tempo de metragem?
Sem dúvida. As telas, e telinhas, estão cheias da prova. Histórias são contadas em até 30 segundos, vide alguns comerciais, o que dizer então de dez a vinte minutos.

É possível ser um cineasta só de curta-metragem? Vemos que o curta é sempre um trampolim para fazer um longa...
É um desrespeito considerar o curta como mero trampolim. Cineastas importantes, no Brasil e no mundo, elegeram o curta como sua forma de expressão.

Qual é a importância histórica que o curta-metragem tem no cinema brasileiro?
Basta conhecer medianamente a história do cinema brasileiro para saber a importância de filmes como : "Couro de Gato" de Joaquim Pedro de Andrade; "Aruando" de Linduarte Noronha; "Arraial do Cabo" de Paulo César Sarraceni; "Cinco Vezes Favela" do CPC do Rio de Janeiro; "Klaxon" de Sérgio Santeiro; "Porto de Santos" de Aloysio Raulino; "Ilha das Flores" de Jorge Furtado.

O curta-metragem é marginalizado entre os próprios cineastas?
Não e não.

Pensa em dirigir um curta futuramente?
Infelizmente não tenho o dom da concisão necessária a gramática do curta. Gostaria muito de não ter essa limitação, o que fazer?