quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Phedra D. Córdoba

Phedra D. Córdoba atua no teatro paulistano. É um dos símbolos dos Satyros.

Conte um pouco da sua experiência com curta metragem
Eu já fiz documentários com Kiko Goifman que inclusive eu ia trazer o livro para demonstrar que eu não esperava que o Kiko fosse uma pessoa tão linda comigo, mas agora tem um outro curta que a Claudia, a esposa dele, vai fazer sobre a minha vida, e não sei o que eles vão abordar nesse curta, mas é um curta dramático, ele falou para mim.

Eu estou muito lisonjeada porque ultimamente minha carreira está indo de vento em polpa, sobretudo no cinema e os documentários curtos, eu acho que tenho 4, não posso te enumerar eles, já fiz tantos, que não sei qual. Tem um que veio aqui, pediu licença para o Rodolfo para assistir a peça, para eles gravarem a peça, na época a peça era “Transex”, então o que mais me marcou foi do Kiko, porque está muito bonito, o convite dele, o livro que ele fez, que se chama ‘Os artistas estrangeiros que triunfaram no Brasil’, são muitos artistas que não são brasileiros e que levantaram o teatro, o rádio e a televisão.

Qual é a sua opinião sobre o curta-metragem, é uma coisa que atrai você que é uma atriz mais de teatro, como é para você trabalhar com curta-metragem?
È uma experiência muito bonita, mas um pouco cansativa porque quase sempre os diretores estudaram cinema, estudaram direção de cinema, então quase todos me falam: isso aqui não é teatro é cinema, então as expressões nossas não podem ser tão radicais como no teatro, não podemos ter expressões para chegar para o público um pouco mais exagerado no cinema, então um gesto que você tiver nesses curtas, de exagerado fica cafona, então você tem que reprimir aquilo e ter uma dominância sobre você como profissional e sobre aquilo que o diretor está te mandando fazer, é muito cansativo, é lindo, mas é cansativo ouvir: não, não faça assim, não pode chorar assim porque isso é cinema, e você fica, olha posso me concentrar por favor, porque uma coisa é teatro e você esta falando que isso cinema, é diferente, então eu tenho que me concentrar e pensar no agora, câmera e fotografia, então ficar pensando, sempre peço licença, uma licencinha porque tenho que me concentrar pensar que não posso fazer um gesto dramático como no teatro.

Qual você acha que é o grande barato do curta-metragem?
Bom, eu acho que atualmente os cineastas, espero que façam curta-metragem como René Guerra que é maravilhoso e escolheu um elenco muito bom e forte, que seja visto pelos cinemas do Brasil, não só os longas, mas os curtas dramáticos, que sejam vistos no cinema, não só em determinados lugares como Espaço Unibanco. Teria que ser decidido que os empresários de cinema e as próprias pessoas que cultuam o cinema tratem que estes curtas vão para o cinema, e que as pessoas vejam esses curtas porque são maravilhosos, nós assistimos agora um pequeno festival de curtas e que tinham coisas divinas que o Brasil tem e que não é propaganda, e ninguém sabe, a mídia não pega, é necessário isso, eu sempre protesto.

Os Satyros devem enveredar para o cinema e levar essa linguagem revolucionária que vocês fazem no teatro, jogar também para o cinema, por exemplo?
È a idéia de Rodolfo Garcia Vázquez, que é um grande diretor, eu gosto muito dele, agora recebemos um troféu em ‘Inocência’, como a melhor peça do ano, foi muito gratificante da parte dele, quando entregaram o troféu ele preferiu que eu falasse e agradecesse o troféu, foi muito lindo. Ele é maravilhoso como diretor, anteontem eu fiquei muito assombrada como ele, diretor de teatro, soube se encaixar em um teleteatro para televisão, ele está de parabéns, e espero que tenha a idéia futuramente de fazer um longa, Deus queira que ajude a todos nós. Você vê o que você acaba de falar para mim, teatro dentro do cinema, como eu já te disse, é diferente, não é a mesma coisa, não são as mesmas expressões e um pouquinho mais curtinho os textos, o texto às vezes, os diretores preferem que você faça expressão corporal e não voz, porque aqui é no rosto, nas mãos, no corpo todo, que dá o destaque do cinema, que eu dá uma imagem muito bonita e que eu estou aprendendo agora, mais que há anos atrás mas agora com esses cineastas brasileiros não é assim, agente aprende viu.