terça-feira, 19 de julho de 2011

Fernando Sanches



Fernando iniciou sua carreira como supervisor de pós-produção e efeitos na Casablanca Finish e Conspiração. Como diretor de cena, já passou pela Dínamo e Prodigo Films, com trabalhos para agências como DM9, África, DPZ, AlmapBBDO, McCann-Erickson e Leo Burnet. Seu trabalho tem como característica a busca por novas linguagens estéticas e narrativas, e a utilização consciente da pós-produção como ferramenta ativa na concepção de seus filmes.

Qual é a importância histórica que o curta-metragem tem no cinema brasileiro?
Não sei bem a importância histórica, mas sei que é um ótimo meio de se começar a filmar, curtas e vídeo clipes são a porta de entrada para cineastas no cenário do cinema.

Por que os curtas não têm espaço em críticas de jornais e atenção da mídia em geral?
O curta não é um produto comercial, não se ganha dinheiro com ele, logo, não recebe tanta atenção nos veículos de massa, mas na mídia segmentada acho que o curta tem um bom espaço.

Na sua opinião, como deveria ser a exibição dos curtas para atingir mais público?
Acredito que hoje em dia, a internet seja o melhor meio de divulgação para curtas, através de divulgação espontânea em redes sociais e blogs, assiste quem realmente está interessado, sem sair de casa e nem pagar nada por isso.

É possível ser um cineasta só de curta-metragem? Vemos que o curta é sempre um trampolim para fazer um longa...
Pra mim a relação do curta e do longa é como a do romance e do conto, não podemos enxergar um curta como um mini longa, são dois formatos distintos com linguagens diferentes, se o cineasta tiver outro tipo de renda, ele pode viver sim fazendo apenas curta-metragens.

O curta-metragem é marginalizado entre os próprios cineastas?
De jeito nenhum, o que acontece geralmente é que é tão trabalhoso fazer um curta, e não vem nenhuma recompensa monetária depois, que os cineastas que conseguem passar para o longa, não tem tempo nem disposição de voltar a fazer curtas.

Pensa em dirigir um curta futuramente?
Fiz o meu primeiro, o "Landau 66" em 2008, e estou desenvolvendo o meu segundo "10 de espadas" baseada na HQ de Lourenço Mutarelli "Meu primeiro amor".E também estou escrevendo o roteiro do meu primeiro longa "3 Vezes no inferno" e dirigindo publicidade e vídeo clipe nesse meio tempo.