terça-feira, 31 de janeiro de 2012

EU CURTO - Kassandra Speltri

“Quando você crescer, as penas de suas asas vão cair, até que você perca pra sempre a capacidade que tem de voar.”

O que eu ando ensinando pro meu filho… eu o incentivo o suficiente? Será que já falei pra ele o quanto ele é um cara especial tantas vezes quanto ele merece ouvir? Será que eu falei pra ele hoje que sem ele não seria possível ou não teria a menor graça a ponto de não ser nem necessária a existência? Falei que por ele eu sou com certeza absoluta uma pessoa melhor a cada dia ou que eu faço meu melhor e por isso já vale a pena? Será que eu percebo todos os potenciais dele?

Que será que eu ensinei hoje… ou desensinei… deseduquei… desestruturei… nele ou em mim?
Tantas teorias e opiniões, tantos caminhos e escolhas.

Será mesmo que a gente tira pena por pena a cada dia que passa de uma criança? Talvez…
O tempo todo a gente tem que se adequar, alinhar, entrar nos eixos da sociedade que nos impõe obediência total ou a exclusão social, você pode escolher!

Ser alguém em quem não se pode confiar simplesmente por não saber quem se é ou o que se quer de verdade. Porque a falta de escolha gera frustração e disso tenho vergonha, tenho medo da frustração, não a quero dentro da minha casa.

Então vou ensinar pro meu filho a não se envergonhar de si próprio em prol de um sistema que nunca está do lado dele, porque eu como mãe e desobediente social ensino pro meu filho que a gente deve ser aquilo que se quer, porque independente disso as sociedades vão continuar se digladiando, as pessoas vão continuar se denegrindo e se menosprezando como se isso os fizesse mais poderosos ou melhores, eu ensino pra ele que não precisa ser o melhor, ensino que ele tem que se sentir pleno independente do que o mundo quer pra ele, porque existem dois mundos: o interior racional e o exterior e abstrato, aquele lunático que nos tira da realidade que deveria ser absoluta, impenetrável mas sempre mutável.

Acredito que isso de se ser exatamente o que se quer e sente, evitaria esse progresso desmedido que cresce em disparada, porque se busca fora o que se deve ser preenchido de dentro pra fora.
Não vou fazê-lo cometer a barbárie de se auto regulamentar pra se enquadrar.

Existe! Tem que existir uma facção de pessoas disposta a ganhar força sustentável, pra amadurecer sustentavelmente sem canibalismo e autofagia. Deve existir gente que não precisa controlar o próximo, como se viver a própria vida não fosse suficiente pra suprir as próprias necessidades, como se tivessem o direito de manter o próximo em estado cerebral vegetativo e controlado, obediente.

Cansei de tantas mentiras, cansei de ver tanta gente fingida, eu olho pra algumas pessoas não sei dizer muito bem o que sinto, se tristeza ou raiva, tanta prepotência… eu posso abrir uma janela onde eu bem entender e não vou me importar com a segurança de ninguém porque a minha vida, o meu dinheiro e a minha ganância são muito mais importantes do que a minha ou a sua própria vida.

Se pensar diferente disso é ser fraco, eu prefiro morrer assim, com a certeza de que sou plena, justa (dentro do meu parâmetro marginal de justiça), e verdadeira comigo e com as pessoas que me cercam.

Enfim… não sei se certo ou errado, mas quero que meu filho aprenda a ser fiel com ele mesmo, pra nunca, jamais sentir vontade de controlar quem quer que seja, vou ensinar o amor livre, aquele incondicional onde a gente acolhe e não julga, porque viver assim é bem mais gostoso!
Gostei muito de assistir “Raízes e asas” do Renato Cabral e Luis Felipe Pimenta, que me fez sentir a sensação de liberdade que tanto amo com imagens lindas, me fez lembrar que eu amo o fato de não ter matado a minha criança interior, aquela que me deixa suportar o peso das pequenas coisas e que me faz enxergar a beleza da vida! Quero meu filho assim, feliz sempre, pra conhecer pessoas encantadoras e se encantar o tempo todo. Obrigada a equipe desse filme por me fazer sentir tudo isso!

http://www.youtube.com/watch?v=P-nqKOMzUHg

Kassandra Speltri é atriz, dramaturga, diretora, artista plástica e colunista do blog ‘Os Curtos Filmes’.

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Cininha de Paula

Cininha é atriz e diretora. Dirigiu as novelas ‘Aquele Beijo’, ‘Cobras e Lagartos’ e ‘Salsa e Merengue’. Dirigiu também diversas séries na TV Globo, como ‘Toma Lá, Dá Cá’, ‘Sítio do Picapau Amarelo’, entre outros.


O que te faz (ou faria) aceitar participar de uma produção em curta-metragem?
Aceitaria participar pela experiência, o exercício da profissão é muito importante, estar on training nos torna nos artistas cada vez melhores, é claro que o roteiro do filme é muito importante nesta decisão.

Por que os curtas não tem espaço em críticas de jornais e atenção da mídia em geral?
Não sei esta seria uma pergunta pra mídia, talvez eles achem uma arte menor pois computam não a criatividade, nem a dificuldade de contar uma historia interessante em pouco tempo, mas sim somente o tempo.

Como deveria ser a exibição de curtas para atrair mais público?
Talvez, seria necessária uma exibição na TV aberta, para que estimulasse os patrocinadores, e desse visibilidade para os realizadores(produtores, roteiristas, diretores e elenco), não só ficarem confinados aos festivais de cinema ou então antes dos trailers no cinema, realmente não sei.

É possível ser um cineasta só de curta-metragem? Vemos que o curta é sempre um trampolim para fazer um longa...
Não pois acho que o desejo dos curtametragistas será sempre ser o filme maker de um longa.

O curta-metragem é marginalizado entre os próprios cineastas?
Não penso assim, pois os curtas são vistos com muito carinho sempre.

Você dirige e produz séries para a televisão. Como é trabalhar com a síntese?
Trabalhar com síntese é muito difícil, acho as vezes quando tenho que cortar um produto que esta fora do tempo muito complicado.

Pensa em dirigir um curta futuramente?
Sem duvida farei isto em janeiro, para logo em seguida fazer meu longa.

Qual é o seu próximo projeto?
Depende da área, no teatro um musical com quatro atrizes que fala da menopausa, no cinema um longa chamado ‘5 estrelas’ , na TV uma novela.

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Cindy Mendes

Cindy Mendes: atriz, cantora e compositora. No cinema foi uma das quatro protagonistas do Filme “Antônia” da diretora Tata Amaral. Na televisão, novamente como uma das protagonistas, integrou a minissérie “Antônia” exibida pela Rede Globo.


O que te faz aceitar participar de uma produção em curta-metragem?
Sou artista e meu proposito é fazer arte e vivenciá-la em todas as suas manifestações. Penso ser o curta metragem uma honesta e original manifestação artística. Honesta do ponto de vista em que, na maioria das vezes, o foco da produção de um curta está em fazer um bom trabalho, uma obra de arte. Não apenas pensando em bilheteria, nos mesmo atores famosos de sempre, num mesmo tema extremamente popular para atrair a atenção da mídia etc.

Você sente alguma diferença de satisfação profissional entre fazer cinema, teatro e TV?
Penso serem experiências diferentes e que todas têm muito a me oferecer no crescimento como atriz. Logo, me satisfaz atuar em todas as áreas das artes cênicas.

Por que os curtas não tem espaço em críticas de jornais e atenção da mídia em geral?

São vários os motivos. Menciono primeiro o que disse anteriormente quanto ao fato de que o curta metragem, muitas vezes, tenha maior compromisso com a manifestação artística e a arte em si. Isso pode levar a um distanciamento de certos gostos mais pop, que corresponde a um setor imenso da população, chamado “minoria” sendo “maioria”. Faz tempo que a grande mídia tem se dedicado a essa “minoria” majoritária, se aproximando do que ela gosta e se distanciando do que lhe é estranho. Essa falta de divulgação determina a falta de conhecimento do próprio público potencial do curta metragem quanto à sua existência. Em síntese: sem demanda, não há mídia. Mas, também, o formato dos programas de televisão, que não prevê eventos de duração mínima quanto à do curta.

Como deveria ser a exibição de curtas para atrair mais público?

Para começar as mostras e festivais poderiam ter maior divulgação. Mas, não terão se não houver um motivo especial, novo. Sem ele a mídia continuará na manutenção da forma como se tem comportado e que já mencionei anteriormente. Um motivo novo seria o uso de Leis de Incentivo Fiscal para atrair grandes marcas patrocinadoras dos curta metragens. Assim, essas próprias marcas passariam a criar novos espaços de divulgação. Um bom exemplo, seria se conseguir um espaço especial na tv aberta.

Considera o curta-metragem um trampolim para fazer um longa?

Sim. Como também o longa pode ser um trampolim para se fazer um bom curta. Porém, fazer um bom curta metragem é, sem duvida, uma tarefa bastante difícil, já que a idéia é um “mini filme” com começo, meio e fim. É essencial ser sintético, sem perder nada. Penso que seja mais fácil partir de um curta para um longa do que de um longa para curta. É uma ótima experiência, tanto para diretores e equipe, quanto para atores.

Dá para o cinema nacional sobreviver sem subsídios?

Sim, falta informação. Já falei de Leis de Incentivo Cultural que permitem barganha de imposto devido com projetos culturais. O atual modelo do Capitalismo: o Neoliberal não prevê mais a participação ativa do Estado em setores que ele entende como da iniciativa privada. Assim, é utopia pensar em subsídio do Estado à arte em qualquer setor ou forma.

O que é necessário para vencer no cinema?

Informação, não ter medo de trabalhar duro, talento e amor pelo que se faz.

Pensa em dirigir um curta futuramente?

Não. No futuro, talvez. E, quando penso em dirigir, é porque estaria numa posição mais protegida do que na de atriz na qual me encontro. Aliás, o ator é a parte mais frágil nessa história. Se estuda, se investe e, invariavelmente, se está condicionado ao teste, ao arbítrio de terceiros. Todos os demais profissionais do cinema têm posições profissionais mais garantidas. Por exemplo: um bom câmera man é requisitado pelo fato de ser um bom câmera man. Dificilmente fica sem trabalho. O bom ator, por não ter participado da última novela, pode perder o trabalho para outro de desempenho inferior que nela estava.

Qual é o seu próximo projeto?

Em breve estarei em cartaz no Teatro Frei Caneca, com um show de homenagem a Ella Fitzgerald. Obviamente, estarei usando meus atributos e conhecimentos de cantora, para interpretar, junto a meu quarteto de músicos na formação de piano, baixo, bateria e guitarra, temas de jazz do repertório desta grande diva do jazz. A direção e produção é do diretor e ator Sebah Vieira.

Marcelo Vindicatto

Marcelo é roteirista e possui uma estreita parceria com Selton Mello. Trabalharam juntos no programa ‘Tarja Preta’ no Canal Brasil e escreveu o roteiro de seus dois longas, ‘Feliz Natal’ e ‘O Palahaço’.


O que te faz aceitar participar de uma produção em curta-metragem?
Aceitar um trabalho, seja ele qual for, envolve muitas coisas. Gosto de trabalhar com pessoas inteligentes, que têm ideias claras e sabem viabilizar um projeto. Se houver, ainda, uma boa relação pessoal com os realizadores, a coisa flui.

Você sente alguma diferença de satisfação profissional entre fazer cinema, teatro e TV? A satisfação profissional está em fazer coisa BOA. O que é coisa boa? Algo que te faça acreditar, que dê um frio na barriga, te faça ser criança de novo. Eu AMO cinema, mas prefiro trabalhar com um bom produto na internet do que com um filme que eu não goste.

Por que os curtas não tem espaço em críticas de jornais e atenção da mídia em geral?
Não sei, talvez seja o formato que não se encaixa nos padrões, não vende. Vivemos tempos feios, falsos conceitos são apregoados e atrapalham muito. Pelo menos é assim que eu vejo. Mas os realizadores de curta não devem desanimar. Se o seu projeto é bom, filme. Se o filme for bom ele será visto e valorizado, mesmo que no restrito circuito dos festivais.

Como deveria ser a exibição de curtas para atrair mais público?
Internet é básico. Também tinha que passar na televisão, temos canais da tevê paga onde veiculam programas que até DEUS duvida. O espaço está lá, mas os diretores de programação estão preocupados apenas em vender anúncios. Não é culpa deles, as exigências vêm de cima, e são sempre mais e mais voltadas para o mercado, quer dizer, dinheiro. No meu entender deveria haver uma mudança radical de conceito, de base. Pensemos.

Considera o curta-metragem um trampolim para fazer um longa?
Sim. No Brasil, e acho que no mundo inteiro, é o que se vê. Não que eu concorde, mas está estabelecido assim. Vamos concordar que realizar um longa não é para qualquer um.

Como analisa a produção de roteiros no cinema brasileiro?
Está melhorando.

Quais roteiristas do passado e do presente você destaca para acompanharmos seus respectivos trabalhos?
Robert Towne, Paddy Chaiefsky, Dalton Trumbo, Paul Schrader, Quentin Tarantino, Nora ephron, Aaron Sorkyn, Bráulio Mantovanni, Kaufman, tem um monte!

Dá para o cinema nacional sobreviver sem subsídios?
Por enquanto não, mas deve-se planejar para que seja possível no futuro.

O que é necessário para vencer no cinema?
Se alguém souber me diga, ainda procuro essa resposta. Na falta dela fico com o trabalho duro.

Pensa em dirigir um curta futuramente?
Sim, mas um roteirista vive a sonhar, também gostaria de dirigir um longa, especiais de tevê, webséries, por enquanto sigo apenas escrevendo e tentando inspirar realizadores.

Qual é o seu próximo projeto?
O Andrucha Waddington está rodando agora ‘Os Penetras’, que deve ser lançado ainda em 2012. Tem um monte de coisa rolando, mas não posso dizer até que se concretizem.

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Fernando Muylaert


Fernando é formado em Rádio e TV pela FAAP e em teatro pela Oficina de Atores Nilton Travesso, Muylaert trabalhou em diversas produtoras de vídeo fazendo de tudo um pouco: editor, câmera e produção.


O que te faz aceitar participar de uma produção em curta-metragem?
O curta metragem é uma ótima oportunidade de experimentar novas formas de contar uma história, É a melhor maneira de se aprender a fazer cinema, de fazer um bom trabalho em um curto período. Se o roteiro é bacana, ousado, divertido com certeza, tendo tempo, eu estarei no projeto.

Por que os curtas não tem espaço em críticas de jornais e atenção da mídia em geral?
Porque estão fora do circuito comercial. Isso muda quando existe um festival de cinema e quando algum curta é premiado, ai sim, terá o seu espaço garantido.

Como deveria ser a exibição de curtas para atrair mais público?
Os festivais ainda são a melhor forma. Ou juntando cineastas com um tema em comum, que transformem os curtas em longa,tendo algum ponto incomum e atraindo o público com um produto divertido e bem feito.

É possível ser um cineasta só de curta-metragem? Vemos que o curta é sempre um trampolim para fazer um longa...
É possível se você tiver outra profissão.
O curta é o começo, é a escola para fazer cinema, com o digital ficou muito mais possível filmar a baixo custo.

O curta-metragem é marginalizado entre os próprios cineastas?
Eu nunca soube disso. Os cineastas provavelmente começaram fazendo um curta ou publicidade.

Pensa em dirigir um curta futuramente?
Tenho alguns roteiros e estou tentando fechar a produção para filmar sim.

Qual é o seu próximo projeto?
Estou trabalhando em um projeto maluco para a Internet, devo filmar alguns curtas neste ano e atuar em novos projetos para televisão. Mas estou sempre aberto para analisar e participar de curtas divertidos e malucos. Esse ano a produtora andou ocupada fazendo projetos especiais para web, que é outro importante espaço para difusão dos trabalhos. Se o curta for bom, com certeza, a Internet é uma ótima parceira para a difusão do trabalho.

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Silvia Lourenço

Silvia é atriz. Em 2004 estreou nos cinemas em ‘Contra Todos’. Pela estreia no cinema, Silvia Lourenço ganhou nove prêmios, inclusive o de Melhor Atriz no Festival do Rio daquele ano. Durante este meio-tempo, a atriz atuou na série de TV ‘Alice’, no longa ‘Não Por Acaso’ e viveu uma perturbadora drogada em ‘O Cheiro do Ralo’.


O que te faz aceitar participar de uma produção em curta-metragem?
Seja no formato curta ou longa metragem, os principais fatores que me levam a considerar um projeto são: A qualidade do roteiro, minha admiração pelo diretor e/ou equipe envolvida, além do cachê, claro.

Por que os curtas não tem espaço em críticas de jornais e atenção da mídia em geral?
Fora o "Curtas - Petrobrás' que costuma passar no Espaço Unibanco antes dos longas, de fato, o publico só pode ver os filmes em festivais, mas acho que é assim no mundo todo e por uma questão de mercado mesmo, esse formato é muito pouco rentável em termos de comercialização, então se pensa nele "apenas", como uma forma de expressão artística e não como produto.

Como deveria ser a exibição de curtas para atrair mais público?
Acho que podiam exibir mais curtam antes de longas, assim eles estariam sempre pelo circuito...

É possível ser um cineasta só de curta-metragem? Vemos que o curta é sempre um trampolim para fazer um longa...
Claro que é possível! Só não sei se seria rentável... O formato curta tem suas qualidades em si, não deveria jamais ser encarado apenas como ensaio para fazer um longa...

O curta-metragem é marginalizado entre os próprios cineastas?
Não acho que curta seja marginalizado não, nem um pouco...

Pensa em dirigir um curta futuramente?
Já dirigi um documentário chamado ‘Under The Skin’ dentro de um projeto com 12 curtas reunidos chamado ‘Fucking Different São Paulo’, curti a experiência, mas gosto mesmo é de atuar e escrever roteiros...

Qual é o seu próximo projeto?
Tô me dedicando mais a teatro esse ano... Estava com a peça ‘As Meninas’, desde o ano passado e agora acabei de estrear o espetáculo ‘A Pantera’, tá bom demais! Mas também filmei muito, fiz a série ‘Bipolar’ atualmente no ar pelo Canal Brasil, fiz um telefilme para HBO especial ‘Alice’, além do longa ‘Amor?’ dirigido por João Jardim, que deve estrear no fim desse ano... Então pretendo continuar com a peça e quem sabe filmar mais um pouco, mas ainda é cedo pra dizer em que projetos estarei...

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Paulo Goulart Filho

Paulo trabalhou em diversos musicais no teatro, como ‘Não Fuja da Raia’ e ‘Cabaret’. Participou de inúmeras novelas, entre elas ‘Uma Rosa com Amor (SBT). Seu último trabalho no cinema foi em ‘Bezerra de Menezes – O diário de um Espirito’.



O que te faz aceitar participar de uma produção em curta-metragem?
Uma série de motivos: Primeiro o roteiro, depois meu personagem e por fim quem será o diretor e o produtor.

Por que os curtas não tem espaço em críticas de jornais e atenção da mídia em geral?

Por que, infelizmente, a mídia em geral só se interessa em projetos e produções de grande escala, com apelo comercial e nomes famosos, esquecendo, muitas vezes da qualidade artística e social que um curta-metragem pode oferecer.

Como deveria ser a exibição de curtas para atrair mais público?
Eu sou do tempo em que sempre antes da exibição de um longa-metragem exibiam um curta, penso que é uma boa estratégia para que o público tenha acesso às produções de curtas, além de festivais e mostras.

É possível ser um cineasta só de curta-metragem? Vemos que o curta é sempre um trampolim para fazer um longa...

Acho muito difícil sobreviver só de curta-metragem e penso que realmente é uma excelente experiência para se fazer um longa na sequência da carreira de um cineasta.

O curta-metragem é marginalizado entre os próprios cineastas?

Não tenho conhecimento suficiente do meio cinematográfico para fazer esta afirmação.

Pensa em dirigir um curta futuramente?
Não penso nisso no momento, estou muito mais ligado na área de atuação como ator do que como diretor, mas como dirijo teatro talvez mais pra frente tenha interesse em dirigir sim, e para isso precisarei me preparar e estudar.

Qual é o seu próximo projeto?
Coordeno o projeto "Teatro nas Universidades" e tenho projetos para televisão, em cinema fiz uma participação no filme "As mães de Chico" que deverá ser lançado até o final do ano.

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Maísa Magalhães

Maísa Magalhães é uma atriz brasileira que vem ganhando destaque no cinema nacional .Natural de Mogi Mirim/SP e mora na cidade de São Paulo desde 2006, quando se profissionalizou atriz. Maísa já iniciou a carreira no cinema,sendo seu primeiro trabalho a participação no longa-metragem ‘Sem Fio’. Logo depois estrelou no filme ‘Rota Comando’,ganhando o prêmio de "Atriz Revelação 2009" - pela Primax Internacional - por sua atuação.Recentemente atuou nos longas "Alguém Qualquer " e "Desalmados-aleluia, salvação e glória", a serem lançados em 2012. Em breve inicia também as gravações do "Rota Comando 2".



O que te faz aceitar participar de uma produção em curta-metragem?
Analiso a equipe toda (diretor,fotografia,produção...) ,se a história é boa e quanto posso desenvolver o personagem.

Você sente alguma diferença de satisfação profissional entre fazer cinema, teatro e TV?
Eu amo qualquer um dos três,mas talvez tenha uma paixão maior pelo cinema.

Por que os curtas não tem espaço em críticas de jornais e atenção da mídia em geral?
Eu acredito que a mídia dá maior importância ao que vai mais de encontro ao mercado lucrativo, isso é: Longas que envolvem grandes patrocinadores ,Peças de teatro com atores "famosos" ou Televisão. Os curtas acabaram ficando somente em festivais, o que acho uma pena,pois muitos são tão bem desenvolvidos como um longa.

Como deveria ser a exibição de curtas para atrair mais público?
Talvez com a proposta de ser uma prévia de um longa, que geralmente é o que atrai o público.

Considera o curta-metragem um trampolim para fazer um longa?
Nem sempre vêem assim, mas eu acredito sim, tanto para os atores como para o diretor e equipe.

Dá para o cinema nacional sobreviver sem subsídios?
Sabemos que sem subsídios é quase impossível. Participo com freqüência de produções nacionais independentes e vejo as dificuldades com cada detalhe, porque tudo envolve dinheiro. E cada vez que é necessário buscar apoios, patrocínios e mesmo editais,é uma dificuldade atrás da outra.

O que é necessário para vencer no cinema?
Acredito sempre na equipe, de nada adianta ser uma atriz muito boa se a equipe do filme não te valoriza, ou vice versa. É preciso ter paciência também, porque no cinema pode ter mais contratempos que em televisão e teatro, principalmente dependendo das locações. Então um filme que é previsto ser gravado em 1 mês pode demorar bem mais.E como atriz,é preciso se apaixonar pelo seu personagem,para conseguir passar a verdade no olhar que o cinema tanto pede.

Pensa em dirigir um curta futuramente?
Penso sim. Mas ainda é uma idéia bem futura.

Qual é o seu próximo projeto?
No primeiro semestre gravo minha primeira comédia romântica (longa metragem), fazendo par com o ator Ulysses Ferraz. No segundo semestre há previsão de gravar o Rota Comando 2,de Elias Jr.

domingo, 15 de janeiro de 2012

Chico Diaz

Chico Diaz é ator, participou de curtas como ‘Cachaça’, ‘Um Sentimento Bélico para as coisas Belas’, ‘De Sentinela’, ‘Mal Star’, entre outros.


O que te faz aceitar participar de uma produção em curta-metragem?
A ideia, o personagem,a situação,o desafio,o diretor...o salto possível.

Por que os curtas não tem espaço em críticas de jornais e atenção da mídia em geral?

Não é questão são dos curtas,os nossos longas também sofrem esse problema,mais ainda os de cunho autoral,tão importantes para a reflexão e pensamento do audiovisual brasileiro.Estamos vivendo momentos terríveis de um pensamento apenas mercadológico e bilheterista e assim a imprensa vai atrás.A estética,a reflexão,o experimentalismo ,o arrojo não são bem vistos pela grande mídia.

Como deveria ser a exibição de curtas para atrair mais público?

Se lançarem como longas,talvez em produtos contendo 5 ou mais filmes.Só assim poderiam ter força para arrecadar $$$ para campanhas publicitárias mais consistentes.Não acho que o curta ,por si atraia publico.O Publico.leia-se governos,é que deveriam atrair os curtas.

É possível ser um cineasta só de curta-metragem? Vemos que o curta é sempre um trampolim para fazer um longa...
Acho difícil qualquer curta metragista não ter ambições de um longa..É a complementação natural da carreira,até para inserir se melhor no mercado.Depois o curta é o lugar perfeito para a experimentação , aprendizado e desenvolvimento de linguagem e estética.

O curta-metragem é marginalizado entre os próprios cineastas?
Não,de forma alguma.

Pensa em dirigir um curta futuramente?
Sim, sim, adoraria... tenho alguns projetos... mas ainda não consegui a produtora certa que me organize e discipline de forma a conseguir.Já entrei em alguns editais mas ate agora nada.Estou á espera da oportunidade.

Qual é o seu próximo projeto?
No teatro "A Lua vem da Ásia" e quem sabe filmá-lo, porque não?

sábado, 14 de janeiro de 2012

5 Estrelas da Boca: Fim


Agradeço a todas as pessoas que acompanharam ao longo dessas duas últimas semanas a série ‘5 Estrelas da Boca’ contando um pouco da trajetória da atriz Eni Helena Novakoski.

No próximo ano outra atriz será retratada.

A partir da próxima semana passo a contar com a colaboração da atriz Wanessa Rudmer, que irá escrever artigos mensais para o blog. Eni atualmente ministra aulas de inglês em sua própria escola, a VIP INGLES CONVERSAÇÃO. Quem quiser entrar em contato com ela, navegue no site: www.cursodeinglesamericano.com.br

Rafael Spaca.


5 Estrelas da Boca: Eni Helena Novakoski





Prova documental da beleza e sensualidade de Enny.

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

5 Estrelas da Boca: Eni Helena Novakoski




Em Las Vegas à noite. Coisa Linda! 30/08/83.


Enny estrelando mais uma campanha publicitária. Para estes clientes eu também fazia feiras e coquetéis!
Na minha antiga fazenda.

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

BISTURI - Rejane K. Arruda

"Brando, Pacino, Strasberg: testemunhos da diversidade em uma atuação realista"

Quando pensamos "ator", entramos em um complexo terreno de debates. Evidencia-se uma oposição fundamental, construída na história do cinema. Uma espécie de cinema que dialoga com Meyerhold e Brecht - onde a ênfase se encontra no desenho do corpo do ator. Neste cinema, muitas vezes o diretor se serve de um "rosto-máquina” para, a partir das suas marcas, evocar signos; ou de um "modelo" (Bresson), a ser moldado por uma coreografia; ou, ainda, o corpo do ator se torna um suporte plástico para inscrever uma idéia no discurso fílmico (Eiseisten). Já um cinema chamado realista - ou naturalista (Lumet, 1975) - necessita, principalmente, da identificação de um indivíduo imerso no seu cotidiano para dar conta da “mimese de uma realidade“. São abordagens diferentes do trabalho do ator.

Seria preciso ver a quê os cineastas estavam respondendo quando formularam suas teorias. É o que faz, por exemplo, Jacqueline Nacache em "El ator de cine", nos oferecendo rico material para pensar a arte da atuação no cinema. Se, por um lado, (acredito) a estrutura do trabalho do ator se mantém mesma, por outro, os procedimentos são outros e, por conseqüência, as resultantes. O caráter mimético do realismo exige a construção de ações cotidianas e uma espécie de "sujeira formal". É interessante pensar que, quando se filma alguém, o “humano” não está dado de antemão; ele é construído. É interessante, também, pensar o que muda para o ator não apenas nas diferentes estéticas, mas nas variações dentro de uma mesma estética. É o que podemos observar em uma trilogia como "O Poderoso Chefão" (Coppola, 1972, 1974, 1990), por exemplo. À la Actors Studio, pelo menos três estilos diferentes: Brando, Pacino e Strasberg.

O nosso foco de interesse está na construção do trabalho de um ator. No entanto, a criação (no cinema) não é uma atividade pedagógica. Em entrevistas com Pacino ou Brando, dificilmente ouviremos uma sistematização sobre o trabalho. Quem o faz são Strasberg ou Adler - professores. Isto porque o campo da criação é, por princípio, nebuloso. Não é uma matemática. Trata-se de fazer apostas, provocar o corpo, deixar que surjam resultantes nem sempre calculadas. Apesar disto, trabalhamos uma hipótese: o que ocorre em aula - e Brando e Pacino tiveram uma formação - é assimilado e diluído (agora) em criações múltiplas, que implicam contextos diversos.
Adler e Strasberg trazem duas versões de treinamento. No trabalho de Brando em "Sindicato de Ladrões" (Kazan, 1954) - que lhe valeu o Oscar - percebemos um princípio de Adler: uma série de ações físicas (ou, como ela diz, "atividades") enquanto se "vive" o percurso da personagem. Neste caso, ele é o ex-lutador Terry Malloy, envolvido em um crime no porto, onde vive com os demais estivadores. A atuação de Brando é como um documento deste princípio.

Após retornar de sua experiência com Stanislavski em Paris, Adler preconizava que o ator deveria "viver circunstâncias" ao invés de "se emocionar". É preciso dizer a partir de que meios ele consegue isto. Toda a ênfase recai sobre as ações cotidianas e a sua relação com um entorno. Um testemunho disto: ao conversar com Edie Doyle (Eva Marie Saint), Brando brinca com a luvinha que tem nas mãos. As palavras, então, sem receber qualquer ênfase, escorregam, encontrando livre acesso para a incidência no corpo. Trata-se de um princípio (brilhantemente sistematizado por Spolin): a atenção é desviada. Como se trata de realismo, estas são ações cotidianas, que evocam a relação do personagem com o entorno (já no que chamamos "teatro físico", por exemplo, seriam outras as modalidades de ação).

Observamos outros exemplos. Assim que termina de contar o dinheiro - enquanto é pressionado pelos capangas de Johnny Friendly (Lee J. Cobb) e em uma ação paralela que divide o foco de atenção - Brando brinca com as bolas de biliar. Ao saber da morte do irmão, apóia a mão na parede. Isto se dá à luz do que Adler, ao proporma "situação paralela", destaca. A imagem de uma situação já vivida pelo ator, que implica a tão citada "memória emotiva" (Stanislavski) pode ser utilizada. No entanto, é na ação física, constituída no momento passado, que o ator foca (e não na repetição da emoção que esta implicava). Isto implica um "não over-acting" preconizado por esta escola de atuação - em oposição ao melodrama (de maneira que se percebe que a diferença de procedimentos implica a diferença nas resultantes).
Se, na medida em que "o foco é desviado" (Spolin, 1992) a emoção tem acesso ao corpo, em Adler este corpo é ocupado por ações transversais, cotidianas, que determinam uma plástica diferente daquele de Eiseinstein, Meyerhold, Brecht - ou mesmo Bresson, Eustache e Kaurismäki (Nacache, 2006). As ações, em Brando, implicam uma mimesis do cotidiano do porto (e os seus indivíduos, que tentam se safar dos conflitos) bem aos moldes de um realismo.

A célebre dicotomia "realismo x formalismo" implica que a plástica da mimese de um cotidiano se opõe a esta outra plástica, cuja ênfase está no desenho abstrato do movimento. Segundo o discurso da crítica, o desenho do corpo no segundo caso implica uma abstração ou uma idéia, enquanto o realismo implica a mimese. A pergunta, então, seria: há também idéia ou abstração implicada neste tipo de plasticidade que vemos em Brando? Não nos ocupamos da resposta, pois o que nos interessa é a estrutura do trabalho do ator, que implica de qualquer forma "uma plástica", por sua vez determinada por materiais diferentes que entram em foco.

Se Brando "puxa a sardinha para a construção de um corpo cotidiano", Strasberg, como o mafioso Hyman Roth em "O Poderoso Chefão II" (Coppola, 1974), nos oferece um documento sobre o seu método de atuação. Em uma mesma escola, diferentes estilos. Stanislavski dizia que o ator deveria inventar o próprio método - que este deveria ser "pessoal". Nada mais justo, já que se trata de uma construção que implica os significantes particulares de cada um. Toda a ênfase de Strasberg está no "relaxamento". E é com verdadeira obcessão que ele se entrega a uma sistematização passível de transmissão. No entanto, é possível observar o quanto esta se relaciona com a sua própria maneira de atuar, testemunhada de forma magistral em "O Poderoso Chefão II".

Na sua primeira aparição - a conversa com Michel Corleone (Al Pacino), encontro de mafiosos que, com outras escolhas, resultaria em uma atmosfera tensa - Strasberg descansa a perna no braço da poltrona. Transmite, neste momento, um "é como se estivesse em casa" não sem certo traço de assombro, pois ele é extremo. As escolhas de Pacino são outras: nos dois primeiros "Chefões", o corpo ereto e a imobilidade do rosto, o grito dos olhos. É um registro oposto ao de Strasberg, onde o relaxamento é o ponto zero de onde explodem as erupções de energia.

Vê-se procedimentos diferentes e uma estrutura da prática. A idéia de relaxamento entra no foco de atenção do ator (Adler, 2010), implicando uma plasticidade singular do corpo - assim como as minúsculas ações cotidianas de Brando ou um elemento interno que Al Pacino traz em segredo. Em entrevista no "Inside Actor's Studio", Al Pacino aconselha: "Ponham questões, mas não respondam". E, testemunhando o seu trabalho: "Eu não sabia de onde Michel Corleone vinha"; "O que o faria querer a redenção?"; "Eu não sabia o que fazia". Levando-se em conta outras falas (making-off de "Um Dia de Cão") observamos que, nesta fase, fundamentalmente, ele se apoiava em elementos internos (por exemplo estas "questões"). Apropriando-se de materiais do próprio contexto - "Sou sempre eu fazendo" (Pacino, 2006) - deixava-se levar pelas resultantes.

Em uma das cenas de "Um Dia de Cão" (Lumet, 1975), Pacino explode no telefone com a esposa. Lumet diz ter filmado os dois telefonemas juntos (Sonny falando no telefone com o namorado e Sonny falando no telefone com a esposa). Depois do take do telefonema com o namorado, pede para Pacino repetir o telefonema com a esposa. O ator o olha com ódio. mas repete. Quase no final da tomada, exausto, olha-o pela segunda vez e chora (Lumet, 1975). A câmera capta o drama do ator "evocado" como o drama do personagem (inscrito na leitura que fazemos do seu corpo), testemunhando que a "primeira instalação" (contexto do ator) evoca a "segunda instalação" (contexto ficcional) - princípio revelado por Kusnet (1987). O ator tira proveito disto. O foco se desloca para o cansaço, a sensação de não agüentar mais, que implica um certo "fora do controle". Pacino diz, textualmente: "aquilo estava além de nós, tinha vida própria" (1975). Para além da construção da personagem, "colocar-se questões" é usufruir de certos materiais do seu contexto cujas resultantes evocarão a personagem.

Em um filme como O Poderoso Chefão, encontramos a beleza da diversidade dos estilos (com procedimentos determinantes em uma mesma escola): o profundo relaxamento em um, as questões em outro e, ainda, as ações cotidianas que puxam o foco. Strasberg, Pacino e Brando nos dão o testemunho de que as escolhas dos atores determinam diferenças. Trata-se de assumir, então, a responsabilidade da criação de um estilo, experimentando, a cada filme, a formulação de um método próprio e pessoal de trabalho.

Bibliografia e filmografia de referência:

ADLER, Stella. Técnica da representação teatral. Rio de Janeiro, ed. Brasiliense, 2010.

KUSNET, Eugênio. Ator e método. São Paulo, ed. Hucitec, 1987.

NACACHE, Jacqueline. El actor de cine. Barcelona, ed. Paidós, 2006.

SPOLIN, Viola. Improvisação para o teatro. São Paulo, ed. Perspectiva, 1992.

Um Dia de Cão (Dog Day Afternoon). Direção de Sidney Lumet. EUA, Warner Bross, 1975.

O Poderoso Chefão (The Godfather). Direção de Francis Coppola. EUA, Paramount Pictures, 1972.

O Poderoso Chefão II (The Godfather - Part II). Direção de Francis Coppola. EUA, Paramount Pictures, 1974.

O Poderoso Chefão III (The Godfather - Part III). Direção de Francis Coppola. EUA, Paramount Pictures, 1990.

Al Pacino in Inside the Actors Studio. The Actors Studio, Bravo Cable, Betelgeuse Productions LLC e In the Moment Productions Ltd, EUA.


Rejane Kasting Arruda, é atriz e pesquisadora. Atua em cinema e teatro. Faz pesquisa na Universidade de São Paulo junto ao Centro de Pesquisa em Experimentação Cênica do Ator. Ministra aulas de atuação para cinema. Participou dos filmes Corpo, O Veneno da Madrugada, Tanta, Iminente, Edifício do Tesouro e Medo de Sangue, entre outros. É também colunista do blog Os Curtos Filmes, onde assina uma coluna mensal.

5 Estrelas da Boca: Eni Helena Novakoski




Fotos para a Revista Playboy. Edição nº 54, janeiro, 1980. Cr$60,00. Enny foi Miss Janeiro, a Playmate de Playboy. Eu trabalhava com o JR Duran como modelo e ele foi convidado para tirar fotos sexis para a Playboy e ele me escolheu como modelo dele! Não me recordo do cachê. As fotos foram feitas numa mansão no Morumbi. Fiquei inibida, afinal, era a primeira vez nua,mas depois fui me acostumando porque tinha uma assistente mulher junto nas fotos.

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Marco Ricca

Marco Ricca é ator e diretor de cinema. Atuou nos curtas ‘Batimam e Robim’, ‘Zuleika’, ‘Tango’, ‘Dia de Visita’, entre outros.


O que te faz aceitar participar de uma produção em curta-metragem?
Ha muito tempo não faço um curta metragem. Fiz mais de 20. O que me faz fazer é a mesma premissa de fazer um longa: bom projeto, bom personagem, história e equipe.

Por que os curtas não tem espaço em críticas de jornais e atenção da mídia em geral?
Antigamente havia uma lei que obrigava o exibidor a mostrar um curta antes do longa. Isso acabou, e desmantelou um pouco o espaço de exibição. Os curtas ficam restritos a festivais ou mostras e esses críticos já não tem boa vontade nem com os longas brasileiros, quiçá com os curtas. Eles acham um gênero menor. Pena!

Como deveria ser a exibição de curtas para atrair mais público?

Como disse antes, ser a prévia dos longas. Um espaço importante. Ou a estrutura de vários curtas , temáticos que dariam para ser exibidos como longa metragem.

É possível ser um cineasta só de curta-metragem? Vemos que o curta é sempre um trampolim para fazer um longa...
Acho que sim. O curta assim como o conto na literatura é um gênero. Existem contistas que por vezes se tornam um romancista, ou não permanecem eternamente no conto. Por outro lado muitos cineastas preferem experimentar , praticar primeiro num curta para depois partirem para o longa com uma certa experiência. Eu acho que são duas coisas muito diferentes. Talvez se possa aprender a questão da produção, mas a estrutura do curta sempre terá sua particularidade.

O curta-metragem é marginalizado entre os próprios cineastas?
Não acredito nisso. Acho que muitas vezes servem com inspiração. Há cineastas que fazer primeiro um curta investigativo para o tema do seu próprio longa.

Pensa em dirigir um curta futuramente?
Se sentir que a história se presta mais a um curta do que a um longa, por que não.

Qual é o seu próximo projeto?
Não tenho ideia. Apenas alguns fantasma circundam a minha cabeça, mas nada concreto.

5 Estrelas da Boca: Eni Helena Novakoski

Na passarela, desfilando.

Mulher Fatal.

Seqüência de fotos como modelo.

Cena do Filme ‘Os Violentadores’ de Tony Vieira.

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

5 Estrelas da Boca: Eni Helena Novakoski




Teste para o filme do Walter Hugo Khouri, “O Prisioneiro do Sexo”. O Walter me viu em outros filmes e me achou parecida com a Kim Novak e me quis nos filmes dele! Esta foto acima um teste e foi tirada na sacada do apto dele em Sampa. Fiz 2 filmes com ele onde a Sandra Breia também participou .Não tenho boas lembranças do comportamento dela no set de filmagem ! Quanto ganhei? Não lembro.Olhe este filmes foram a muito tempo atrás,seria muito dificil eu lembrar certo? Como foi a repercussão? Ele era muito famoso no meio artístico e seus filmes sempre faziam muito sucesso!
Cena do filme ‘Os Violentadores’ de Tony Vieira. Lembro que filmamos no interior de S.Paulo o lugar parecia um cenário de bang bang . Deste filme um lembro que contracenei com um querido amigo chamado Toninho! Ele me paquerava e um dia indo ao local de filmagem, pergunte a ele o que nós vimos?

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

5 Estrelas da Boca: Eni Helena Novakoski

Cena do filme ‘O Atleta Sexual’. Provavelmente eu era vista no programa do Silvio Santos e por isso recebia vários convites . Este filme eu me lembro que nós éramos detetives e nosso uniforme era este biquíni dourado e nossa patrulha a gente fazia de motos .As gravações foram tarde da noite em dias frios e gente passou muito frio de Biquíni,mas foi muito legal .Se não me engano este filme foi baseado na série americana chamada Columbo o qual era um detetive e quem fazia o papel dele era uma atriz, mas não em lembro seu nome.Era muito engraçado.

Fotos para o filme do Cassiano Esteves, no Guarujá, em 1978.
Cena do filme ‘Pensionato das Vigaristas’. Lembro que a ideia deste filme foi tirada da serie ‘As Panteras’ e eu fazia o papel da Farrah Fawcett que era uma detetive .Este foi um dos filmes que mais gostei de fazer ! Neste filme eu me lembro que a gente ia de Perua Kombi para gravar e quase capotamos e alguns dias mais tarde perdi uma grande amiga em acidente de kombi ! Não lembro quanto ganhei!Como foi a repercussão? Nós filmamos a maior parte dele no Rio e ficamos em um hotel simples mas era legal porque a gente se reunia a noite no restaurante dele e conversávamos por horas e nas gravações na praia as pessoas vinham me pedir autografo e alguns jornais local tiravam fotos e me entrevistavam .Lembro que me sentia muito orgulhosa! Tempos bons!
Teste para filme. 1976.

domingo, 8 de janeiro de 2012

Um breve relato das patologias e trapaças do cinema nacional

“Não fosse pela presence da ralé e dos ignorantes, dos amorfos esquisitos e incompletos, dos irracionais e absurdos, das infinitas configurações do girino humano, o horizonte não teria um sorriso tão largo” Frank Moore Colby, Imaginary Obligations.


Quase nada se sabe sobre a vida pregressa de Sady Baby. As datas de seu nascimento e morte, a lenda de sua loucura e de seu suicídio foram extraídas de algumas linhas do blog boteco sujo. Os seus contemporâneos nada falaram a seu respeito em toda a sua correspondência. Na maioria dos casos, não haveria suspeitas acerca da origem desse silêncio. Pelo menos é o que acontece com o leitor comum de jornais que recebe a mensagem misturada sem juízo crítico e pressupõe que esta reflete as suas próprias opiniões independentemente formadas. Em contrapartida, o sujeito pode reconhecer ou suspeitar da origem exterior das vozes que literalmente irrompem do seu cérebro.

O que há de concreto sobre Sady é que ele foi o autor de "Emoções sexuais de um jegue" sobre a natureza das coisas, um longa-metragem filosófico que tentava explicar o universo em termos científicos com ênfase contra a superstição e o medo do desconhecido das pessoas, enfim, uma exposição das suas doutrinas. Banido da sociedade, tem medo do conhecido, acredita no desconhecido, já não acredita, acredita outra vez. Assim sendo, sua filosofa é cuidar de si e isto é uma felicidade.
Desse longa extraiu-se as seguintes informações sobre Sady:

* temperamento ardente e apaixonado;

* gênio sombrio e pessimista;

* grande cultura científica e filosófica;

* materialista;

* anti-religioso;

* a sua moral é a do prazer, ou seja, gozar sem moderação para gozar por mais tempo, evitando a ambição ou qualquer outro sentimento que possa perturbar a sua serenidade.
Sobre o poema "Emoções sexuais de um jegue" pode-se dizer o seguinte:

* filosoficamente, pode ser considerado uma exposição da doutrina de Sady e de seus seguidores, caracterizada, na física, pelo atomismo, e na moral, pela identificação do bem soberano com o prazer, o qual, concretamente, há de ser encontrado na prática da virtude e na cultura da carne. 2. Sensualidade, luxúria 3.

* nos dois primeiros cantos instrui sobre a natureza das coisas;4 São espaços reais e virtuais que formam a sua realidade fantástica

* nos cantos três e quatro, trata da natureza do Homem;

* nos dois últimos cantos, fala do mundo exterior e dos fenômenos naturais;

* caráter didático;

* uso de digressões;

* Invocação aos deuses. Exemplo Vênus.

*práticas reais e efetivas

Ps. O bom texto não é escrito, é reescrito.

Nilson Primitivo é cineasta e colunista do blog Os Curtos Filmes.

5 Estrelas da Boca: Eni Helena Novakoski



Primeiras fotos de modelos em 1973, super orgulhosa de mim mesma! Motivo? De eu ter deixado uma cidade provinciana e ter vencido na vida ! Coisa que não durou muito ! Tentando acertar ,eu errei muitas vezes por falta de um feedback de alguém mais experiente talvez.
Já me achando poderosa! Sempre fui humilde e generosa ,pois ajudei sempre minha família. Achava tudo normal esta questão da fama!
Primeiras fotos.

sábado, 7 de janeiro de 2012

5 Estrelas da Boca: Eni Helena Novakoski

Primeiras fotos.


Dançando Feliz na fazenda S. Carlos, casada com o produtor Arnaldo Zonari Filho. Em 1981. Meu casamento foi feliz enquanto durou !Por amor eu abdiquei toda a minha carreira e meu futuro!



Teste para filme.

Teste para filme. 1976. Mais um teste na minha vida. As pessoas me perguntam se existe teste do sofá. Existe sim, e por isso eu NUNCA fui mais famosa ,pois nunca aceitei ! Perdi um papel na Globo por não aceitar ! Fui cantada várias vezes!

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Cassia Bianco


Cassia é formada em cinema, realizou curtas como produtora, diretora e assistente, fez assistência de direção para especiais e séries de TV. Hoje está abrindo sua própria produtora, a Wahine films, em São Paulo, cujo foco é trabalhar com conteúdo audiovisual de curta duração para cinema, TV, internet e plataforma móvel.


O que te faz aceitar participar de uma produção em curta-metragem?
Um bom roteiro e uma boa equipe. Se houver harmonia no set isso se reflete na tela. É importante que cada artista e cada técnico seja livre para criar em sua área. O cinema é celular, todo mundo tem que realizar com maestria nada mais do que a sua função. A missão do diretor é orquestrar esses talentos ao seu olhar.

Você sente alguma diferença de satisfação profissional entre fazer cinema, teatro e TV?

No teatro você aprende, na TV você pratica mas é no cinema que está a maior satisfação. É o grande sonho. É o cinema que leva sua arte aos mais diversos cantos do mundo, ele é universal.

Por que os curtas não tem espaço em críticas de jornais e atenção da mídia em geral?

Porque as pessoas não pensam o curta como curta. Pensam como um longa reduzido ou como uma peça humorística que obrigatoriamente tem que ter uma sacada ou piada no final. Pensam nele como o complemento de algo. Mas o curta tem vida própria, estética própria então precisa de critica própria.

Como deveria ser a exibição de curtas para atrair mais público?

Acho que é preciso uma união na classe dos curtametragistas para já produzirem algo pensando na exibição. Criar sessões temáticas para atrair publico. Sessões que possam ser distribuídas como um longa é.

A coisa mais importante na exibição de curtas em salas de cinema é a combinação dos filmes que compõem a sessão. A boa curadoria nesse caso, é responsável por criar uma experiência totalmente original. Creio que temáticas tribais, histórias curtas em série, homenagens a movimentos artísticos, mini documentários urbanos, autores regionais, personagens que se repetem, são alguns dos vários artifícios podem ser usados para fisgar o publico e criar um fluxo na sessão, afinal, o modo como o curta-metragem é degustado tem muito mais influência da arte seqüencial do que do longa metragem.


Considera o curta-metragem um trampolim para fazer um longa?

Tem sido assim para muitos cineastas. Mas muitos tem voltado a fazer curtas também. O curta é uma oportunidade de experimentar sem medo, de viver a experiência do cinema puro, de ousar. Por outro lado também serve para fazer vídeo manifestos, misturar linguagens e cometer erros que te levam a ser um melhor profissional no futuro.

Dá para o cinema nacional sobreviver sem subsídios?

Não por enquanto. Penso que a dependência de subsídios é proporcional á carência de publico. Enquanto o cinema nacional não tiver fôlego para engatar uma sequência de sucessos, o publico não se fixa. Nenhuma empresa quer investir sabendo que é muito difícil obter algum retorno. Portanto é um sonho que vem, em minúsculos passos, saindo do plano da imaginação. Hoje em dia existem modelos interessantes de financiamentos limpos, geridos pela internet ou ligados a inserção sutil ou mesmo útil de produtos dentro do filme, conhecido como, product placement, uma fina versão bom e velho merchandising, que pode hoje absorver uma boa fatia da verba de marketing de uma grande empresa. Mas para que esses investimentos sejam bons para os dois lados, ainda é indispensável que haja um bom circuito com uma garantia mínima de publico.

O que é necessário para vencer no cinema?

Trabalho, talento e persistência. O cinema é como um esporte de alta performance, é preciso ir aperfeiçoando o próprio estilo a todo o momento.

Pensa em dirigir um curta futuramente?

Sim. Se chama ‘Ninfo Maria’. É um roteiro que escrevi.

Qual é o seu próximo projeto?

São eles: O programa de TV Você Dirige. O curta documentário Espelho 30 e o curta Ninfo Maria. Além disso atualmente sou assistente de Neville d’Almeida em São Paulo, (por conta de uma mostra que está sendo realizada pelo SESC em sua homenagem). Acho que não existe melhor escola para uma jovem cineasta do que estar perto de um grande diretor. Sou uma apaixonada pela arte da direção.