quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Marcelo Vindicatto

Marcelo é roteirista e possui uma estreita parceria com Selton Mello. Trabalharam juntos no programa ‘Tarja Preta’ no Canal Brasil e escreveu o roteiro de seus dois longas, ‘Feliz Natal’ e ‘O Palahaço’.


O que te faz aceitar participar de uma produção em curta-metragem?
Aceitar um trabalho, seja ele qual for, envolve muitas coisas. Gosto de trabalhar com pessoas inteligentes, que têm ideias claras e sabem viabilizar um projeto. Se houver, ainda, uma boa relação pessoal com os realizadores, a coisa flui.

Você sente alguma diferença de satisfação profissional entre fazer cinema, teatro e TV? A satisfação profissional está em fazer coisa BOA. O que é coisa boa? Algo que te faça acreditar, que dê um frio na barriga, te faça ser criança de novo. Eu AMO cinema, mas prefiro trabalhar com um bom produto na internet do que com um filme que eu não goste.

Por que os curtas não tem espaço em críticas de jornais e atenção da mídia em geral?
Não sei, talvez seja o formato que não se encaixa nos padrões, não vende. Vivemos tempos feios, falsos conceitos são apregoados e atrapalham muito. Pelo menos é assim que eu vejo. Mas os realizadores de curta não devem desanimar. Se o seu projeto é bom, filme. Se o filme for bom ele será visto e valorizado, mesmo que no restrito circuito dos festivais.

Como deveria ser a exibição de curtas para atrair mais público?
Internet é básico. Também tinha que passar na televisão, temos canais da tevê paga onde veiculam programas que até DEUS duvida. O espaço está lá, mas os diretores de programação estão preocupados apenas em vender anúncios. Não é culpa deles, as exigências vêm de cima, e são sempre mais e mais voltadas para o mercado, quer dizer, dinheiro. No meu entender deveria haver uma mudança radical de conceito, de base. Pensemos.

Considera o curta-metragem um trampolim para fazer um longa?
Sim. No Brasil, e acho que no mundo inteiro, é o que se vê. Não que eu concorde, mas está estabelecido assim. Vamos concordar que realizar um longa não é para qualquer um.

Como analisa a produção de roteiros no cinema brasileiro?
Está melhorando.

Quais roteiristas do passado e do presente você destaca para acompanharmos seus respectivos trabalhos?
Robert Towne, Paddy Chaiefsky, Dalton Trumbo, Paul Schrader, Quentin Tarantino, Nora ephron, Aaron Sorkyn, Bráulio Mantovanni, Kaufman, tem um monte!

Dá para o cinema nacional sobreviver sem subsídios?
Por enquanto não, mas deve-se planejar para que seja possível no futuro.

O que é necessário para vencer no cinema?
Se alguém souber me diga, ainda procuro essa resposta. Na falta dela fico com o trabalho duro.

Pensa em dirigir um curta futuramente?
Sim, mas um roteirista vive a sonhar, também gostaria de dirigir um longa, especiais de tevê, webséries, por enquanto sigo apenas escrevendo e tentando inspirar realizadores.

Qual é o seu próximo projeto?
O Andrucha Waddington está rodando agora ‘Os Penetras’, que deve ser lançado ainda em 2012. Tem um monte de coisa rolando, mas não posso dizer até que se concretizem.