sábado, 25 de fevereiro de 2012

Eliana Fonseca

Eliana é atriz, produtora e diretora. Dirigiu ‘Xuxa Requebra’, ‘O Martelo do Vulcano’, ‘Eliana em O Segredo dos Golfinhos’. É dela também o único filme realizado pelo SBT Filmes, ‘Coisa de Mulher’.


O que te faz aceitar participar de uma produção em curta-metragem?
Em primeiro lugar o roteiro e, obviamente como atriz, o personagem. Depois é necessário um bom papo com o diretor pra ver sua leitura do roteiro e seu modo de trabalho.

Por que os curtas não tem espaço em críticas de jornais e atenção da mídia em geral?

Acho que porque, num primeiro momento, não parecem rentáveis em nenhum aspecto. As pessoas esquecem o poder de abrangência de um curta-metragem. Eu mesma tenho a experiência de ter tido muito sucesso com 2 deles : A REVOLTA DOS CARNUDOS (sou atriz, diretora e roteirista) e o FRANKSTEIN PUNK (filme de animação, que foi meu trabalho de formação da ECA). Até hoje tem gente que me reconhece por me ligar a esses dois trabalhos. E olha que faz tempo que foram lançados, mais de 15 anos, e eu faço um bocado de coisas. Acho que se as pessoas percebessem o poder do curta, seja como veículo de experimentação do cinema, seja como alcance do público quando se trata de um filme mais popular, tanto a imprensa como patrocinadores teriam outra visão sobre esse produto cultural.

Na sua opinião, como deveria ser a exibição dos curtas para atingir mais público?

Sem dúvida ele tem que ganhar espaço na TV. Isso porque tem lugares no Brasil que nem cinema tem. Outra coisa bacana seria voltar àquela história de passar bons curtas antes de longas. Pacotes com curtas para quem quisesse locar também seria uma boa opção. E é claro, tudo isso com a mídia dando uma forcinha.

É possível ser um cineasta só de curta-metragem? Vemos que o curta é sempre um trampolim para fazer um longa...

Depois de ter feitos 3 longas, percebo que não. Acho a linguagem do curta cada vez mais estimulante. Trabalhar a síntese é algo difícil e ao mesmo tempo extremamente excitante. Sem dúvida, há muita história que só pode ser contada num curta.

O curta-metragem é marginalizado entre os próprios cineastas?

Não sinto isso não. Acho que quando um filme é competente, tem personalidade, ele é respeitado seja lá a metragem, bitola ou o lugar que ele tenha sido feito.

Pensa em dirigir um curta futuramente?

Vários. Tenho engavetados alguns roteiros e ainda pretendo vê-los nas telas.