sexta-feira, 30 de março de 2012

Guilherme Fontes

Guilherme Fontes é ator e diretor de cinema. Como ator destacamos 'Um Trem para as Estrelas' e 'Primo Basílio'. Como diretor de cinema, dirigiu 'Chatô - O Rei do Brasil'.



Qual é a importância histórica que o curta-metragem tem no cinema brasileiro?
O curta ou qualquer outra forma de contar uma estória é fundamental que ocorra. Se contarmos a quantidade de gente procurando em pequenos filmes contar uma pequena estória. Sem duvida é o melhor começo para todos. E não é privilégio do cinema no Brasil, é um aspecto mundial. Nessa era digital isso multiplicou a existência de novos cineastas.

Por que os curtas não têm espaço em críticas de jornais e atenção da mídia em geral?
Existem muitas mostras espalhadas por aí e também a Internet, o Youtube! Se for bom aparece rápido ou quando for bom aparecerá rápido. Não pode é sair da pista e desistir fácil. A carreira é muito difícil. Mas é possível.

Na sua opinião, como deveria ser a exibição dos curtas para atingir mais público?
Os veículos estão por aí. Os públicos; com o governo; as mostras, o Youtube!... claro, novas formas de apoio. Deveriam encarar os pequenos filmes como pilotos de seus trabalhos. Pequenos argumentos que se forem bons certamente terão atenção do mercado. Das TVs, o maior aliado dos independentes ou dos que estão começando é o canal de TV por assinatura. Tem que procura-los por que eles estão procurando também.

É possível ser um cineasta só de curta-metragem? Vemos que o curta é sempre um trampolim para fazer um longa...
Sei lá. Talvez sim. Os pequenos filmes que prepararei para lançar meu filme: ‘Chatô - O Rei do Brasil’, sobre o magnata da imprensa .E isso é verdade. Mas se quer ganhar dinheiro tem que ir para a propaganda institucional ou comercial. Filmes pequenos e muito recurso envolvido.

O curta-metragem é marginalizado entre os próprios cineastas?
Não. Mas sem duvida é uma passagem difícil e trabalhosa, de contar pequenas estórias para grandes filmes.

Pensa em dirigir um curta futuramente?
Sei lá. Talvez sim. Os pequenos filmes que prepararei para lançar meu filme: ‘Chatô - O Rei do Brasil’, sobre o magnata da imprensa.

quarta-feira, 28 de março de 2012

Lírio Ferreira

Codiretor de Baile perfumado (1997), realizado em parceria com o conterrâneo Paulo Caldas, Lírio dirigiu ‘O homem que engarrafava nuvens’ (2009), ‘Cartola – Música para os olhos ‘(2007). ‘Árido Movie’ e ‘Assombrações do Recife Velho’ (2000). Curta-metragem codirigido com Cláudio Barroso e Adelina Pontual.


Qual é a importância histórica que o curta-metragem tem no cinema brasileiro?
Se pensarmos em “ A velha a Fiar” , “Cinco Vezes Favela”, “Meow”, “Di” e “Ilha das Flores” , só para citar esses curtas, vemos a extrema contribuição que os curtas metragem deram ao cinema brasileiro. Porém o legado maior, para mim, é o contínuo exercício da liberdade. Da liberdade estética e de linguagem que no caso dos longas, as vezes, é colocado de lado por compromissos comerciais.

Por que os curtas não tem espaço em críticas de jornais e atenção da mídia em geral?
Porque boa parte da mídia ainda é vinculada exclusivamente ao cinema comercial. O curta no Brasil já atingiu um grau de excelência que não pode ser deixado de lado por aqueles que formam a opinião pública. Há veículos que ainda dão atenção, mas, infelizmente são raros.

Como deveria ser a exibição de curtas para atrair mais público?
Ocupando os espaços que a modernidade vem trazendo e que tem o seu perfil. Você não acha que a pessoas prefeririam assistir a um curta ou a um longa no intervalo do almoço através do seu celular?

É possível ser um cineasta só de curta-metragem?
Claro que sim. Temos vários grandes exemplos no Brasil.

Vemos que o curta é sempre um trampolim para fazer um longa...
Isso é natural em qualquer lugar do mundo. Não acho nada de anormal. Porém, não é uma regra, nem um dogma, está mais para um axioma.

O curta-metragem é marginalizado entre os próprios cineastas?
Há cineasta que acham que o curta metragista é um cineasta menor, devido ao tamanho do seu filme. Isso é de uma ignorância sem tamanho. Ninguém transa melhor do que o outro por tem um órgão genital maior ou menor. Agora se usar o termo marginalizado como se usava no final da década de sessenta entre os udigrudis, aí passaria a ser um elogio para os curtas metragistas.

Pensa em dirigir um curta futuramente?
Tenho um curta chamado INCLUSIVE que rodei no ano passado. Está montado e se preparando para o tranfer. Oxalá fique pronto no início do ano que vem.

Qual é o seu próximo projeto?
Se chama 'SANGUE AZUL'. É a minha volta a ficção. Roteirizei junto com Fellipe Barbosa e Sergio Oliveira. É um filme sobre circo, mar e a impossibilidade de amar. Será produzido pela Drama Filmes e espero rodar no final do ano que vem.

segunda-feira, 26 de março de 2012

Gabriela Portieri

Gabriela Portieri é atriz. Atuou na novela "Amor e Revolução" (SBT), de Tiago Santiago e atualmente faz produção e atua na cia 'Loucos do Tarô' tendo um espetáculo infantil para estrear: "A Menina que Brilha", em maio, no Teatro Augusta


O que te faz aceitar participar de uma produção em curta-metragem?
O curta-metragem vem ganhando cada vez mais espaço no cinema. Existem muitos festivais de curtas onde as pessoas trocam experiências, onde há o devido reconhecimento e para o ator além de enriquecer o portfólio ajuda também na divulgação de seu trabalho.

Você sente alguma diferença de satisfação profissional entre fazer cinema, teatro e TV?
A satisfação vem da crença na obra, do convívio harmonioso e prazeroso com seus colegas de trabalho, da sua evolução como pessoa e profissional dentro desses tipos de trabalho e do reconhecimento financeiro, que irá te dar possibilidade de viver do seu oficio. Comecei fazendo teatro e muitas pessoas diziam que fazer teatro era muito melhor que fazer novela pois era muito mais artístico e que trazia muito mais crescimento. Quando fiz finalmente minha primeira novela cheguei a conclusão que não importa qual o seguimento que você faz dentro da atuação, quando se é ator se pode ser tudo, o que faz a diferença é a convivência, crença e alegria que esse oficio tão maravilhoso proporciona. Seja na rua, na telinha, no teatro ou para os amigos, se você esta feliz, esta aprendendo, desfrutando dessa experiência e vivendo disso, é o que importa.

Por que os curtas não tem espaço em críticas de jornais e atenção da mídia em geral?
Tenho a impressão que o mercado ainda tem resquícios de uma visão de que o curta é uma alternativa para falta de fomento. Mas existem curtas muito bons que foram feitos para o formato de curta. O curta é um seguimento dentro do cinema, ele já é reconhecido como tal em algumas mídias como no canal Brasil e seu caminho é cada vez ganhar mais reconhecimento.

Como deveria ser a exibição de curtas para atrair mais público?
Os festivais deveriam ser mais divulgados. Deveriam existir mais Festivais. Mais projetos fomentados pela iniciativa privada que levassem o público a conhecer esse seguimento do cinema.

Considera o curta-metragem um trampolim para fazer um longa?
Sim. E também é uma via de mão dupla. Fazer um curta é uma forma de entrar no mundo do cinema, de começar a enxergar como esse mundo funciona, te traz material, experiência, aprendizado. E quem sabe os realmente apaixonados por curtas muitas vezes gostariam mesmo de só fazer curtas?

Dá para o cinema nacional sobreviver sem subsídios?
Não. As dificuldades encontradas pela falta de fomento trazem uma tristeza enorme. Essa tristeza pode ser desmotivadora. É claro que quando se tem mais dinheiro se tem mais recursos e consegue-se atingir uma qualidade melhor. Querendo ou não cinema não é só material humano, é tecnologia também, e tecnologia é cara. As pessoas trocam favores, fazem por amor, não cobram nada as vezes para poder trabalhar em uma obra que acredita, mas o material, é coisa mais difícil, a locação, entre outros mil itens, sem dinheiro, sem apoio, fica impossível fazer cinema de verdade, fica impossível fazer o cinema que é esperado. Mesmo assim vemos milagres acontecerem no cinema nacional, a criatividade e persistência do brasileiro são fora do comum.

O que é necessário para vencer no cinema?
Qualidade. Boa obra, bons contatos, muita informação, uma boa produtora, bons atores e muitos outros itens a serem listados que tenham qualidade. E é claro, fomento.

Qual é o seu próximo projeto?
Estou desenvolvendo um monologo sobre as contradições da natureza feminina com a condição social e psicológica da mulher. Pretendo terminar de produzir até o final do ano e estrear. Nesse caso quero somente assinar a peça como autora.

domingo, 25 de março de 2012

José Roberto Eliezer

Mais conhecido como Zé Bob. Formado em cinema pela USP, é um dos sócios fundadores de Associação Brasileira de Cinematografia. Iniciou sua carreira no cinema em 1975 como assistente de câmera. Seu primeiro filme como diretor de fotografia foi ‘Janete’ (1982), de Chico Botelho, que lhe rendeu o prêmio de melhor fotografia no Festival de Gramado de 1983. Dedica-se também a dezenas de curtas, documentários e comerciais.



Qual é a importância histórica que o curta-metragem tem no cinema brasileiro?
Como laboratório de linguagem e formato mais acessível e democrático o curta-metragem é fundamental na formação de qualquer cineasta. Muitos expoentes da direção cinematográfica mundial surgiram como curtametragistas. No Brasil, essa lista é enorme. E a lista de curtas importantes também.

Por que os curtas não têm espaço em críticas de jornais e atenção da mídia em geral?
A briga por espaço na mídia está cada vez mais acirrada. Se muitos longas brasileiros não conseguem lançamento e divulgação adequados, pros curtas então… A questão na verdade é econômica. Para os curtas sobram as poucas sessões especializadas e os festivais.

Na sua opinião, como deveria ser a exibição dos curtas para atingir mais público?
Creio que a boa frequência do publico nos festivais de curtas atesta o interesse das pessoas. Mas o maior problema para atingir um publico mais numeroso é sem duvida a distribuição, que já é deficiente para o cinema brasileiro como um todo. Só um circuito maior de exibição, mais espalhado pelas cidades do interior e periferias, poderia ampliar as salas disponíveis para o curta.

É possível ser um cineasta só de curta-metragem? Vemos que o curta é sempre um trampolim para fazer um longa...
É possível, mas o caminho natural é o do longa. A questão é o financiamento, vivemos numa época de editais, quantos um diretor de curtas pode ganhar?

O curta-metragem é marginalizado entre os próprios cineastas?
Creio que não, nunca tive essa impressão... Nem vejo motivo, quem é do Cinema sabe valorizar um bom filme, independentemente da duração.

Pensa em dirigir um curta futuramente?

Gosto muito da minha profissão de Diretor de Fotografia, estou feliz em poder filmar com regularidade, curtas e longas, ficção e documentário. Mas se um dia eu tiver na mão um bom roteiro, quem sabe…

sexta-feira, 23 de março de 2012

Paula Franco

Paula é modelo e atriz, que atuou na novela Kubanacan, da TV Globo. Na mesma emissora participou de algumas tramas, como personagem na minissérie Chiquinha Gonzaga e na novela Malhação.



O que te faz aceitar participar de uma produção em curta-metragem?
O roteiro.

Você sente alguma diferença de satisfação profissional entre fazer cinema, teatro e TV?
Hmmm amo todos, mas para ser sincera cinema é minha paixão.

Por que os curtas não tem espaço em críticas de jornais e atenção da mídia em geral?
Também não entendo isso, já que estamos em um país onde o incentivo é pouco para filmar longa e com a dificuldade, a solução é começar por curtas.

Como deveria ser a exibição de curtas para atrair mais público?
Até já está bem maior que antes, está sendo exibido no canal Brasil, salas de cinema,mas também falta interesse do público. Talvez redes sociais, uma forma do público ver e pegar gosto, apreciar e se interessar mais.

Considera o curta-metragem um trampolim para fazer um longa?
Para equipe, diretor, todos envolvidos, sendo que seja bem produzido,sim. Já para o ator é mais um exercício, portfólio, pois não acho ainda a visibilidade suficiente para ser um trampolim para outros trabalhos como longa.

Dá para o cinema nacional sobreviver sem subsídios?
Já mal sobrevive com.

O que é necessário para vencer no cinema?
MUITA perseverança, desejo, paciência e paixão.

Qual é o seu próximo projeto?
Tenho dois longas para filmar que estão ainda na fase de captação, devido a dificuldade no Brasil de darem crédito ao que não seja muito comercial . Os longas são "A Lagarta" de Beatrix Guedes e "Nas Terras do Rio Sem Dono" de Fabrício Leminski . Os roteiros são incríveis.

segunda-feira, 19 de março de 2012

Pollyanna Ferrer

Pollyanna é atriz. Têm anos de estudo nas técnicas da interpretação e peças dirigidas por: Élcio Nogueira, Renato Borghi e Paroni de Castro, "Admirável Mundo Novo" (2008/09); Christina Trevisan, “O Provedor” (2008); Benné “A Flor da Amazônia”(2007); Lívio Tratemberg, “A Balada do Deus Morto” (2006/07); e Nill de Pádua, “Recital Morte em Portugal” (2005). Ainda 2008 Dramamix, nas Satyrianas, com “COINCIDÊNCIAS MORTAIS” de Marcos Vigani e, 2009, participação no documentário "Duplo Território", de Rogerio Corrêa e Leão Filmes.



O que te faz aceitar participar de uma produção em curta-metragem?
Sou apaixonada por cinema e o começo de toda história está na criação de curtas. Aí que nasce grande parte de ideias e idealizadores da sétima arte. Após conhecer melhor a agilidade de ideias num curta, fica difícil não ter prazer numa boa sessão do Kinoforum, Mix Brasil e todos festivais e mostras de curta-metragem.

Por que os curtas não têm espaço em críticas de jornais e atenção da mídia em geral?
Os curtas estão fora da grande mídia por conta da dificuldade numa captação financeira. Falta de investimento, mesmo. Um investimento financeiro e cultural, na criação de hábitos em vê-los.

Na sua opinião, como deveria ser a exibição dos curtas para atingir mais público?
O curtas devem iniciar os longas, como já ocorre no Cinesesc e no Espaço Unibanco, mas em todas as salas brasileiras. Mais festivais, mostras, com melhor divulgação e amplitude de salas. O que "bombaria" seria iniciar os longas das tvs abertas com um "belo" curta.

É possível ser um cineasta só de curta-metragem? Vemos que o curta é sempre um trampolim para fazer um longa...
É possível fazer somente curta, mas o bacana da arte é a amplitude de ideias e a abertura aos riscos.

O curta-metragem é marginalizado entre os próprios cineastas?
Vejo só paixão dos cineastas e atores pela produção de curtas. Curta é uma forma de troca de conhecimento e novas ideias em minutos. Tem melhor?

Pensa em dirigir um curta futuramente?
Quem sabe um dia eu tenha meu curta, mas meu prazer e paixão é invadir idéias e mentes alheias.

domingo, 18 de março de 2012

BISTURI - Rejane K. Arruda

Delírio na Lira

Depois de algum tempo pesquisando, dando aula e atuando, acabo chegando à conclusão que o que o ator encena é a sua relação com as coisas. Não existe personagem ou existe. Se existe, fragmentado em uma construção estelar: cacos que se harmonizam ou se chocam, uma complexa construção de significantes em oposições e deslizamentos, por onde o seu desejo desliza e encontra o corpo. Se não existe, se é o ator se relacionando com os fatos e cutucado por uma direção, qual a diferença? De qualquer forma o que se encena é um relacionar-se com materiais que chegam até ele ou ele busca, com sede de encenar justamente alguma coisa que o condena a ser o que é.

Quando vejo um filme como “A Lira do Delírio”, encontro a simplicidade deste tipo de encenação. Aquilo simplesmente é assim. Há um relacionar-se com o carnaval e o seu excesso, a alegria, o desbunde, o êxtase e o outro – que é filmado, e montado. Se isto é textual (dito por Walter Lima Jr) tanto melhor. O filme dá testemunho de que situações ficcionais são invadidas pelo desejo do ator. Pelo que traz em improvisação – já que se estimula.

O texto improvisado implica as escolhas momentâneas das palavras e os “ajustamentos” ao que o outro entrega para o jogo. Se há uma relação estabelecida, nova, naquele instante, com o que o outro dá, não é possível dela escapar. O que resta ao ator é encená-la, inventando no momento as palavras, já que tem um guia: a situação pré-estabelecida.

A lógica desta situação então lhe serve de morada, já que decorada pelo seu imaginário, pelo seu desejo e repertório de vida. Colocar-se na situação da personagem nada mais é do que estimular-se a entrar em um cômodo vazio. Se não há desejo a imperar ali e desenhar nas paredes, não há o que fazer. O que estimula o ator é a perspectiva de encenar a sua relação com o que pode pôr de seu naquela casa. O ator dá a ver algo que possui de próprio e que cabe naquela casa. A situação da personagem é um lugar de depósitos de materiais antigos.

1 Ver em FERREIRA, Jairo. “O Cinema Delirante de Walter Lima Jr”. São Paulo: catálogo da mostra “Jairo Ferreira: Cinema de Invenção”, 2012. Pg 86-89.

2 Conceito desenvolvido por Stanislavski. Ver em STANISLAVSKI, C. “A Preparação do Ator”. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1989.

Há de se respeitar o que o ator tem a dar, portanto. O diretor muitas vezes, bêbado também de desejo, quer outra coisa, e força o ator a mostrar-lhe o que não tem. Se a incidência e a encenação dependem de materiais próprios, o que podem os diretores a não ser usar da melhor forma possível o que os atores tem a dar? Se dali pode sair uma riqueza de singularidade sem tamanho porque centram seus olhos em um ideal?


Oferecer para o ator procedimentos para que ele possa alinhavar suas estrelas, acho que deve ser a tarefa dos diretores. Assim leio o trabalho de Walter Lima Jr no filme “A Lira do Delírio”, onde vemos as atuações geniais de Anecy Rocha, Paulo César Pereio, Cláudio Marzo, Antônio Pedro, Tonico Pereira, Otoniel Serra, João Loredo, Lene Nunes, Rozita Thomaz Lopes.


Rejane Kasting Arruda, é atriz e pesquisadora. Atua em cinema e teatro. Faz pesquisa na Universidade de São Paulo junto ao Centro de Pesquisa em Experimentação Cênica do Ator. Ministra aulas de atuação para cinema. Participou dos filmes Corpo, O Veneno da
Madrugada, Tanta, Iminente, Edifício do Tesouro e Medo de Sangue, entre outros. É também colunista do blog 'Os Curtos Filmes', onde assina uma coluna mensal.

sábado, 17 de março de 2012

Roberto Berliner

Roberto dirigiu muitos videoclipes premiados, de artistas como Paralamas do Sucesso, Skank, Lenine, Lobão e Ney Matogrosso. Em 1992, assumiu a direção da TVZero, produtora de longas, curtas, videoclipes e filmes publicitários, onde está até hoje.



Qual é a importância histórica que o curta-metragem tem no cinema brasileiro?
O curta, por ser menos exibido, não tem comprometimento com crítica, público e bilheteria.
Com isso ganha liberdade. Ao longo dos anos muita gente aproveitou essa condição e ousou em forma e conteúdo.

O que te faz aceitar participar de uma produção em curta-metragem?
Me interesso em participar de bons projetos, em todas as áreas do audiovisual.

Você sente alguma diferença de satisfação profissional entre fazer cinema, teatro e TV?
Não dirijo teatro, quem sabe um dia. Me interesso igualmente por cinema e TV.

Por que os curtas não tem espaço em críticas de jornais e atenção da mídia em geral?
O formato do curta não é comercial na tela grande. O curta deveria voltar a ser exibido junto com longas, programado de forma inteligente seria espetacular. Quanto a crítica, ela mal discute o longa...

Como deveria ser a exibição de curtas para atrair mais público?
Colado com o longa, na TV, internet.

Considera o curta-metragem um trampolim para fazer um longa?
É um deles, talvez o último degrau.

Dá para o cinema nacional sobreviver sem subsídios?
Ainda não.

O que é necessário para vencer no cinema?
Não sei, tô batalhando pra empatar.

Pensa em dirigir um curta futuramente?
Sim.

Qual é o seu próximo projeto?
Estou editando "Engenho de Dentro", meu primeiro filme de ficção. O próximo é o "Júlio Sumiu", uma comédia de erros, adaptação do livro do Beto Silva.

sexta-feira, 16 de março de 2012

Alex Sernambi


Alex é diretor de fotografia. O curta-metragem "Isaura" tem seu nome na ficha-técnica.


Qual é a importância histórica que o curta-metragem tem no cinema brasileiro?
O momento histórico mais importante do curta foi no governo Colllor, quando aquele cachorro interrompeu a produção de longas acabando com editais, créditos e financiamentos. Foi no curta que surgiram, no fim dos anos 80, Jorge Furtado, Fernando Meireles, Carla Camurati entre outros realizadores que fizeram a retomada do cinema brasileiro e reaproximaram o publico e acabando com preconceitos de que o cinema nacional era só sacanagem.

Por que os curtas não têm espaço em críticas de jornais e atenção da mídia em geral?
O curta é um produto experimental. O fim não é o lucro e se alguém tiver isso em mente é um péssimo empreendedor. Você precisa ter uma carteira com muitos títulos para fazer algum dinheiro com curtas. Basicamente só se dá importância para o curta em festivais exclusivo para eles. A Mostra de São Paulo, Clermont-Ferran, Oberhousen e mesmo assim o assunto é o evento a não tanto os filmes.

Na sua opinião, como deveria ser a exibição dos curtas para atingir mais público?

“Quem sou eu primo?” Sou apenas um diretor de fotografia, não um produtor ou distribuidor. O que sei é que fracassaram as obrigatoriedades de exibição antes de longas. Quem sabe a internet sirva pra isso?

É possível ser um cineasta só de curta-metragem? Vemos que o curta é sempre um trampolim para fazer um longa...

Cineasta é uma pessoa com sólidos conhecimentos da técnica e da estética cinematográfica, então parece ser contraditório usar esse termo para alguém que esta experimentando, o que é o caso dos curtametragistas. Claro que sempre poderá haver um prodígio que já no primeiro curta arrebente e deixe-nos boquiabertos, mas não lembro de ter testemunhado isso. E quanto a ser um trampolim... pode ser.

O curta-metragem é marginalizado entre os próprios cineastas?

Não sei ao certo, talvez por uns cineastas egocêntricos, mas cada um, cada um.

Pensa em dirigir um curta futuramente?

Já realizei um em 2001, o “Isaura”, e agora só penso. Tenho um roteiro pronto, mas não tenho saco de produzir e não tenho parceiros produtores, então, por enquanto só penso.

quinta-feira, 15 de março de 2012

Ator, profissão super-herói - Maísa Magalhães

Se você é ator, principalmente iniciante, aposto como já ouviu algumas vezes a pergunta "básica":

-Ahhh, você é ator? Que legal! Que novela você já fez?

Alguns atores talvez nem consigam responder, sei bem disso...

É preciso mais que paixão, mais que determinação, mais que paciência e garra de um herói pra continuar firme e forte na nossa profissão. Porque um bom diretor, fotógrafo, produtora competente ou qualquer outro profissional do Cinema, geralmente são chamados pra trabalhos em suas áreas por convite, e se são realmente bons crescem e são cada vez mais requisitados. E você que é ator ? Ah, se você é novato ou ainda não fez alguma das mais recentes novelas pode saber que vai ser chamado pra um teste, quer dizer, isso se for pré-selecionado por uma foto antes. Não importa o quão estudioso, dedicado e talentoso seja. Se lê livros e treina minuciosamente cada personagem,cada comportamento, estuda psicologia para que fique tudo natural e perfeito, treina modos de andar, de falar, faz aulas de fono, de canto, de dança, de esgrima, de inglês, enfim... investe, investe, investe...pra ver se tem a sorte de uma agência ir com sua cara e te mandar pra um "teste".

Chegando no teste,você se depara com uns 50 atores concorrentes pra ver se consegue a tão sonhada vaga!!! E pensar que foi tão esperado estar no teste que na hora é difícil não ficar ansioso, nervoso...é claro!! Chegar até aí e ainda não ser garantido. Até normal não ir bem! Mas daí você não passa, não ganha pra pagar seu aluguel e ainda é considerado ator fraquinho...se é feio não tem muita chance, na TV então piorou, se é muito bonito é de cara tachado de burro, se tem um corpo legal é mais uma gatinha que só quer aparecer. Se tenta pedir trabalho pra um diretor ou produtor que talvez tenha a sorte (ou azar) de encontrar por aí, pode ser tachado de chato e oportunista . Se não pede, é tonto. E se queima!Sempre pisando em ovos! Deus,então o que fazer????

E os tristes monólogos pra vídeo books que muitas vezes somos obrigados a fazer? Ah, e logicamente investir muito dinheiro neles. Eu sinceramente nunca vi um que me convencesse a considerar a "vítima" um excelente ator.

Mas se de repente aparece alguma garota qualquer se expondo vulgarmente na rua ou um cara de fechar o trânsito, pronto! Foi "descoberto" e já está na novela! Vira notícia! Todo mundo quer tirar fotos com eles, patrocinar e tal.

É, meus colegas,decidi escrever sobre isso porque a maioria acha que atores não fazem nada além de viver no glamour. Mal sabem das infinitas dificuldades que nós passamos até conseguir um lugar ao sol, ou melhor, aos holofotes!

Aquele que vence, com seus próprios méritos,é um super–herói, sem dúvidas!

Como já disse Stella Adler, o verdadeiro ator deve vestir uma coroa e não um simples boné. Deve estar acima da sua época descartável. Mas como chegar ao topo,se a concorrência muitas vezes é ingrata, com "não atores" conseguindo grandes papéis ? E os profissionais, aqueles bons mesmo, como ficam se não tem uma sorte de serem descobertos ou de terem contatos no meio?

É meus caros colegas,é preciso continuar firme,lutar por nossos direitos como atores e atrizes e estar praticamente casado com a profissão,que tanto nos exige mas que quando amamos não largamos por nada.

"Fé, café e cinema" pra nós, atores e super-heróis !

Maísa Magalhães é atriz e colunista do blog do Os Curtos Filmes.
Informações sobre a artista em: www.maisamagalhaes.com.br

quarta-feira, 14 de março de 2012

Beatriz Seigner


Beatriz é diretora e produtora. Foi a responsável pela primeira coprodução Brasil-Índia, com o filme "Bollywood dreams".


O que te faz aceitar participar de uma produção em curta-metragem?
Para participar de qualquer produção a "história-idéia-conceito- porquê" do projeto precisa me tocar, independentemente do tempo de duração do produto final. Acho que isso vale para curta, média, longa, videoarte, websérie, para pintar um quadro, para fazer uma dança, para fazer um teatro de sombras, de bonecas, de pessoas vivas, para tomar um café ou compartilhar uma conversa - algo de muito íntimo e de muito íntegro precisa estar me movendo. Algo como um ato de amor e de extrema curiosidade pela humanidade. E visto a saturação audiovisual que vivemos em nossa época, acredito que a pergunta de "por que determinada obra necessita existir?" é de suma importância. Vivemos todos sob constante fadiga e stress entre tantos estímulos de poluições visuais e sonoras, que não damos conta de absolver. Eu, pelo menos, não dou conta.

Por que os curtas não tem espaço em críticas de jornais e atenção da mídia em geral?

Não faço a menor idéia. Aliás tem muita coisa que precisava ter mais espaço na mídia em geral e que também não tem. Vale a pena lembrar que "mídia em geral" são empresas, em sua maioria privadas, que visam o lucro e vão dar espaço àquilo que acreditam lhes trazer mais lucro. Como escândalos. Faça um curta metragem sobre algum escândalo histérico com alguma celebridade do momento que seguramente a "mídia em geral" o veiculará.

E no meio desta cultura de histeria de massa, existem jornalistas e críticos sérios que tentam exercer sua profissão com a dignidade e humanidade que esta merece. No caso do cinema acho bastante importante a troca entre as pessoas que fazem os filmes, e aqueles que os assistem - tanto público, quanto críticos, que por princípio amam cinema e assistem a milhares de filmes. Acho que têm muito a dizer, quer gostem ou não do filme, isso é o de menos. O importante é a troca. É o filme ser relevante. É o eventual aprimoramento em busca da essência e intrinsecalidade do próprio filme. A final de contas, esta é uma arte meio metafísica: só existe quando alguém a está assistindo, e depois continua a viver na memória das pessoas, nas conversas e etc. Quanto aos espaços para os curtas... falei, falei e continuo sem saber.

Na sua opinião, como deveria ser a exibição dos curtas para atingir mais público?

Acho que as plataformas digitais estão indo bastante em direção ao curta ou curtíssimo. Um capítulo de websérie, por exemplo, tem em torno de 3 minutos. Mas para curtas mesmo, acho bem relevante sites como o PortaCurtas. E acho interessante quando vejo curtas antes de algum desenho animado, no cinema. Acho que pode ser algo a ser explorado também com filmes.

Nos ônibus e metrôs poderiam ter um sinal wireless que transmitisse curtas para você escolher e assistir em seu celular? É uma idéia...

Vale salientar a importância dos curadores neste caso, para que todos os nichos de interesse sejam contemplados...

Existem também os longas feitos com vários curtas... Quase como um livro com uma coletânea de contos...

Quando gosto de um diretor, vou normalmente atrás dos curtas que também dirigiu ou que dirige... normalmente é um espaço onde se pode arriscar mais, com orçamentos menores, e menos pressões.

É possível ser um cineasta só de curta-metragem? Vemos que o curta é sempre um trampolim para fazer um longa...

Existem cineastas cuja pegada é de curta mesmo... na literatura, Jorge Luis Borges é completo, íntegro, inspirador, genial, tendo escrito praticamente "só" contos. Ser sucinto é um dom.

O curta-metragem é marginalizado entre os próprios cineastas?

Isso eu também não sei. É difícil generalizar. Existem cineastas movidos por princípios tão diferentes entre si. O que é centro e o que é margem para cada um deles, eu não sei.

Pensa em dirigir um curta futuramente?
Se me vier uma idéia que me peça este formato, sim, com certeza.

segunda-feira, 12 de março de 2012

Tonico Pereira

Tonico é ator. Sua imagem popularizou-se com o personagem Zé Carneiro, no seriado ‘Sítio do Pica-pau Amarelo’. Desde 2008, integra o elenco de ‘A Grande Família’, da Rede Globo. No cinema, atuou em mais de 30 longas, seu último filme foi ‘Assalto ao Banco Central’.



O que te faz aceitar participar de uma produção em curta-metragem?
Um conjunto somatório de coisas que podem ser interessante, ou não.

Você possui uma sólida participação em produções importantes e históricas do cinema nacional. Quais as suas lembranças mais marcantes das produções em que atuou?
Toda vez que ouço a palavra ação, a produção se torna importante e vital, pois ela enfim esta se realizando.

Você sente alguma diferença de satisfação profissional entre fazer cinema, teatro e TV?
O prazer é o mesmo, pois estarei apresentando um amigo (personagem), a outros amigos (publico).

Por que os curtas não tem espaço em críticas de jornais e atenção da mídia em geral?
É o resultado de um mercado dominado pelo cinema americano, que também acanha a participação do longa brasileiro.

Como deveria ser a exibição de curtas para atrair mais público?
Lembro-me da obrigatoriedade antes dos filmes estrangeiros, era legal.

O que é necessário para vencer no cinema?
Me preocupo em ser ator, quanto a vencer, afasto esta ideia sempre que posso da minha cabeça.


Qual é o seu próximo projeto?
Não os tenho, sou um ator de aluguel.

domingo, 11 de março de 2012

Sady Baby, Mago do Eterno - Nilson Primitivo

Foi um dos maiores erros da censura que tenham permitido o que ocorreu com Sady Baby, pois ele converterá mais homens para a causa da evolução do que todas as obras do cinemanovo & udigrúdi juntas. Este titã monolítico, que servirá de inspiração a toda uma geração de evolucionários (incluindo eu), afirma toda a alegria da vida para fortalecer a sua vontade sobre-humana e se tornar imune contra todo o sofrimento humano que a futura evolução, forçosamente, eliminará consigo. Ele não é puritano nem ascético: numa certa ocasião chega mesmo a dormir num colchão d'água para desoprimir o seu impulso sexual. Treina o seu corpo com ginástica e levantamento de luxúria. Gerou muitos monstros. Não come nada que não carne crua e treina o seu raciocínio de forma semelhante, pela observação de dia e de noite de "apenas o essencial" (política sexual e ciências naturais) até que ele se apoderou da parte mais básica e mais profunda do conhecimento humano: o segredo da prosperidade. Só então o herói evolucionário se inicia na sua missão. Nada o desvia da sua causa, nem mesmo os interesses amorosos de uma bela jovem viúva rica, que ele recusa. Ele leva uma vida rigorosamente indisciplinada: decorre sem relógio, com tantas horas de observação, tantas orgias com exercícios, etc. E, é esta a mensagem da história, é apenas esta devoção que possibilita o novo homem. Ele encontra a redenção através da pós-política. E gerará ainda muitos monstros, ainda mais através do ‘fantasma’ que se tornou. Fantasmas, por definição, são misteriosos, assim, eles têm apenas um valor imaginário. Fantasmas só existem no futuro, no horizonte. Fantasmas são todas as coisas fascinantes que existem.

Nilson Primitivo é cineasta e colunista do blog Os Curtos Filmes.

sexta-feira, 9 de março de 2012

Luciano Amaral

Luciano é ator, conhecido pelo seu papel como Lucas Silva e Silva do seriado Mundo da Lua , na TV Cultura, já apresentou diversos programas (SBT, Canal 21, entre outros). Atualmente trabalha na PlayTV.


O que te faz aceitar participar de uma produção em curta-metragem?
Sempre recebo propostas para participar de curtas, mas a tendência é sempre receber roteiros com a mesma proposta. Acho q o fator principal para participar de um curta metragem é um bom roteiro e a possibilidade de fazer algo diferente do que já fiz.

Você sente alguma diferença de satisfação profissional entre fazer cinema, teatro e TV?
Acho que apesar de próximos e serem até certo ponto complementares, a satisfação profissional envolvida em cada um é diferente. Principalmente em teatro e cinema é onde conseguimos buscar a satisfação da experimentação, de buscar algo novo, abusar e testar. Já na TV não é sempre q você tem essa oportunidade, mas por outro lado possui na maioria dos casos uma visibilidade incomparável. A TV é muitas vezes um meio muito útil de fortalecer e propagar o trabalho que gostaríamos de fazer nos outros dois.

Por que os curtas não tem espaço em críticas de jornais e atenção da mídia em geral?
Por estar fora do modelo criado como algo rentável. Assim como temos espaço nas TVs para longas de todos os tipos, não entendo porque não abrir espaço para esses trabalhos também. Temos conteúdo de qualidade e quantidade suficiente para abastecer o mercado. Longas são constantemente editados, literalmente dilacerados por conta de tempo na grade, mas sempre estão presentes. Por trabalhar em TV atualmente e ser diretor artístico, esse é um ponto que venho brigando faz tempo, abrir espaço pra curtas na grade de programação. Espero que em breve tenhamos não só na PlayTv mas em outras também.

Como deveria ser a exibição de curtas para atrair mais público?
Acho q não percebemos isso no dia a dia, mas acredito que hoje consumimos mais curtas que antigamente. Isso por conta da Internet. Mesmo assim acredito que está longe do ideal e do potencial. Acredito que para atrair mais público a TV teria de fazer sua parte e colaborar exibindo-os. Muitos são contra a veiculação dos mesmos em TV, mas sou totalmente à favor. E isso seria bom para ambos os lados. Com a perda significativa de audiência da TV pra internet, além da diminuição de tempo do telespectador em frente à TV, o fato de colocar curtas na grade de programação vem de encontro ao desejo dos dois. Filmes mais curtos que se adaptem à essa nova realidade do telespectador, e por outro lado divulgação de um formato restrito e mal explorado pelo mercado.

Considera o curta-metragem um trampolim para fazer um longa?
Considero sim, pelo menos é o que vejo da maioria dos profissionais. Como sabemos o caminho não é nada fácil, mas ele serve de laboratório, experimentação e com o auxilio da internet atualmente, o que antes ficaria restrito à festivais, hoje pode ter uma visibilidade até considerável, abrindo o caminho para um longa.

Dá para o cinema nacional sobreviver sem subsídios?
Acho muito difícil. Pelo menos hoje é algo inviável do aspecto técnico. Produzir é muito caro hoje em dia, mesmo com o custo de equipamentos se tornando mais acessíveis com o passar dos tempos. Sem subsídios não seria possível termos a quantidade de produtos sendo lançados atualmente, por exemplo.

O que é necessário para vencer no cinema?
Para vencer no cinema é necessário uma série de fatores, não somente a questão financeira como a maioria pensa. Se engana também quem pensa que somente com técnica ou somente que um bom roteiro sejam suficientes para que determinado filme o faça alguém bem sucedido nessa área. O conjunto dos fatores é algo mais que necessário, se apoiar em profissionais de confiança é outro aspecto bem importante, mas acima de tudo, participar de festivais, se fazer reconhecido no meio e uma boa dose de divulgação são essenciais para que conheçam seu trabalho e o caminho seja duradouro.

Pensa em dirigir um curta futuramente?
Não, não almejo. Meu foco atual é bem diferente e estou concentrando minhas energias em outra área, mas o que não pode vir a acontecer e não descarto a possibilidade.

Qual é o seu próximo projeto?
Meu projeto atual é totalmente voltado à TV. Atualmente trabalho focado em programação jovem e na criação de produtos para esse público. Então posso dizer que meus projetos pro futuro são aqueles que venham de encontro ao que o jovem deseja consumir, mas prezando pela qualidade, com informação e bom gosto. Como disse anteriormente, abrir espaço na programação pra curtas de jovens diretores é um deles e espero que consiga em breve concretizá-lo.

quinta-feira, 8 de março de 2012

Luciano Chirolli

No cinema, estreia no premiado curta "A Escada", de Philippe Barcinski, em 1996. Com o mesmo diretor faz "A Grade" (1997). Seu primeiro longa é "A Grande Noitada", de Denoy de Oliveira (1997). Também atua em "Bufo & Spallanzani", de Flávio Tambellini.


O que te faz aceitar participar de uma produção em curta-metragem?
Primeiro a idéia, o roteiro e a certeza de que estou indo ao encontro de um grupo de pessoas apaixonadas pelo que faz! Sim, porque só os apaixonados gostam de curtas!!!!

Por que os curtas não tem espaço em críticas de jornais e atenção da mídia em geral?

Não é da nossa cultura prestigiar curtas,e não existe uma imprensa alternativa para a arte alternativa.

É possível ser um cineasta só de curta-metragem? Vemos que o curta é sempre um trampolim para fazer um longa...
Acho que depois de muita experimentação em digital, é bem possível existir um cineasta que passe a realizar só curtas em película. Me perdoe os modernos,mas para se consagrar no cinema especializado em curtas,tem que um dia abandonar o digital!!!!

O curta-metragem é marginalizado entre os próprios cineastas?
Nunca convivi com algum cineasta que tenha algum tipo de preconceito com curtas.

Como deveria ser a exibição de curtas para atrair mais público?
Acho que tem que voltar a ser Lei: a exibição de um curta nacional antes de qualquer longa. A iniciativa do Centro Cultural Banco do Brasil do projeto: Curta o Curta no almoço, fazendo com que o pessoal do centro faça da sua hora de almoço um prazer gastronômico e artístico, BEM BACANA!!!!!!

Pensa em dirigir um curta futuramente?
Sim.

Qual é o seu próximo projeto?
-Estou adaptando para o cinema (curtas, obviamente) algumas cenas de 2 livros: "ÁRVORES ABATIDAS" e "O NÁUFRAGO", de Thomas Bernhard.

quarta-feira, 7 de março de 2012

CURTA PASSIONAL - Carlo Mossy


ELEMENTAR PRODUÇÃO À DERIVA


A famigerada preguiça apossou-se do meu sempre celulóidico ser, monopolizando-o, inibindo o seu lado inventivo e intelectual, o que me fez culposamente ficar devendo um breve texto para esse prestigioso e passional Blog: “Os Curtos Filmes” do Rafael Spaca. Desculpem-me, e, também, o meu alter mandrião, leitores queridos.

Que tal adentrarmos na complicada fase do –inevitável- universo à enlouquecedora Produção?

Bem, como todos devem saber, a produção de um filme seja longa ou curta, engloba integralmente a fabricação de seu conteúdo e de sua ampla criação, até o projeto terminante, entregando a obra e/ou o projeto à distribuição - outro item assaz complicado e, por sua vez, claro, inexorável. No Brasil os curtas têm pouco espaço nos cinemas pra não dizer nenhum. Sobrevivem nos Festivais e cine-clubes.

Acontece que o papel de um tradicional produtor, ao longo dos anos, modificou-se em virtude das Leis e de legislações prolmugadas, modificando radicalmente sua estrutura estratégica primeira, como sendo produtores tradicionalmente de cinema. A estética moral/comercial metamorfoseou-se, inibindo sua contumaz performance como sendo cineasta. Hoje, um produtor em Pindorama, tem que virar um sórdido burocrata (advogado, contador e matemático), para que seu projeto exista e prossiga seu “natural” trajeto às telas.Os custos iniciais são elevadíssimos, e poucos, pouquíssimos se aventuram profissionalmente.

Em princípio, uma produtora se encarrega de administrar os custos de uma produção fílmica. Claro que hoje em dia, e de acordo as leis sancionadas há subvenções monetárias, que através de editais, captações e afins (nem sempre democraticamente subsidiadas às vezes às –merecidas- produtoras) locupletam uma produção cinematográfica de forma ágil, seja ela de longa-metragem ou de curta-metragem.

No meu específico caso, tratando-se de um longa que estou dirigindo e todavia filmando um docudrama intitulado GAROTA DE IPANEMA - O BAR, consegui verbas iniciais com dois comerciantes que não fazem parte do universo cinematográfico, e que podem ser intitulados como sendo Raros-Mecenas-Culturais. É raro, mas acontece existir.

O segundo angustiante passo é obter o Certificado de pontuação da empresa produtora, na ANCINE, e à sequência, o Certificado e autorização à captação de recursos financeiros para o filme em questão: oficias ou particulares. Trata-se, no meu tradicional e ainda romântico ponto de vista como visceral cineasta, uma via-crúcis que poucos conseguem atingir.

O inevitável cansaço burocrático e sem fim, perpetuado pelo diretor/produtor de um curta, aos enlouquecedores ditames burocráticos, os quais devem ser suplantados pelo cineasta ao longo de sua epopéica “luta” cinematográfica, se tornam um impiedoso obstáculo intelectual à sua sequência inventiva, e, sem saber, sempre movido pela paixão de realizador, seu produto fílmico se transforma num produto menor, se esse ainda conseguir ser finalizado. A ditadura escravocrata burocrática é o maior entrave à criatividade de um cineasta e à sua posterior continuidade, sobretudo para os importantes e talentosos curta-metragistas.

Carlo Mossy é diretor, ator, produtor, roteirista de cinema e colunista do blog Os Curtos Filmes.

terça-feira, 6 de março de 2012

Murilo Salles

Murilo é cineasta, diretor de fotografia e roteirista. ‘Premissa Menor, Primatas, Amém’; ‘Abc Montessoriano’ e; ‘Sebastião Prata, ou bem dizendo, Grande Otelo’ (documentário de curta metragem).


O que te faz aceitar participar de uma produção em curta-metragem?
Não sei... talvez o Projeto, a ideia, o conceito. Curta Metragem é um bom espaço para a experimentação...

Você sente alguma diferença de satisfação profissional entre fazer cinema e TV?
São coisas inteiramente diferentes... inclusive o genérico: fazer TV não existe! O que existe em TV é: dirigir uma novela, um programa de esporte, ser o jornalista responsável pelo Jornal Nacional. Dirigir o programa da Angélica. Isso não tem nada ha ver com fazer cinema.

Por que os curtas não tem espaço em críticas de jornais e atenção da mídia em geral?
Porque eles não passam em lugar nenhum além de Festivais!

Como deveria ser a exibição de curtas para atrair mais público?
Deveria “existir” a exibição... Não existe! Não sei porquê?!...

Considera o curta-metragem um trampolim para fazer um longa?
Sim.

Dá para o cinema nacional sobreviver sem subsídios?
Absolutamente não dá!

O que é necessário para vencer no cinema?
Ser uma pessoa com determinação, garra e talento para a coisa. Igual a qualquer outra profissão...

Pensa em dirigir um curta futuramente?
Pode ser sim, encarado como um espaço de experimentação narrativa seria MUITO bom!

sábado, 3 de março de 2012

EU CURTO - Kassandra Speltri

http://www.portacurtas.org.br/beta/filme/?name=os_fieis
“Os Fiéis” do Danilo Solferini é muito legal, bem filmado e dirigido, tem uma fotografia bonita (adorei a fotografia!), bons atores, o Rio de Janeiro, enfim, tem todos os requisitos pra ser um bom filme, acima de tudo pela temática: futebol!

Eu escolhi esse tema, não o filme e, na maior cara de pau, vou usá-lo para despejar minha indignação por essa paixão brasileira antiga.

Não se trata aqui de um manifesto contra o esporte futebol, eu adoro esportes, todas as terças, quartas e quintas feiras, às 8 da matina, quem quiser me encontra acompanhando meu filho nas suas aulas de futebol de areia. Sim! Ele tem um time do coração e, por conta da paixão por futebol do meu pai, ele se tornou um simpatizante fervoroso desse esporte que levou o Brasil à fama mundial!

Essa foi uma justificativa pra que eu não passe por “chatinha moralista”, mas é que eu não me conformo como a maioria dos torcedores (isso é fato incontestável) tem na ponta da língua o elenco do time favorito, e se duvidar dos adversários, mas não fazem a menor idéia de quem os representa politicamente. ISSO É INDIGNANTE!!!

Essa paixão exacerbada pelo time e apatia total pelos direitos humanos me pega, sabe? Todas as regras do jogo são lembradas e relembradas, depois cobradas por torcedores que coagem seu time do CORAÇÃO com violência truculenta a ganhar um campeonato de futebol! Em várias ocasiões se digladiam e destroem o patrimônio público sem nem questionar ou se dar conta de que quem paga pelo prejuízo com tantos impostos são eles mesmos, ou nós!

Que paixão é essa? Confesso que me constrange ver marmanjos chorando a derrota de seu time, indignados porque o técnico não trocou o jogador ou, sei lá, não está ganhando o tal campeonato.

Uma nação que gasta bilhões de reais pra construir estádios de futebol e vê seus parentes morrerem nas filas dos hospitais públicos não pode ser respeitada, sem falar nas regras do jogo! Nunca vi paixão assim pelo nosso país! Nunca vi nossa nação chorar a decadência política do nosso país! Nunca vi esses mesmo cidadãos lutarem por seus direitos e cobrarem eficiência dos seus governantes, cobrarem clareza nas regras do jogo, e depois cobrar que todos sigam essas regras de “organização e progresso”!!! Digo “todos” pros candidatos a quem ele mesmo deu seu preciosíssimo voto. É uma pena ele não dar valor ao seu poder de veto político!

Onde está a nossa dignidade? Nosso país é um caos e vamos sediar a Copa do Mundo!!! Isso não pode ser normal! Será que sou mesmo uma chata moralista que ainda por cima está gorando nosso sucesso? Não!! Definitivamente não!! Só desejo que nosso país desperte, que sejamos maduros politicamente, que saibamos escolher com propriedade quem nos representa e que estejamos conscientes da nossa força e poder na hora da escolha.

Quero muito que todos tenhamos na ponta da língua quem nos representa e principalmente quem não nos representa, não dá pra entrar no jogo do sistema tão passivos e equivocados assim… e tem mais uma coisinha, quantos atletas em potencial temos no nosso país que não têm e nem nunca vão chegar perto da oportunidade de se mostrar em Copa do Mundo ou Olimpíada ? MUITOS!!!! Somos o país mais fake do mundo! Entregamos de bandeja todas as nossas ferramentas pros gringos que usufruem o que temos de melhor, não só na indústria, mas também da parte humana!

É uma vergonha que alguns jogadores de futebol sejam tão ricos e nossos mestres/professores tão pobres! É uma vergonha saber que a maioria dos atletas profissionais de esportes “menos visados” sejam obrigada a levar sua paixão como hobby por não terem as condições e o incentivo que merecem! Acho uma vergonha!!!

É isso! Fica aqui meu post e peço desculpas à equipe do filme, espero não ter agredido ninguém, porque, pra mim, uma das funções da arte é a de despertar opinião mesmo! Mas não quero que ninguém concorde ou discorde, apenas que reflitam a respeito!

Kassandra Speltri é atriz, dramaturga, diretora, artista plástica e colunista do blog ‘Os Curtos Filmes’.

sexta-feira, 2 de março de 2012

Tatiana Lohmann

Tatiana formou-se em cinema pela FAAP – Fundação Armando Alvares Penteado. Passando por sonoplastia e produção, especializou-se em montagem. Hoje é fotógrafa, montadora e diretora, acumulando também a função de roteirista em seus projetos pessoais. Mistura em seu currículo documentários, videoclipes, videoarte e programas de TV (MTV e TV Cultura), tanto como freelancer como à frente da própria produtora, a Miração Filmes.


O que te faz aceitar participar de uma produção em curta-metragem?
Essa pergunta parece encerrar dentro ela um subtexto... afinal, porque eu não aceitaria participar de uma produção (independente da duração), já que esse é o meu modo de expressão, o cinema? O que me faz aceitar um convite, ou começar um filme, é a qualidade do projeto.

Por que os curtas não tem espaço em críticas de jornais e atenção da mídia em
geral?
Principalmente porque o curta não está inserido no circuito comercial. Filmes de longa-metragem com menos apelo comercial ou aqueles que não estão ligados a um sistema de distribuição forte também sofrem esta mesma situação.

Na sua opinião, como deveria ser a exibição dos curtas para atingir mais público?
Como há muito tempo não faço um curta não tenho uma resposta pronta pra te dar. Mas estive concorrendo na mostra competitiva do Festival do Rio 2010 (com um longa documental, Solidão & Fé) e gostei de assistir às sessões da Première Brasil, que exibiam sempre um curta antes do longa, como era antigamente no circuito de cinemas.

É possível ser um cineasta só de curta-metragem? Vemos que o curta é sempre um trampolim para fazer um longa...
Provavelmente um cineasta só de curtas terá dificuldade de alcançar visibilidade suficiente pra conseguir apoio financeiro pros seus projetos.

O curta-metragem é marginalizado entre os próprios cineastas?
Não creio.

Pensa em dirigir um curta futuramente?
Penso. Quero fazer longas de ficção, mas experimentei pouco esse gênero. Embora não ache que o curta seja apenas “trampolim para o longa” creio que ele pode cumprir esse papel de ser um caminho para o aperfeiçoamento e a experimentação.

Revista Cinema Caipira de março

A revista Cinema Caipira ISSN 1984-896x, número 37, já está disponível para encomenda e download gratuito em diversos formatos. Para comemorar o terceiro ano da revista, a edição de março traz várias novidades como a galeria de imagens, que este mês contou com o artista Goma de São Paulo, um pôster bônus do filme "Sonhos" e além disto a presença de códigos de barras para leitura via smartphones. Através destes códigos o leitor poderá receber materiais exclusivos vinculados aos artigos. Para saberem como utilizar os códigos acessem http://pt.wikipedia.org/wiki/Código_QR

Neste mês contamos com os seguintes artigos;

“A retomada tem nome: Selton Mello”
de Rafael Spaca


“A pichação, os pichadores e o arquivamento do si; Os Filmes de pichadores sobre a pichação”
de Daniel Mittmann

“Botucatu coloca o interior no cinema”
de Luiz Carlos Lucena

“Precisamos Falar sobre Kevin”
de Raoni Reis

“Alegoria e catástrofe em La soufrière”
de Tatiana Hora Alves de Lima

OBS: Os participantes desta edição tem direito a uma revista, bastando enviar por e-mail seus endereços.

revista folheável para leitura online

revista para impressão em arquivo pdf
http://www.4shared.com/office/YJMjKArx/revista37_imp_.html

arquivo ePub para leitura em celulares e tablets
http://www.4shared.com/file/ZLPpSSs5/37_-_Grupo_Kino-Olho.html

para encomendar a revista no valor de R$7,00 cada ou assinar a anuidade por R$70,00, envie e-mail para jpmiranda82@yahoo.com

Para quem quiser ler somente o meu texto, segue aqui:

A retomada tem nome: Selton Mello

Desde 1995 ouço falar na “retomada” do cinema brasileiro. O filme que inicia esse processo é ‘Carlota Joaquina’, da cineasta Carla Camurati.

Mas para falar desta “retomada”, preciso dar um passo para trás e contextualizar o leitor. O então Ministro da Cultura, Antonio Houaiss, cria a Secretaria para o Desenvolvimento do Audiovisual, que passa a liberar recursos para produção de filmes, cria-se então o Prêmio Resgate do Cinema Brasileiro. Depois, com o nome de Lei do Audiovisual, ela entra em vigor no governo do Fernando Henrique Cardoso.

O filme de Carla Camurati é financiado, em parte, por este programa, conquista a bilheteria e a crítica, concorre ao Oscar e parte da nossa população passa acreditar na propaganda, enganosa, que o cinema nacional volta a respirar.

Depois de ‘Carlota Joaquina’, qual filme, ou melhor, quais filmes vieram depois?

Conseguimos de fato conquistar as distribuidoras estrangeiras, as nacionais, o público daqui e de fora com os nossos filmes? Houve mesmo um movimento revolucionário incendiando nosso cinema?

Conseguiamos assistir as produções nacionais nas salas de cinema? Conquistamos espaços? A televisão exibe nossa produção ou só rarissimas excessões?

Minha resposta é negativa para todas as questões levantadas até aqui. Por isso, gosto de aplicar o termo “retomada” a uma pessoa: Selton Mello.

Seu posicionamento e postura dentro e fora das telas ocasionaram essa mudança. A partir dele o cinema começa a triunfar. Primeiro na sua figura carismática, que arrasta multidões ao cinema. Depois, ao levantar a bandeira do cinema em “detrimento” da televisão, atiça a classe (de atores) que passa a acompanhar sua luta.

Rodrigo Santoro, Wagner Moura, Lázaro Ramos, entre outros, inspirados nessa postura, passam a dar prioriadade aos trabalhos no cinema e valorizar, com suas respectivas imagens, nosso audiovisual.

Selton transita na produção, atuação e direção de filmes. Não foram poucas as vezes que li uma entrevista com determinada atriz ou ator que diziam “quero ser como o Selton Mello’.

De certa forma a televisão “aprisiona” os profissionais e dificilmente, pela carga horária de trabalho que as produções impõem, esses profissionais conseguem conciliar um trabalho extenso com uma produção de tempo curto. O teatro é a “obrigação” de todo ator que se preze, mas fica na retina. O cinema é glamour e hoje está na moda.

Atualmente o nosso cinema respira sem ajuda de aparelhos, não alcançamos ainda um modelo ideal, mas há uma reviravolta significativa.

Como diretor, Selton Mello defende uma terceira via para o cinema brasileiro, entre o filme grande, o arrasa-quarteirão, e o miúra, tão pequeno que, em geral, passa despercebido pelo circuito. Essa é a grande sacada!

Não podemos tentar ser como Hollywood, mas também não podemos ser invisiveis. Prêmios da crítica e elogios na imprensa à parte, acredito que a grande mensagem que Selton deu ao audivisual do país foi esse: é possível fazer cinema no Brasil.

Muitos atores, atrizes e profissionais entenderam o recado.

Rafael Spaca, radialista, autor do blog Os Curtos Filmes (http://oscurtosfilmes.blogspot.com/).