quinta-feira, 28 de junho de 2012

Enciclopédia Ilustrada do Mossy

GEORGIA QUENTAL
(EM DUAS SINGELAS PARTES)

Avenida Nossa Senhora de Copacabana, em desvairado e assimétrico clima outonal carioca, um pouco antes do canibalesco almoço que me aguarda impassível e gastronomicamente belicoso, tudo acontecendo nesse mágico espaço territorial do Rio. Rio de janeiro, relíquia pecaminosamente geográfica, donde a natureza se incorpora à natureza humana femeal, gloriosamente visceralizada às universais práticas prazerosas. Copacabana, donde estranhamente as ideias as mais concupiscentes se tornam sublimes e românticas. Mar poluído, areia açucarada, corpos malhados de rapazes e moçoilas semidespidos com aparente e enganador ar blasé, de pé ou deitados, sempre em primeiro plano vocacional de quem os observa ao longe, do calçadão da Avenida Atlântica, olhos e espíritos fascinados pelo carnal. Ao fundo, um horizonte azul desfocado nos convida à descoberta oceânica. Copacabana, local encantatório que frequento duas ou três vezes por semana. Ao adentrar na inefável região do agrião agridoce, um misto de exótico com pecaminoso, perambulo tal um zumbi consciente dos meus devaneios moleques de sessentão, qual um saudoso babaca, eletrizado por esse mítico bairro da Zona Sul do Rio de Janeiro e pelas suas vulcânicas fêmeas, sejam. Jovens, adultas, avós, todas com um significado divinal por quem as admira inconteste.

Que me desculpem os paulistas e demais populações intercontinentais das cores da Ordem e Progresso, mas se torna impossível não afirmar que o nevrálgico Rio de Janeiro não continua sendo uma Cidade -milagrosamente- Maravilhosa.

Estaciono meu carro nas vagas rotativas da rua. Pago três reais (valor oficial são dois reais), e com uma puta fome que me persegue intransigente desde a manhã quando ainda me encontro no bairro da Ilha do Governador, Zona Norte do mesmo Rio, onde habito, me dirijo a passos largos até o portuga do galeto, restaurante famoso da periferia de Copacabana, local gastronômico que costumo frequentar assiduamente, em especial, às quintas-feiras, quando tem bacalhoada espanhola à deriva. Paradoxo histórico: restaurante português servindo bacalhoada espanhola. A democracia da gula existe. E, ao atravessar obedientemente no sinal, quem encontro do outro lado da calçada comprando óculos escuros num –suspicaz- camelô de rua?


GEÓRGIA DE LUCCA QUENTAL, ex-Miss Rio Grande do Norte, (apesar de ter nascido em Porto Alegre em 1939) uma das manequins mais belas e famosas do país e que ficou apenas em sétimo lugar, quando todos juravam que ela ficaria entre as três primeiras colocadas, durante o Concurso de Miss Brasil de 1962. 

Em entrevista exclusiva à revista FATOS & FOTOS, de 30/06/1962, Geórgia Quental declarou:  

“Disseram, no meio da semana, que o júri não me colocaria entre as três primeiras por motivos que nada tinham a ver com minha plástica. Diziam que os juízes estavam com medo que eu fosse me portar mal nos Estados Unidos ou na Inglaterra. Vivem dizendo que sou maluca, que não tenho responsabilidade. De certo, acharam que eu não ia aparecer nos programas marcados para a Miss Brasil. Mas isso é absolutamente injusto. Não estou revoltada. Fiquei triste só porque me classifiquei atrás de Miss Estado do Rio, Miss Espírito Santo e Miss Rio Grande do Sul”.

A revista FATOS & FOTOS fez a seguinte observação à questão:


"Ao contrário do que se esperava, porém, Geórgia não criou nenhum caso. Soube perder como muitas não sabem ganhar. Chorou um pouquinho, sim. Mas logo disfarçou, discretamente”.

Pois é, minha gente, eu estava novamente ao lado de minha ex-funcionária artística e celulóidica, Geórgia Quental, quarenta anos depois, e além de belíssima miss, magnífica atriz que participou em dois filmes meus: OH QUE DELÍCIA DE PATRÃO -1973 e COM AS CALÇAS NA MÃO -1974.

Sempre elegante, de trejeitos finos qual uma rainha, todavia reinante, cabelos mi curtos num corte Chanel selvagem, vestindo uma calça jeans básica, ah, impossível não me hipnotizar diante uma mulher de olhares e maneirismos superativos, todavia bela e jovial, aos inexoráveis 73 anos.

- E aí, princesa, vamos almoçar?

- Ai, que susto! Quanto tempo, Mossy!

- Quanto tempo Geórgia!

- Eu já almocei, mas uma sobremesa e um cafezinho eu topo.

Carlo Mossy é diretor, ator, produtor, roteirista de cinema e colunista do blog Os Curtos Filmes.

quarta-feira, 27 de junho de 2012

Tânia Granussi


Tânia é atriz.  Atuou no filme ‘Fluidos’ de Alexandre Carvalho e ‘Febre do Rato’, com Claudio Assis.


O que te faz aceitar participar de trabalhos em curta-metragem?
Como atriz, aceitar um trabalho em curta depende de vários fatores, mas principalmente se os valores a ele agregados compensam a dedicação do intérprete. Frequentemente levo em conta o conceito artístico implícito no trabalho e explicitado pelo roteiro. E também a "intimidade" que se tem com o diretor. Um amigo artista sempre merece uma atenção especial que rompe com as exigências clássicas. Em suma, é importante que entre interprete e criador haja uma troca justa, favorável a ambos.

Por que os curtas não têm espaço em críticas de jornais e atenção da mídia em geral?
Na verdade, as mídias específicas se encarregam de gerar o espaço para os curta metragens. Há vários sites (pouco acessados é claro) em que encontramos um marketing favorável aos curtas.  Por outro lado, a "grande mídia" parece reconhecer o curta metragem como uma obra de qualidade inferior. Há realmente uma lacuna no berço midiático que poderia acolher o curta e fomentá-lo à sociedade. Talvez o "desinteresse" resida no fato de que os curtas não agreguem profissionais de renome.

Na sua opinião, como deveria ser a exibição dos curtas para atingir mais público?
É a primeira vez que penso em uma estratégia para exibição de curtas metragens. E fico pensando mesmo de QUEM é realmente esta responsabilidade. Gosto muito da idéia de tirar o cinema de dentro das salas, dos edifícios privativos para que ganhe conotação pública, no melhor sentido da palavra. Há uma iniciativa assim na Zona Leste, onde acontece o "Cine Campinho" que acolhe os espectadores num pequeno campo de futebol para exibição de filmes.

É possível ser um cineasta só de curta-metragem? Vemos que o curta é sempre um trampolim para fazer um longa...
Não sei se precisamos categorizar a condição do cineasta. Ela já parece uma categoria artística tão exótica e rarefeita. Assim como não há titulações como "atriz de teatro, cenógrafo de cinema, ator de curtas, etc" acho importante mantermos as funções no exercício maior de sua arte, e por assim dizer, assumir a integralidade do conceito de ARTISTA. É cineasta e pronto.

O curta-metragem é marginalizado entre os próprios cineastas?
Não posso dizer certamente o que há por trás de algumas marginalizações na arte, mas acho que alguns cineastas acabam "interiorizando" a opinião pública e principalmente da mídia, e acabam fazendo delas, as suas opiniões. Aliás, é assim que a crítica funciona, não há tantas pessoas que vão ver uma espetáculo simplesmente por que "a crítica indicou", ou deixam de ver um filme, exatamente por terem assumido as "verdades" de um crítico.

Acho que o momento é favorável para dizimarmos alguns "tradutores" nos nossos contatos com a arte, e mesmo com o próprio curta metragem.

Pensa em dirigir um curta futuramente?
Não penso na condição de ser uma diretora, mas sinceramente ajudaria muito como ROTEIRISTA. Adoro escrever, e reescrever, e apagar tudo para fazer melhor. No fundo, nem sei se isso é uma qualidade. (risos)

segunda-feira, 25 de junho de 2012

BISTURI - Rejane K. Arruda

Odete Lara em Boca de Ouro: A Plasticidade de uma Personagem Popular

Em tempos em que o pós-dramático ganhou força, devemos nos questionar sobre os rumos da atuação de cunho dramático-realista. A dicotomia, expressa no campo do teatro é ressonância da ideia contemporânea de fragmentação atrelada à autonomia de outras plasticidades que não a da ficção. A plasticidade do corpo torna-se uma chave junto ao som, o desenho da luz, a imagem; as camadas que diferentes materiais constituem, justapostas, não mais convergem para a criação da plástica ficcional; a palavra ainda tem o seu lugar, menos pelos efeitos de significação, mais pela plasticidade, ritmo e dinâmica da sua sonoridade.

No entanto, a atuação de cunho dramático-realista continua tendo um lugar em nossa cultura e o cinema pode ser tomado como seu herdeiro. Neste contexto, uma atuação como a de Odete Lara em “Boca de Ouro” (filme de 1963 de Nelson Pereira dos Santos a partir da peça de Nelson Rodrigues) instiga-me à reflexão sobre os princípios ali implicados. Observa-se o desenho, o movimento e as transformações (a plasticidade, portanto) de um percurso de ações internas e o que podemos ler como um pensamento da personagem: subjacente, “subtexto” (Stanislavski). Pensamento este atrelado a um ritmo por sua vez provocado pelo revezamento de ações que podem ser nomeadas; como “fechar a cara” em oposição a “sorrir alegremente” - quando Guigui se dispõe a falar de Boca de Ouro (Jece Valadão).

Contando com a imagética dos hábitos de um cotidiano popular, a atriz lança mão de uma plasticidade típica: a sensualidade nada vulgar com certo traço de sofisticação se junta ao deboche tipicamente brasileiro; a raiva contida no ponto certo, cotidiana (e a cotidianidade tem a propriedade da repetição e do automatismo) reveza-se com “a nobreza de uma cascavel” ou “uma conivência passiva cheia de relutância”. Ou, ainda, o excesso - quando sabe da morte de Boca: “Mataram o meu Boquinha!”. Com destreza, ela reveza os registros, criando o que, por fim, é a sua obra: a “Dona Guigui”.

No mais, a fala oferecida pela dramaturgia do Nelson Rodrigues cumpre um papel de enquadramento sonoro cujo estatuto valeria a pena interrogar. 

Rejane K. Arruda para a BISTURI, junho de 2012.

quinta-feira, 21 de junho de 2012

Otto Guerra

Nome forte da animação seu primeiro curta é ‘O natal do burrinho’, depois vieram filmes como ‘Treiler – uma última tentativa’, ‘O reino azul, o longa Rocky & Hudson, baseado nas tirinhas do cartunista Adão Iturrusgarai e Wood & Stock: sexo, orégano e rock’n’roll, baseado nos personagens dos quadrinhos criados por Angeli.

Qual é a importância histórica que o curta-metragem tem no cinema brasileiro?
O curta é uma maneira acessível de fazer cinema sob todos os aspectos. Uma narrativa curta é mais fácil de executar.

Por que os curtas não têm espaço em críticas de jornais e atenção da mídia em geral?
Existe espaço na mídia sim, para curtas que se destacam. Os primeiros filmes que produzi e que tiveram repercussão foram todos curtas.

Na sua opinião, como deveria ser a exibição dos curtas para atingir mais público?
Eles deveriam ser exibidos antes de longas nos cinemas, mas esse assunto é polêmico. O Canal Brasil faz um trabalho ótimo nesse aspecto, com curtas brasileiros. Acredito muito na internet como forma do curta atingir um grande público. No Brasil existem vários portais que abrigam esse tipo de trabalho, por exemplo: Petrobrás Porta Curtas. Todos os curtas que produzi estão disponíveis ali.

É possível ser um cineasta só de curta-metragem? Vemos que o curta é sempre um trampolim para fazer um longa...
Acredito que existam malucos que passam suas vidas fazendo curtas-metragem. Para mim de fato funcionou como uma espécie de aprendizado ou aquecimento para realizar longas-metragens. Mas tem espaço cada vez mais para curta. O fenômeno mídia digital gosta de coisas rápidas e tem imensa demanda de material.

O curta-metragem é marginalizado entre os próprios cineastas?
Não creio. Hoje mesmo assisti dois curtas do Rodrigo John, diretor e roteirista que trabalhou conosco em diversos roteiros, inclusive de longas, e é muito arrebatador esse formato de cinema.

Você dirigiu curtas, todos premiados. O que te levou a trabalhar com esses projetos
Eu fazia quadrinhos e depois na animação me vi obrigado a fazer filmes para propaganda. O curta me trouxe de volta à ficção.

O que te fascina trabalhar com animação em curta-metragem? Quais os maiores desafios? 
Contar histórias é uma coisa que sempre me fascinou. Fazer filmes em 35mm era de fato um desafio, graças que tudo isso mudou e o maravilhoso mundo digital veio pra ficar. Hoje em dia fazer um filme ficou bem mais factível.

Pensa em dirigir um curta futuramente?
Fizemos um curta em 2006, o ‘Nave Mãe’. Pretendo seguir fazendo, gosto muito do formato.

terça-feira, 19 de junho de 2012

Sessão de Terapia - Waleska Praxedes

Existem dezenas de livros que analisam o cinema sob a ótica da psicanálise.  Nos filmes de Woody Allen, as sessões de psicanálise servem como confessionários modernos. O que seria da neurótica Natalia, personagem principal do seriado Adorável Psicose (Multishow) se não fosse a sua terapeuta Dra Frida? No seriado Aline ( Globo), a própria surtava e levava seu psicólogo a loucura.

O tema virará seriado do canal GNT e estreará em 1 de outubro.  “Sessão de Terapia” terá direção /produção de Selton Mello e roteiro de Drika Nery, Ricardo Inhan e Marília Toledo. A produção é uma adaptação da série “BeTipul” idealizada pelo israelense Hagay Levi que nos EUA se chamou “In Treatment”. Hagay formado em psicologia, fez terapia durante 20 anos e revelou que o sucesso de “BeTipul” se deve á ausência de ação e ao roteiro franco, com diálogos excelentes. As pessoas do seriado não parecem dissimuladas, são sinceras.

Gabriel Byrne estrelava In Treatment, no Brasil, caberá a Zécarlos  Machado o papel do terapeuta Theo. Ambientada num consultório de psicanálise, que fica na casa de dr.Theo, “Sessão de Terapia”  mostra na maior parte do tempo atores sentados e econômicos até em seu gestual. O objetivo é mostrar a fala do paciente e não retratar a rotina deles, por isso os atores precisam ser genuínos em seu sofrimento. Alguns assuntos abordados pela série: transferência erótica do paciente para o analista, culpa, aborto. Atores que enfrentarão o divã como pacientes: Maria Fernanda Cândido, Sérgio Guizé, André Frateschi, Mariana Lima.

Ambientada num consultório de psicanálise  mostra na maior parte do tempo atores sentados e econômicos até em seu gestual. Gabriel Byrne estrelava Caberá a Zécarlos  Machado o papel protagonista da trama, o  terapeuta Theo.

A neurótica mais adorável do Multishow está de volta e com novidades. Na nova temporada de “Adorável Psicose”, que estreia no dia 19, às 22h, Natalia conhece um cara novo, que vai disputar seu coração psicótico com o cara de bigode. Este e muitos outros dilemas são assunto para muita análise com a Dra Frida e para os novos episódios, protagonizados por Natalia Klein, que também assina os roteiros.

No seriado Adorável Psicose.

Waleska Praxedes é atriz, produtora, roteirista, diretora e colunista do blog Os Curtos Filmes.

sábado, 16 de junho de 2012

Tássia Camargo

A atriz foi a primeira apresentadora do Vídeo Show, no seu primeiro ano de exibição, em 1983. Trabalhou em novelas como ‘Tieta’ e ‘O Salvador da Pátria’. No cinema, ‘Banana Split’, ‘Corpo e Alma de Uma Mulher’, entre outros trabalhos.


O que te faz aceitar participar de trabalhos em curta-metragem?
O que me faz aceitar um convite primeiramente é saber quem é o diretor. Depois o texto que tem de me agradar muito.

Por que os curtas não têm espaço em críticas de jornais e atenção da mídia em geral?
Não só o cinema tem esse problema. O teatro também tem. Por quê? Também não entendo.

Na sua opinião, como deveria ser a exibição dos curtas para atingir mais público?
A divulgação deveria ser igual a uma divulgação de uma nova novela que entrará no ar. Ter esse espaço de mídia televisiva que é tão importante.
  
É possível ser um cineasta só de curta-metragem? Vemos que o curta é sempre um trampolim para fazer um longa...
Sim é possível. Conheço vários cineastas que só fazem longa metragem, mas não significa que seja fácil.

O curta-metragem é marginalizado entre os próprios cineastas?
Não acredito nisso. Conheço vários curtas que ganharam muitos prêmios.

Pensa em dirigir um curta futuramente?
No momento não. Gosto muito de documentários

Qual é o seu próximo projeto?
Fazer um longa metragem com Luis Carlos Lacerda.

sexta-feira, 15 de junho de 2012

Carlos Reichenbach

Tive a oportunidade de entrevistar o cineasta Carlos Reichenbach no dia 06 de junho de 2007. Ele chegou um pouco atrasado para a Sessão Comodoro, projeto que comandava no CineSesc. Após a explanação dele, Carlão sempre fazia uma introdução antes da exibição, conversamos sobre cinema.

Não tinha marcado essa entevista com ele. Mesmo assim, na saída da sessão, ele me atendeu muito bem e concedeu uma bela entrevista.


A entrevista foi publicada e pode ser conferida aqui: http://oscurtosfilmes.blogspot.com.br/2009/09/carlos-reichenbach.html

quinta-feira, 14 de junho de 2012

Clarissa Kiste

Clarissa fez o Teatro Escola Macunaíma e formou-se bacharel em Interpretação na Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA/USP). Seu papel de maior destaque é a personagem Luisa, da série policial "9MM - São Paulo", do canal Fox. No cinema, atuou em dois longas-metragens: "Trabalhar Cansa" (2010), de Marco Dutra e Juliana Rojas, e "Carmo", de Murilo Pasta. Nos curtas-metragens: "O Lençol Branco", de Juliana Rojas e Marco Dutra, "Vontade", de Manoel Rangel, "Nervos de Aço", de Ed Andrade, e "Que Fazer?", de André Luís de Luis.


O que te faz aceitar participar de trabalhos em curta-metragem?
Os curtas-metragens são um espaço, em geral, de experimentação. Como não tem tanta grana envolvida quanto num longa, a equipe que trabalha num curta tem mais liberdade criativa e pode testar coisas novas. E, em geral, o ator também sente essa liberdade no seu trabalho, o que é muito bom e muito produtivo.

Por que os curtas não têm espaço em críticas de jornais e atenção da mídia em geral?
Porque acho que ainda não encontraram a fórmula certa para eles serem consumidos pelo público. E se não tem público, não atrai a atenção da mídia, e assim, cada vez mais, os curtas ficarão condenados às salas de cineclubes, circuitos alternativos e festivais.

Na sua opinião, como deveria ser a exibição dos curtas para atingir mais público?
Ninguém vai sair de casa e ir ao cinema pra ver um filme que vai durar quinze minutos. Mas vai sim a um festival com seis filmes de quinze minutos. Ou então, vai adorar ver um curta bacana antes da sessão de um longa. Sei que já existem esses festivais, mas se eles saírem do circuito alternativo e ganharem outros meios de massa, como antes dos trailers de filmes blockbusters, por exemplo, pode começar um movimento de valorização dos curtas, que pode inclusive levar grandes nomes do cinema, grandes diretores, e até mesmo atores conhecidos da TV a voltarem a experimentar esse formato.

É possível ser um cineasta só de curta-metragem? Vemos que o curta é sempre um trampolim para fazer um longa...
É possível ser um cineasta só de curtas, mas acho economicamente inviável. Se o cineasta leva sua carreira como diretor de curtas-metragens como um segundo trabalho, vivendo de outras coisas como trabalho em publicidade, por exemplo, ele consegue produzir só curtas no cinema. Agora só fazer curtas e viver disso, acho meio impossível. E acho também natural, depois de um certo tempo experimentando esse formato de histórias curtas, que a pessoa queira se aprofundar um pouco mais, construindo uma história mais longa.

O curta-metragem é marginalizado entre os próprios cineastas?
Acredito que não. Mesmo porque a maioria deles começou a carreira ou pelo menos fez um ou outro curta na faculdade de cinema, então acho que eles veem o curta-metragem com muito carinho, como uma maneira de começar a carreira de cineasta, ou até mesmo de experimentar ideias que não teriam estofo para preencher duas horas de filme.

Pensa em dirigir um curta futuramente?
Sinceramente, acho que não... minha praia é outra.

terça-feira, 12 de junho de 2012

Heitor Dhalia



Qual é a importância histórica que o curta-metragem tem no cinema brasileiro?
O curta é uma plataforma de aprendizado e experimentação estética. A maioria dos diretores nascem no curta-metragem. O curta é um formato interessante e aponta para o futuro. No Brasil, temos uma forte tradição de curta-metragem. Tanto aqui quanto no resto do mundo, o curta tem conseguido ganhar espaço e interesse de um público que gosta de cinema. O curta é um formato encantador.

Por que os curtas não têm espaço em críticas de jornais e atenção da mídia em geral?
Não, na verdade, por uma razão simples. O curta é destinado para um publico específico e não o público geral, que é o público que lê jornal. O curta é formato que normalmente passa apenas em festivais e alguns poucos programas de TV. Acho que a atenção poderia ser maior. Mas isso é difícil até para o longa-metragem conseguir este espaço.

Na sua opinião, como deveria ser a exibição dos curtas para atingir mais público?
Na verdade, isso é uma coisa difícil. Devido a própria essência do formato. A narrativa curta é sempre mais específica. Na literatura é assim também. As pessoas tendem a se envolverem com histórias de maior fôlego, porque o investimento e resposta emocional costumam serem maiores. A falta de tempo também é um fator. Acho que o mundo virtual é uma boa forma do curta crescer de importância. Também cinemas e TVs poderia se dedicar a reservar um espaço ou construir programações especiais dedicadas a isso...

É possível ser um cineasta só de curta-metragem? Vemos que o curta é sempre um trampolim para fazer um longa...
É sim tem pessoas que nunca fazem a transição para o longa-metragem. Isso tem muito a ver com o que você quer dizer. E qual o tipo de linguagem que você aprecia como diretor. No entanto, para mim, parece um caminho natural. O longa é irresistível.

O curta-metragem é marginalizado entre os próprios cineastas?
Não, todo cineasta gosto de curta. Mas depois de um tempo, você passa para a outra fase do game. Você quer construir narrativas maiores, com mais alcance de exibição, público e uma profundidade narrativa maior. O longa permite que você desenvolva personagens. O curta é um tiro. Todo que mundo que faz cinema gosta de curta. Adoraria faze outro curta, por exemplo.

Você dirigiu curtas. O que te levou a trabalhar com esses projetos?
Só dirigi um. Por um razão simples, comecei no cinema tarde. Tinha que correr atrás do tempo perdido. Fiz um curta e três longas. E estou preparando mais 2 para este ano.

Conte como foi filmar "A Pantomima da Morte", seu processo de criação, produção e direção.
‘A Pantomima da Morte’ foi um curta experimenta inacabado que filme com 18 anos de idade. Meu primeiro curta mesmo foi o ‘Conceição’. O processo de criação e excussão foi divertido, mas não profissional. Tenho boas recordações.

Conte como foi filmar "Conceição", seu processo de criação, produção e direção.
‘Conceição’ é uma homenagem ao Recife onde morei 23 anos. Foi uma volta para casa. Adorei fazer. Minha primeira experiência séria no cinema. Filmar, na minha cidade, com um equipe super boa. Amei a experiência. ‘Conceição’ é a minha porta de entrada no cinema. Com este filme ganhei muitos prêmios e viajei o mundo todo. E me tornei um diretor. Devo tudo a este filme.

Pensa em dirigir um curta futuramente?
Tentei fazer um ano passado, mas não consegui. O orçamento ficou tão caro que resolvemos desenvolver a idéia para longa. Mas não desisti ainda. Ainda vou rodar mais um curta-metragem na minha carreira de diretor. Viva o curta-metragem.

domingo, 10 de junho de 2012

Homenagem

O blog ‘Os Curtos Filmes’ que no mês de agosto irá completar quatro anos no ar, será homenageado pelo ‘DISSEMINAÇÃO’, Mostra de cinema e vídeo experimentais (http://www.disseminacao.com.br/).

A homenagem é em referência ao seu trabalho pela divulgação e valorização da produção cinematográfica nacional.

Esta é a segunda homenagem que o blog recebe. No ano passado o FIIK, de Rio Claro, prestou uma homenagem ao blog.

Divido essa conquista com todos vocês.

Rafael Spaca.

sexta-feira, 8 de junho de 2012

Ari Cândido

Ari cursou cinema na Universidade de Brasília. Em 1971, ameaçado pelo artigo 477 da Lei de Segurança Nacional, partiu para a Suécia. De Estocolmo foi para Paris, onde, à partir de 1975, continuou sua formação em cinema na Nouvelle Sorbonne. Seu primeiro curta, ‘Martinho da Vila Paris 1977’, capta a passagem do sambista carioca por Paris. No Brasil, realizou mais três filmes: ‘O rito de Ismael Ivo’ (2003), retrato biográfico do bailarino negro; ‘O moleque’ (2005), ficção baseada num conto do escritor Lima Barreto; e ‘Pacaembu, terras alagadas’ (2006), documentário sobre o bairro paulistano. Reconhecido ativista da comunidade negra, Ari Candido coordenou o Projeto Zumbi e foi um dos idealizadores do Dogma Feijoada – movimento cinematográfico disposto a questionar os estereótipos e o modelo perverso de representação do negro veiculados pelo cinema e pela TV.


Qual é a importância histórica que o curta-metragem tem no cinema brasileiro?
Enorme. Vamos tentar medi-la?Só pra ser mais recente em 1978 a Resolução 52 da Concine votou (mas o que valeria o voto ainda na Ditadura  de 78 não é mesmo?)de  que o curta-metragem deveria acompanhar um longa nas salas comerciais...Quem cumpriu??Alguns exibidores ao pé da letra até sim,só que apenas para "cumprir e encher linguiça" a recomendação do Concine! Na redemocratização do País  então que vem junto com a ANistia de 79 em diante ...a coisa esfarelou-se no pó da esteira do Brasil - que tava certo em seu bojo e anseio popular- primeiro DEMOCRACIA E DEPOIS ESSES ITENS CORRELATOS DELA  VIRIAM PER SI SÓ!!! Que nada...estamos em 2010 findando e batemos na mesma tecla...porque não foi comtemplada e nem levada a ferro e fogo tanto pelos órgãos governamentais,paralelos,sindicais e mesmo pelos cineastas em si!!Verdade seja dita né?

Mas uma coisa mudou....alguns nem aperceberam-se disso...E olha que não vou botar a culpa no"povo"telespectador não?!O curta-metragem brotou de tudo que é lugar dos rincões brasileiros urbanos ou não...ou seja em 'terra que adubando dá,tudo deu!'Olhe só....um exemplo: o nosso próprio-nesse 2010 que finda-se ...consegui ir para alguns festivais de cinema nacionais e internacionais. O de Los Angeles-LALLIF 20910-mesmo- colocou na tela do Boulevard Hollywood- nas salas do complexo onde reúne-se o 'glamour' mundial puxadas pelo carro chefe da sala Kodak Theater - onde é feita a entrega do Oscar, com certeza portuguesa não é mesmo? Visionou curtas-metragens do mundo latino- especialmente mexicanos(pela proximidade da  violenta fronteira da mesma com os EUA-contou com até a presença do prefeito de  LA que leva por decorrência dessa maciça presença mexicana -nome americano-mexicano !) mas de todo o continente Latino!e não é que tivemos 3 curtas-metragens brasileiros-corajosos defensores do curta....brasileiro em LA- já que foram escolhidos 5 longas-metragens brasileiros - e os curta metragens não receberam nenhum apoio nem pra copias legendadas em inglês, nem pra nada- exceto uma passagem(Ari Candido-com Jardim Beleléu=Heaven garden) não da ANCINE ou do MINC e seus respectivos departamentos de cinema- mas sim  do Ministério de Relações Internacionais -Itamaraty - DEPTO DE AUDIOVISUAL !!?E aqui não vai nenhuma critica aos órgãos citados acima é apenas para CONFIGURAR- o espaço reservado ao curta-metragem, Que floriu muito nos últimos anos em sua produção,qualidade e visualização nacional e internacional- é que infelizmente ainda não "fala grosso"-tanto para os dirigentes do cinema nacional ao nível governamental- tanto para os próprios cineastas e sem falar nos içados atuais  coordenadores e curadores de inúmeros festivais de cinema nacional!!!!Exemplifico: alguns cineastas de longa-metragem (como se o longa-metragem lhe desse credencial para tal):esperneiam e gritam nas barbas expostas do INC e Órgãos do Cinema Governamentais e até chegam a intimida-los...quando gritam por copias,passagens e hospedagens para festivais e mostras internacionais,,,já os curta-metragistas com se fossem do clero baixo....ficam gritando...até cansarem ou ficarem roucos...de raiva!!!Bom pra fechar esse item...O que vi em LOS ANGELS no LALLIF 2010-Los Angeles Latino Film Festival (com salas lotadas e ingressos vendidos!!!)foi melhor em conteúdo,estética e emoção e denuncia algumas até mesmo singelas...do que vi em longa-metragem! Desforra?Recalque?!Inveja acobertada?!Alma lavada!Que nada foi a pura verdade que meus olhos ,mentes e alma presenciou e saiu-se gratificada! E mais : pelo que vi nesse Brasil de Festivais,Mostras de 2010 emito a mesma opinião. Sem nenhum ensejo beligerante de nossa parte. Apenas :constatação pra que tem olhos, ouvidos, tino histórico e percepção além dos umbigos. E nem consultei ainda o 'povo telespectador'- e olha HEIN?!que curtas estão chegando em formas e vias variáveis à eles...sejam em pontos de cultura, festivais, mostras, encontros, oficinas, etc...

Critica: alguns filmes ditos de longa-metragem independente do gênero, etc... deveriam ficar...como curtas-metragens ou no máximo médias....Coisa mais chata do mundo do audiovisual é alguém ter a coragem de dizer que: Puxa, não precisa encher/esticar tanto...que a narrativa perde até seu impacto e esfarela-se num “auto-comtemplo’-logo: virei cineasta de longa metragem !´fácil não é mesmo?!vale o inverso pra curta metragistas: coisa mais chata desse mundo é alguém virar pra ti e dizer:Puxa, bem que podia ser um longa -metragem!! não é mesmo?!

Por que os curtas não têm espaço em críticas de jornais e atenção da mídia em geral?
Porque é o reflexo direto do dito exposto acima. Mas que mídia poderia ajudar isso sim, porque não deve ser a dona contemplativa de tudo que está ai... só para ser comentado ou noticiado como fato,evento,etc...Não é mesmo, cutucão construtivo e formação/informação jornalística teria um belo papel à cumprir. Quem se habilita?!(além de enfrentar as pautas e pauteiros?)E já faz tanto tempo que a tecla incessante bate no mesmo ponto não?!Algo de novo poderia ser construído... pouco à pouco...mas sempre e com resultados a médio e longo prazo com certeza mesmo!

Na sua opinião, como deveria ser a exibição dos curtas para atingir mais público?
Batemos sempre Na mesma tecla: porque não vinga?!Exibido antes e adequado com o tempo dos longas. Nas salas comerciais. E mais: na Tevê Aberta. Chega de ficar vendo apenas em Tevê comunitárias, publicas, TV Cultura, Festivais, etc... e em separado!!que casamento é esse que não dá certo? Então que façam-se sessões de vários curtas em tempo de longa metragens(ou seja acima de 60 minutos!) Respeitando os devidos espaços conquistados: O Festival de Curta Metragens de SP dirigido pela competente Zita Carvalhosa e o Festival Internacional dirigido pelo competente Leon Cacoff deveriam fazer um pré -matrimonio de ideia visando expansão nacional e latino incubadora?! não é mesmo? Nessa enorme Paulicéia que tá cansada de ser desvairada...cinematograficamente falando...

É possível ser um cineasta só de curta-metragem? Vemos que o curta é sempre um trampolim para fazer um longa
Sim pode... Relativo: Já vi muito cineastas das 2 pontas; curta ou longas quebrarem a perna em acrobacia. No entanto, que não arrisca não petisca ou vamos construir patrimônio como os rios que vão indo até desaguarem no oceano??Acho que foram os casos tanto de um Buenuel como de um Glauber Rocha não? Entre tanto outros...

O curta-metragem é marginalizado entre os próprios cineastas? 
Não, mas bem que poderiam sair desse auto = clube contemplativo e seguir o lema: que "tamanho não é documento até mesmo no basquetebol "e sim a extensão e força criativa de suas ideias...e algumas saibam distinguir: QUEM DITA O TAMANHO DA SUA OBRA É O TAMANHO DO |FOLEGO DE SUA IDÉIA E CRIAÇÂO e algumas   servem/acomodam-se  pra curtas e outras pra longas...E cineasta que se auto preze deveria responder sempre essa perguntinha básica, mas essencial....Porque corre o risco de ser atropelado ou perder o controle- pela sua própria narrativa=trocando em miúdos pela dinâmica do seu próprio filme (criatura!!) e estória....

Pensa em dirigir um curta futuramente?
Futuro próximo não... Explico: Todo cineasta curta-metragista ou não, realiza seus "balanços" podem ser anuais ou cíclicos.. Alguns de tanto ciclos...acabam reavaliando o todo de sua produção e acúmulo de experiências e vivencias vividas cinematográficas. Alguns ainda lançam-se em toque de ou "agora ou nunca mais"...Será o caso do Arnaldo Jabor em seu último filme?!Não sei é apenas um palpite. É que o 'fôlego' cinematográfico é movido pela paixão nos projetos e idéias que conseguiram chegar a tela- (ou então contenta-se acanhadamente  na telinha de TV ou mesmo visionado em alguns festivais e até Cineclubes ou Mostras Paralelas...até mesmo em ditas retrospectivas...) -ou seja "deram as caras=deram a luz"! Nos projetores...em salas!

Algumas ideias e projetos ficam pelo caminho, diluem-se no tempo e espaço: " e alguns projetos morrem por si só...não envelhecem ,mas morrem simbolicamente.

Existem projetos que continuam latentes/pululantes  na alma dos cineastas...convivem em  "nossos espíritos"... alguns até conseguem sem nenhuma maldade de outren's serem literalmente abordados por outros cineastas, sejam nacionais ou não. No momento tô "acertando contas" com o passado porque de tanto calejar um sonho antigo- (apesar de alguns cineastas desejarem e "rodearem o” tema desse sonho - que aconteceu há mais de cem anos no Brasil) - -o de realizar meu primeiro filho /filme de longa quilometragem ou seja longa-metragem brasileiro- o roteiro já faz tempo está "germinando" assim como a pesquisa do tema-que é histórico no Brasil e somente agora que o mesmo completa mais de um século de ter acontecido e que tenho calejado por mais de 35 anos é que: sinto-me pronto e preparado para esse desafio...que ´só de pensar aqui nas imagens e interpretação e desenrolar plástico do mesmo'- dá me calafrios- aliás é esse o nosso fogo-fátuo- que nos alimenta ) ...não de medo, mas de prazer - ao deslumbrar em meu quarto sagrado e de segredos da 'cabeça e alma'.

E o melhor disso tudo : é que agora sim com patrimônio acumulado avaliado -graças ao exercício de realizações de curtas-metragens - Não porque é curta!!!..é que a História e  Estória não cabem num feixe luminoso só  e nos   limites da fronteira espacial do curta - metragem- por isso tem que ser um  longa metragem!

E sinto-me somente agora à 'altura' de carregar essa historia comigo e muitos outros - para leva-la até a tela e oferecê-la como um banquete digno de merecimento!! O tema??Não conto !! Mas todo dia sai algo sobre: -   na Imprensa, livros, etc....

Mas voltemos a vossa pergunta e resposta especifica: tenho 3 projetos de curtas-metragens que estão suspensos até que o futuro -queira vingar-se:

a)A fruta que chora uma lenda indígena lindíssima- que fala de uma fruta que chora....vermelho como sangue da vida!(de tanto participar de Editais  curta-ficção em que o projeto  não é comtemplado-protelei o mesmo, mas um dia....)

b)curta-metragem ficção: um curta baseado num poema fantástico do poeta Castro Alves...e por incrível que pareça uma linda história e estória de uma casal de negros escravos apaixonados no Brasil na época da chegada da família real ao Brasil!...que preferem à morte e assim o fazem nus e entrelaçados!! - já que na realidade não lhes foi permitido/concedido viverem esse amor mútuo....porque a linda mulher escrava  nesse caso fora perseguida e deflorada como "objeto possuído  do prazer do filho de um senhor real de escravos"!!!....(qualquer comparação à atualidade de mulheres nessa situação na atualidade como trabalhadoras ou filhas rurais e ou urbanas ou domésticas "...é mera e simples coincidência...!!!?....)

c)projeto de curta-metragem mescla de ficção e documentário plástico inclusive como uma forma inovadora  de "clip" musical- que unirá 3 cantoras jovens(todas muito jovens e talentosas demais da conta afro-brasileiras:  

- uma de Imperatriz no Maranhão...

- outra nascida na em meio da guerra na Angola-África mas de pai do recôncavo baiano!!Que por incrível que pareça o mundo a geografia e os sonhos vem de família de ex-escravos angolanos - que nessa região Bahia do Recôncavo do massapê onde  é abundante e farta: por ter recebido a maior parte de escravos angolanos no Brasil colonial!!

- e a terceira: filha de um eminente músico brasileiro e um dos maiores percussionistas brasileiros vivo que conheço há mais de 40 anos- e da região de Minas Gerais.

Novidade disso tudo??!: Reuni-las (reuni-las) num filme plástico e com imagens das regiões, sonhos, cantos, sons e intimidade reveladora entre as 3 que não se conhecem entre si!!!Que serão "descobertas individualmente "em breve pelo mundo musical .E que esse  filme( o filme e não Eu) seria pré-catalizador e revelador profético de suas trajetórias ,mas que no filme estariam plasticamente reunidas em dose TRIPLA!!

Portanto, eis ai minha resposta, dá pra vislumbrar que esse futuro também triplo de curta = metragens...estão meio "engasgados" em minha alma e paixão latente e quiçá venham  a se realizar - num futuro pretérito!!...quem sabe?!