terça-feira, 3 de julho de 2012

Ana Kutner

Ana é atriz, filha dos atores Paulo José e Dina Sfat, participou e episódios do seriado ‘A Grande Família’e ‘Geral.com’. Atuou no espetáculo teatral ‘A Mecânica das Borboletas’.

O que te faz aceitar participar de trabalhos em curta-metragem?
Em geral participo de curtas de amigos, então sempre tem uma questão mais pessoal. Mas claro que o roteiro é o que mais me norteia quando opto por um determinado curta.

Por que os curtas não têm espaço em críticas de jornais e atenção da mídia em geral?
Olha, também não sei. Mas acho que em geral temos muito pouco espaço de mídia para a arte num todo, uma vez que temos praticamente o monopólio de um único jornal de grande circulação, que acaba determinando muito o que "deve ser visto ou não". Me interesso muito pela imprensa eletrônica justamente por ver que há mais espaço de divulgação e intercâmbio de linguagens, fora o fato de que o leitor  pode interagir imediatamente  com o que lê, o que torna tudo muito mais interessante. 

Na sua opinião, como deveria ser a exibição dos curtas para atingir mais público?
Todos as salas de cinema no Brasil deveriam ter a obrigação de antes de qualquer filme , nacional ou não, a exibição de um curta-metragem nacional. Isso geraria um mercado imenso de curta- metragem no país!

É possível ser um cineasta só de curta-metragem? Vemos que o curta é sempre um trampolim para fazer um longa...
Acho que sim. Esta linguagem mais de síntese que o curta exige pode, e deve ser cada vez mais explorada verticalmente, radicalmente. Por estas características vejo curta metragem como uma linguagem muito exigente e instigante! Mas na prática o que se vê é que como está cada vez mais difícil conseguir captar recursos para a realização de um longa , o curta acaba suprindo uma necessidade de expressão artística pessoal, sendo muitas depreciado por aqueles que o realizam.

O curta-metragem é marginalizado entre os próprios cineastas?
Um pouco. Mas espero que isto mude. É a mesma ignorância de dizer que assistente de direção de cinema é um trampolim para dirigir. Ser um bom assistente de direção em cinema é quase tão importante quanto o diretor, e os que são,  são disputados a tapas pelos diretores, e nem todos querem necessariamente dirigir. A linguagem de curta deveria se firmar com a mesma autonomia.

Pensa em dirigir um curta futuramente?
Quem sabe, um dia, me atrevo.