sexta-feira, 12 de abril de 2013

Gabriela Alves


 
Aos cinco anos você representou um "anjinho de asa quebrada" no Sítio do Pica-pau Amarelo. Essa foi a sua primeira experiência em televisão?
Minha estreia mesmo foi no especial do Silvio de Abreu chamado ‘Caixa Forte’, mas como figuração. rs... Eu tinha apenas 3 anos de idade e estava acompanhando minha mãe que faria sua primeira participação na TV. Por fim, a produção me colocou para fazer uma cena, e estreamos juntas.  

Entre os 15 e os 20 anos você decide parar com a "vida de artista" alegando que os trabalhos estavam prejudicando seus estudos. Essa decisão, pouco comum, atendia a que critério naquele momento?
Em verdade, parei durante este período para usar aparelho fixo, pois era muito dentuça. Naquela época ainda era algo "diferente" uma adolescente usar aparelho. Assim, aproveitei para cursar o magistério e morar fora, em NY, onde fui estudar inglês.

Você chegou a ser pressionada pela família a se tornar uma atriz?
Tudo se deu de forma muito natural. Cheguei a morar num camarim de teatro com apenas 2 anos de idade quando minha mãe se mudou para SP para encenar uma peça no antigo teatro Aplicado, atual Bibi Ferreira. Ou seja, respirei da poeira do teatro bem pequena e logo fui trabalhar na TV. Mas quando me perguntavam o que eu queria "ser quando crescer"... eu dizia "mãe". Este era meu verdadeiro sonho... ;) 

Assim que concluiu o curso de magistério, decidiu ir para os Estados Unidos estudar teatro em Nova Iorque. Para se sustentar, trabalhou como vendedora de sorvetes. Gostaria que falasse dessa passagem em sua vida.
Não fui estudar teatro, mas estudar inglês e dar um tempo. Na época minha mãe estava indo muito para NY, pois tinha gravado um "single", e estava com uma música tocando nas discos. Assim, fui ter uma nova experiência, tinha 17 anos e, sem dúvida, morar fora sempre traz grandes aprendizados. :) 


Quando voltou para o Brasil, trabalhou como relações públicas e organizadora de eventos para reconquistar os contatos, sendo uma das primeiras hostess a atuar no Brasil. Por ser filha de artistas, sua biografia vai contra aquela “tese” que a vida artística (beneficiada pelos pais) é mais fácil, concorda?
Minha mãe nunca teve o "poder" de me colocar em nada, até porque ela também está na batalha. As pessoas criam uma mística de que ser filho de artista ajuda, é claro que nascer no meio traz algumas facilidades como conhecer algumas pessoas influentes, entender como funciona a área, a mídia, os prós e contras de ser ator etc... mas isto não determina nada até porque às vezes a cobrança é maior, sem contar que ainda pode haver algum tipo de comparação o que não é agradável uma vez que cada ser humano tem algo a oferecer seja no trabalho ou na vida. 


Seu pai, Juan Toulier, foi um artista plástico, mas poucos conhecem seu trabalho. Pode comentar sobre a trajetória artística dele?
Meu pai era bem mais velho que minha mãe. Eles se conheceram numa escola de artes, quando minha mãe tinha 14 anos, mas devido a uma diferença de 21 anos, viveram uma espécie de amor platônico até o meu avô tirar minha mãe da escola. Quando minha mãe completou 21 anos foi passar as férias na Bahia onde, por acaso, reencontrou meu pai com quem se casou em seguida. Creio que eu tinha que nascer!! rs... Enfim... meu pai era peruano e tinha um trabalho muito bonito e amplo que ia desde obras mais folclóricas, seguindo as influências de sua ancestralidade a trabalhos mais abstratos e contemporâneos. Nasci no meio de telas e cores embriagada pelo cheiro das tintas. Amo artes plásticas e pinto e desenho desde pequena. No momento, além da peça com a qual estou em cartaz – ‘O Incrível Dr. Green’, estou finalizando um roteiro em homenagem ao meu pai que tem como pano de fundo o universo da artes plásticas. ;)





 
Você atuou em diversas novelas, como ‘Despedida de Solteiro’ (1992), ‘Mulheres de Areia’ (1993), ‘Tropicaliente’ (1994) e ‘Salsa e Merengue’ (1996), numa sequência alucinante se pensarmos no grau de exigência e sacrifício que a telenovela impõe a uma atriz. Como e por que “engatou” trabalhos nessa sequencia tão curta?
Foi realmente uma época próspera, a repercussão da novela ‘Mulheres de Areia’ foi muito grande e abriu muitas portas. Foi também uma época em que estava mais focada nas artes e em meu trabalho de atriz. Uma época maravilhosa, sem dúvida que me ensinou muito sobre a carreira e a arte de atuar.  


Em qual momento você considera que a sua carreira deslanchou?
Creio que ‘Mulheres de Areia’ foi realmente um marco em minha vida. Já tinha quase 20 anos de carreira, mas ainda não havia feito novela. É impressionante o poder da novela no Brasil sem contar que foi um dos maiores sucessos da TV.  


Você fez novelas na Rede Globo e no SBT. Quais as dores e as delicias de trabalhar nessas duas emissoras?
A Globo tem um know-how inquestionável na linha de dramaturgia, por isto, maior estrutura e técnica. O SBT tem potencial, mas creio que seu foco maior seja a linha de show, o que é uma pena se considerarmos a quantidade de ótimos profissionais que temos no mercado e o fato do público adorar novela. No entanto o SBT fez sua história seguindo a linha de show, portando é compreensível que seja sua prioridade.  


Gostaria que falasse da sua participação no seriado ‘O Pagador de Promessas’(1988).
O Pagador de Promessas’ foi uma minissérie dirigida pela Tizuka Yamasaky baseada na obra de Dias Gomes. Foi um trabalho bacana, mas devido à censura tivemos mais da metade da série cortada. A obra tinha como pano de fundo várias questões político-sociais, como a questão da reforma agrária, a corrupção política dentre outras que feriam diretamente a hipocrisia social na qual vivíamos e em que infelizmente, ainda vivemos. No entanto, ainda estávamos à mercê da censura, o que fez com que a obra fosse completamente recortada. Era uma superprodução que possuía um elenco era fenomenal de atores como Walmor Chagas, Mario Lago, Diogo Vilela, com quem tive a honra de contracenar bastante, José Mayer, Joana Fomm, Stênio Garcia, Nelson Xavier, Osmar Prado, Regina Dourado e outros grandes nomes da TV. Foi realmente uma pena. Espero que um dia ainda passem a obra completa.



 
Entre seus trabalhos na televisão, o que mais lhe deu projeção foi Mulheres de Areia?
Sem dúvida nenhuma. Mas também teve outros trabalhos que marcaram como O Anjinho do Sítio do Pica-pau Amarelo, a Pitanga da novela ‘Tropicaliente’, a Sacramento de ‘Tocaia Grande’, a Zulema de ‘Marisol’ e, recentemente a Odete de ‘Amor e Revolução’ que, embora tenha sido apenas uma participação, me rendeu muitas críticas bacanas.

Devido à sua participação nesta telenovela, lhe dando projeção nacional, foi que rendeu a capa da revista masculina mais famosa do país? Aos 25 anos você posou para a Playboy...
Foi uma proposta inusitada, confesso. Primeiramente porque estava fazendo um papel pequeno na novela ‘Salsa e Merengue’. Embora minha participação estivesse me rendendo muitas matérias era um trabalho despretensioso que tinha como único diferencial o fato de eu dançar salsa na trama. E como na época posar para a Playboy era uma espécie de status para uma atriz, fiquei realmente surpresa! Segundo porque nunca me imaginei numa revista masculina. Aceitei apenas porque queria morar fora do país, dar um tempo para mim e estudar cinema. E foi o que fiz assim que saiu a revista. Precisava deste tempo para alçar novos voos, me redescobrir. Foi como se estivesse me desnudando para uma nova vida... Além disto, representou um rito de passagem da menina para a mulher, uma vez que até então eu só fazia personagens brejeiras. 

Logo após a publicação, aos 26 anos, se afasta da carreira de atriz e passa a se descobrir em outras áreas. Como foi esse momento? O que causou essa reviravolta?
Estava em crise com minha carreira sem acreditar muito no que estava fazendo. Sempre fui muito idealista e procurei fazer apenas trabalhos que me falassem a alma. E de repente eu me vi tendo que aceitar determinados papéis que nem sempre condiziam com a minha verdade com o que queria fazer no momento, simplesmente porque era o meu ofício, porque precisava sobreviver da arte. E isto para mim era muito doloroso, era como se minha alma não estivesse ali. No Brasil temos um desafio relativo a isto, uma vez que a quantidade de produções não é grande, e que a qualidade é menor ainda. Assim, para se viver da arte há que se ter muito jogo de cintura para não se corromper artisticamente e conseguir sobreviver de seu ofício. Compreendi durante este processo que não sou uma operária da arte, mas uma artista. Preciso acreditar no que faço, meu coração precisa estar presente, caso contrário, sou apenas uma marionete fazendo o que me mandam. Foi uma época de muitos questionamentos. Sentia um chamado interno para estudar outras coisas, para me aprofundar em mim mesma, me espiritualizar, bem como, para me expressar artisticamente de outras maneiras. Queria escrever, sentia que poderia contribuir mais compartilhando minha forma de ver a vida, minhas reflexões, meus pontos de vista e falar de assuntos que sentia que eram mais pertinentes à evolução humana, ao desenvolvimento de cada individuo. Assim, resolvi aceitar a proposta da Playboy desde que fosse dentro dos meus critérios e que me garantisse um retorno financeiro que pudesse dar vida a esta busca.
 

Foi nesse momento que você se aproximou da música, tornando-se cantora e desenvolvendo projetos de música?
A música veio quando voltei de NY. Lá estudei cinema, mas ao voltar reencontrei um amigo, o músico e dramaturgo Luiz Duarte com quem, eventualmente, acabava cantando em rodas de música na casa de amigos. Um belo dia, numa destas brincadeiras, nos olhamos e nos propomos levar esta parceria a sério, foi daí que nasceu o meu namoro com a música.  

Você subiu ao palco com o projeto “Caetaneando”. Gostaria que falasse desse projeto.
O show ‘Caetaneando’ foi justamente o show que deu vida à este amor pela música. Até então eu só cantava no chuveiro e em rodas de música como disse antes. Ainda assim, não tinha muita intimidade, mas foi um trabalho despretensioso que me trouxe muito contentamento. Estava no palco com um grande amigo cantando músicas de um dos grandes compositores brasileiros, Caetano Veloso. No show, além de cantarmos, falávamos as músicas em tom de poesia, o que me dava também a oportunidade de expressar minha veia teatral.  

Foi pela música que você aceitou o desafio de fazer a novela mexicana ‘Marisol’ no SBT, onde interpretava uma cantora?
O vídeo do show foi parar nas mãos do Silvio Santos que mandou me chamar para interpretar a Zulema, uma cantora de cabaré e vilã da trama. Fiquei muito feliz com o convite, pois além de atuar e cantar faria minha primeira vilã e ainda moraria em São Paulo, que sempre foi minha segunda casa. O mais legal de tudo é que tive o aval de escolher o meu próprio repertório o que me deu a oportunidade de cantar alguns dos grandes clássicos da MPB em homenagem a nomes como Tom Jobim, Chico Buarque, Lupicínio, Cartola dentre outros. 

Em recente entrevista você criticou a postura do SBT em importar uma produção da Televisa. O que mudou de Marisol pra cá?
Não foi exatamente uma crítica, mas uma observação: uma vez que temos tantos dramaturgos talentosos no Brasil e que fazemos a melhor novela do mundo, não vejo porque importar uma novela para ser produzida aqui se ainda temos tantas diferenças culturais. Para mim, não faz sentido. Por isto fiquei muito feliz com a iniciativa do SBT de gravar a novela ‘Amor e Revolução’, pois além de terem investido numa produção ousada, era uma obra mais do que pertinente aos brasileiros, já que retratava um dos momentos mais marcantes de nossa história.  

Marisol, lhe proporcionou a oportunidade de voltar com projetos musicais. Viajou para vários lugares com o espetáculo solo “Coração na Boca”, cantando clássicos da MPB que faziam parte da trilha da personagem da novela. Como foi isso?
Sim, ao me dar conta do repertório que tinha nas mãos, eu e Max Robert, um dos músicos que participava da novela, resolvemos dar uma nova roupagem às músicas e montar o show ‘Coração na Boca’ que, primeiramente foi apresentado no Crown Plaza. A resposta do público foi tão incrível que logo entramos em estúdio para dar vida ao CD, sob o mesmo título. A produção e direção musical tanto do show como do CD foi próprio Max e do conceituado instrumentista Celso Pixinga que deu uma cara bem lounge aos arranjos. Infelizmente, embora tenhamos conseguido algumas propostas de distribuição, não conseguimos negociar o CD com nenhuma gravadora, pois foi produzido numa época de baixa da indústria fonográfica o que chegou a quebrar algumas gravadoras, mas foi muito bacana a experiência. Cheguei até a vislumbrar uma carreira de cantora!! Rs... Mas hoje vejo apenas como um dos meus talentos, não necessariamente, uma carreira.
 

Você excursionou o país com a banda Kitsch.Net, cantando sucessos bregas, dos anos 60 e 70, com uma releitura eletrônica e muita teatralidade. Há um tempo você se vestia também com roupas que faziam referências aos anos 60. Essa é a década que mais lhe atrai? Se sim, por que?
Foi uma delícia participar do Kistch.net!! Nos divertíamos muito!! Era uma grande brincadeira onde misturávamos teatro, música e humor... Na banda além de cantar eu fazia a direção cênica e era responsável pelo look. Sempre gostei de moda, embora nunca tenha sido escrava dela, mas adoro algumas épocas, em especial os anos 20, 40 e, é claro, 60. Hoje em dia, faço uma mistura no guarda roupa, mas sempre com referências clássicas. 

Um espetáculo que marca o seu currículo é “Bregópera”, que narra os encontros e desencontros de um casal, cantados por hits dos anos 80, como foi esse trabalho?
Pois é... rs... Estava num momento brega da minha vida!! Rsrs... Na mesma época em que estava começando a banda fui convidada para participar da peça, foi uma coincidência engraçada, mas em verdade, foi um momento de boom da moda kitsch que estava resgatando os clássicos deste gênero nas pistas de dança. A experiência de integrar o elenco de ‘Bregópera’ foi maravilhosa, pois conheci pessoas muito queridas como o Markinhos Moura, com quem dividia os palcos, ícone dos anos 80. 

No ano passado você retorna a televisão e participa da novela Amor e Revolução exibida pelo SBT. Como foi participar dessa produção?
Sinto-me honrada por ter participado da novela. Embora talvez não tenha alcançado o retorno esperado, foi uma iniciativa maravilhosa que nos deu a oportunidade de conhecer mais os bastidores de um momento muito difícil e doloroso para o país, ao mesmo tempo muito rico de ideais e de grande heroísmo, uma vez que muitos deram suas vidas em nome de um país mais justo e livre. Encarnar a Odete Fiel, nome da personagem que vivi na trama, foi a oportunidade que tive de homenagear a tantas mulheres que enfrentaram não apenas as diferenças políticas e sociais da época em nome de uma causa mais que nobre, mas o fato de serem mulheres, um preconceito a mais vivido por estas heroínas.  

Como foi voltar ao SBT após as críticas que fez em relação ao pouco investimento que a emissora fazia na dramaturgia nacional?
Foi tranquilo. Como disse, fiquei feliz por eles estarem novamente investindo em dramaturgia e, sobretudo, na NOSSA dramaturgia. Percebi que havia maior comprometimento por parte da empresa em relação à qualidade o que me deu esperanças de ter mais um concorrente estabelecido no mercado. Para nós artistas não apenas é mais uma porta que se abre, mas a possibilidade de, por meio da concorrência, se investir em maior qualidade.  

Atualmente é impossível uma atriz ter opinião?
Puuuxaaaa!!! Espero que NÃÃÃÃOOOO porque tenho muitasss!!! Rsrsrsr.... Bem... falando francamente, não vejo muitas pessoas se esmerando em fazer da sua arte algo que inspire e traga reflexões pertinentes à sociedade, o que é uma pena, uma vez que a arte tem um poder transformador. Para mim, TODO artista tem um compromisso com a sociedade, pois somos, querendo ou não, porta-vozes de alguma opinião, de algum ponto de vista. Somos espelhos da humanidade, e servimos como modelos sociais. Portanto, creio eu, que seja de fundamental importância termos maior reponsabilidade acerca do que “vendemos” com nossa imagem. A arte, para mim é algo sagrado, não apenas um mero produto. Após participar da novela Amor e Revolução, pude compreender também que perdemos muito o compromisso social que nós artistas tínhamos como base do que acreditávamos. Transformar a arte num mero produto de entretenimento é a prova de que ainda vivemos sob as sequelas de toda opressão vivida nos anos 60 e de que, por mais que tenhamos nos tornado um país democrata, ainda não nos tornamos democratas, mas parte da engrenagem do capitalismo. A democracia só se estabelecerá de fato quando voltarmos a ser um país pensante.
 

Sua participação no cinema ainda é tímida, constam dois filmes ‘Sonhos de Menina-Moça’ e ‘Era Uma Vez...’, pensa em trabalhar mais em cinema?
Ironicamente, o que eu mais amo é cinema, tanto que estudei para me tornar cineasta. Como atriz, ainda pretendo trabalhar mais no cinema, até para ganhar Mais intimidade com este máquina. Mas minha grande paixão é a escrita, por isto vou investir mais na dramaturgia para quem sabe, participar mais (do cinema) por trás das câmeras.  

Pensa em dirigir cinema, um curta-metragem?
Além da escrita, a direção é algo que me atrai muito, até porque sou atriz e adoro trabalhar com atores. Como conheço este universo, falamos a mesma língua o que facilita a comunicação. Adoro quando vejo um grande ator em cena, imediatamente me dá vontade de trabalhar com ele e logo o meu lado dramaturgo e meu lado diretor começam a esboçar as possibilidades. rs... Estou vislumbrando ao lado de alguns profissionais, a possibilidade de filmar um curta meu em breve e assim que meu longa estiver pronto (há que se fazer vários tratamentos até considerar um roteiro pronto!), começarei a fazer algumas leituras com os atores em paralelo com a pré-produção. Minha ideia é dirigir o filme, por isto quero propor ao elenco um verdadeiro mergulho em suas personagens a fim de trazer para a tela a verdade de cada uma, sem os vícios corriqueiros do ator. No momento estou adaptando para o cinema a peça Muito Tempo Juntos, do meu amigo e jornalista João Luiz Vieira. A peça será transformada em curta e deverá ser filmada em breve sob minha direção tendo no elenco a atriz Nyrce Levin, com quem atuo na peça ‘O Incrível Dr. Green’.

Tem a intenção de projetar uma carreira no exterior?
Não tenho mais pretensão de fazer isto enquanto atriz. Para ser bem sincera, enquanto atriz, pretendo fazer apenas aquilo que me fala a alma. Meu foco maior agora está na dramaturgia e na direção. Mas por detrás das câmeras é bem possível que trabalhe no exterior. Ao menos, tenho alguns projetos que gostaria de rodar fora do país. 

Para finalizar, gostaria que falasse o que é preciso para vencer no audiovisual brasileiro.
Uiia... Acho que nas artes em geral tem alguns fatores que podem ser de grande ajuda, embora acredite que cada um tenha o seu destino e que o mais importante é ouvir o seu chamado interior. Em primeiro lugar, perseverança, pois o talento a gente desenvolve; em segundo, preparo, pois de nada adianta o talento se não soubermos o que fazer com ele; e em terceiro, é claro, talento que é o dom que cada um traz dentro de si. A seta que indica para onde devemos caminhar. Mas o mais bacana é o que descobrimos ao longo desta caminhada. ;)