sexta-feira, 31 de maio de 2013

Cláudio Curi

Cláudio Curi é um ator e cantor. Atuou na telenovela ‘A Escrava Isaura’ (versão da TV Record). No Cinema, entre outros, esteve em 'O beijo da Mulher Aranha' de Hector Babenco, 'Forever' de Walter Hugo Khouri, 'Capitalismo Selvagem' de André Klotzel e 'Boleiros' de Ugo Giorgetti.
 
O que te faz aceitar participar de produções em curta-metragem?
Geralmente são participações afetivas, pois, nós atores, somos muito solicitados pelos estudantes de cinema e as produções de curtas geralmente não têm cachês para os atores profissionais. Aceitamos. também, quando gostamos do roteiro ou quando, como já disse acima, somos ligados, por amizade, com algum cineasta como foi o caso do último curta que fiz Sonho de Valsa, de Beto Besant, filme este que já participou de vários festivais.
 
Por que os curtas não têm espaço em críticas de jornais e atenção da mídia em geral?
Porquê são pouco exibidos, geralmente participando de mostras específicas ou de festivais de cinema. Normalmente,  os curtas não têm a mesma atenção da mídia e dos críticos, os quais são mais voltados para os longas-metragens.
 
Na sua opinião, como deveria ser a exibição dos curtas para atingir mais público?
Acredito que deveria existir uma cota obrigatória para exibição dos curtas. Antigamente, nas salas de cinema tínhamos, antes da exibição do longa, os complementos nacionais, ou seja, "os jornais" como eram chamados. Atualmente, só propaganda (em excesso) e trailers. Por que não a exibição de um curta, como complemento, antes do longa? Tomaríamos conhecimento de jovens cineastas, promissores, que, certamente, depois, fariam carreira em longas-metragens.
 
É possível ser um cineasta só de curta-metragem? Vemos que o curta é sempre um trampolim para fazer um longa...
Acho que sim, dependendo da visão do cineasta. Mas, acredito eu, o curta geralmente serve de trampolim para o longa que, penso eu, seja a ambição de qualquer cineasta, bem como para ótimos trabalhos em televisão, como ocorre com vários.
 
O curta-metragem é marginalizado entre os próprios cineastas?
Não creio. Acho que cineasta é cineasta, seja de curtas, quanto de longas. O que importa é o amor pelo cinema.
 
Pensa em dirigir um curta futuramente?
Não, não penso, embora seja cinéfilo e adore cinema. Meu trabalho é o de ator, diante das câmeras, que é o que eu gosto de fazer.

quarta-feira, 29 de maio de 2013

Tom Paranhos

Cursou o CPT - Centro de Pesquisa Teatral coordenado por Antunes Filho (2013). É ator formado no curso de Atuação da SP Escola de Teatro (2011) com graduação em Letras pela FFLCH/USP (2009). Integra o núcleo permanente de pesquisa e criação do Grupo Atocontínuo... desde 2007. O coletivo pesquisa novas fontes de dramaturgia como o material fonográfico e a atuação performativa. Participou como ator de dois espetáculos do grupo, além de dirigir e atuar no exercício cênico ‘O homem: O seu Amor’ (2007).
 
O que te faz aceitar participar de produções em curta-metragem?
É comum a disseminação de curtas-metragens utilizados no contexto de outras obras artísticas como em peças de teatro, por exemplo. Sempre considero interessantes e enriquecedoras essas inserções e diálogos entre cinema e teatro, ou cinema e artes plásticas etc.
 
Por que os curtas não têm espaço em críticas de jornais e atenção da mídia em geral?
Tenho a impressão de que os curtas se tornaram o espaço do experimental no cinema, portanto, a imprensa se interessa por esses materiais novos onde a pesquisa de temas e linguagens pode ser mais fértil.
 
Na sua opinião, como deveria ser a exibição dos curtas para atingir mais público?
Não tenho muita idéia porque não sou um ator da área. Mas acredito que experiências como aquelas de ‘NY, I love U’, ‘Paris je t´aime’, nos quais temos curtas agregados, são bem interessantes para a difusão da linguagem. Mesmo aqui no Brasil como naquela produção recente "5 vezes favela" que também tem uma proposta semelhante. A presença de festivais temáticos também pode aproximar o público por afinidade com os temas dos mesmos. Aqui em São Paulo o MIX Brasil é um exemplo disso.
 
É possível ser um cineasta só de curta-metragem? Vemos que o curta é sempre um trampolim para fazer um longa...
Acho que a linguagem está sempre na dependência do que se quer dizer. Não dá pra pensar linguagem (forma) antes do conteúdo, é bobagem. É preciso olhar para o material que se tem nas mãos e fazer perguntas pra ele.
 
O curta-metragem é marginalizado entre os próprios cineastas?
Realmente não sei.
 
Pensa em dirigir um curta futuramente?
Quem sabe... Sou muito ligado em "direção de coisas ao vivo" como diria o Chiquinho Medeiros (Diretor Teatral). Acho que primeiro eu teria que investigar mais esta paixão pra num segundo momento pensar no cinema. Mas confesso que adoro a linguagem dos curtas, tem uma pegada própria, uma identidade.

domingo, 26 de maio de 2013

Cássia Linhares

Atriz. Foi protagonista de ‘Malhação’ em 1998.  Atuou também na telenovela ‘Rebelde’, como Sílvia Campos Sales. No cinema atuou em ‘Bossa Nova’.
 
O que te faz aceitar participar de produções em curta-metragem?
O desapego do padrão.
 
Por que os curtas não têm espaço em críticas de jornais e atenção da mídia em geral?
Porque deixou de ser obrigatório nas salas de cinema. Lembra, antes de cada filme passavem curtas?!
 
Na sua opinião, como deveria ser a exibição dos curtas para atingir mais público?
Tinha que jogar na TV, como um programa mesmo. E claro voltar aos cinemas.
 
É possível ser um cineasta só de curta-metragem? Vemos que o curta é sempre um trampolim para fazer um longa...
Ou para a mídia.
 
O curta-metragem é marginalizado entre os próprios cineastas?
Não acredito nisso, seria muito estranho não gostar de filmar. Não importa se o filme tem 2, 15 ou 90 minutos. O que me faz querer registar imagens sãos as histórias.
 
Pensa em dirigir um curta futuramente?
Claro que sim!

sexta-feira, 24 de maio de 2013

BISTURI - Rejane K. Arruda

“A Palavra Emoldurada, uma Árvore e um Ônibus: Sobre Vai e Vem de João Cesar Monteiro”
por Rejane K. Arruda
“A língua portuguesa é muito traiçoeira. É preciso dar tempo ao tempo” diz João Cesar Monteiro em certo momento de “Vai e vem”, filme de 2002. Em cena de forma bastante performativa, quase como ele mesmo, tece relações com algumas mulheres e a família enquanto o tempo passa em quadros estáticos muito bem delineados. Alternados com estes bate-papos intensos no interior de uma casa ou café, estão os também estáticos quadros de um interior de ônibus e uma enorme árvore, onde João está na maior parte do tempo só, no espaço, para a ação de um cigarro.
É um tipo de filme que, para escrever sobre ele é preciso se pôr a inventar. Mas, ainda assim, dá para destacar aspectos. A música responsável por uma visualidade completamente distinta da que a imagem trás e entre as duas dá-se o espaço de uma contemplação. As memórias da moça vestida com pelos artificiais e compridos: “Cortei o cabelo que meu pai penteou” são lindas. A cena termina com ele falando: “As recordações da infância são sagradas” – e o sentido aparece. Um ponto de basta. De maneira simples e abrupta. “Cortar os cabelos” ganha outro estatuto quando diz: “Dá pra encher um travesseiro e morrer abraçado a ele”. O tempo todo é esta coincidência da ação banal, cotidiana, com a palavra que a eleva, emoldurada pela imagem.
É como se a poética fosse sendo apurada a cada um destes quadros onde o arranjo se repete: o bom-papo com uma mulher, o enquadramento fixo, o ar do cotidiano misturado com a palavra-citação, filosofia, narrativa, poesia, brincadeira. A palavra emoldurada. Um espaço de emolduração da palavra-coisa. Palavra-coisa que ocupa o seu espaço. Não para de sair da boca. E quadros dentro de quadros, janelas em janelas. Meninas de vestidos largos. A infância ali no lugar errado. Palavra que guarda imagens e expele-as. Mundo que se vê de fora. Ouvir. Já estou inventando.
Agora são as três janelas – entre duas estantes de livro. E do bate-papo corta para uma canção – máxima da palavra-som. Por onde se instaura a visualidade de uma brincadeira? Da citação que agora advém da dança flamenca? A preparação da representação é brincadeira e ela aparece: é imagem. Um percurso de quadros. Um a um com a câmera fixa. “Suzana coração de mi vida tem dó de mim, perdoe todo o mal que te fiz”. “E eu?” “A menina não perdoa”. “Não sei se sou capaz. Tenho vergonha”. A palavra sem a ação que corresponderia a fala, se a atuação fosse naturalista. Aqui não. A palavra é expelida, solta no ar. Sem a ação. Um erotismo que não acontece. Mas ameaça. A palavra contorna o erotismo. “As recordações da infância são sagradas” e ele corta para uma canção, uma festa popular dentro do ônibus. E desta vez a alegria toma conta.
João Cesar Monteiro segue uma cultura às avessas, a desitua, desobedece, despreza – para fazer filmes instaurando uma outra: outro sitio, um outro lugar no discurso. Deslocando, produzindo, agindo, ativo. Transpassando o cotidiano com as suas imagens nos faz olhar de maneira diferente para ele. Para um ônibus, de uma maneira diferente. Como ele desconstrói e reconstrói os espaços públicos – a praça, o ônibus – e os domésticos, com a estetização de seus objetos. Elevando cada um ao “preço”, ao valor de significante, ou de representante de algo para além deles próprios, fazendo vacilar a referência como diz Jakobson.
Em nova repetição do ônibus agora está com o “menino da gaita” e aquele cachorrinho segurando um potinho para as moedas. Que vi em Portugal. Acho que isto só tem lá se não estou enganada (se estiver me digam). Ou deixar o pensamento fluir, a cadeia desenrolar sem pudores maiores. E na repetição do quarto agora é tudo escuro junto aos atabaques. O parto do falo. A lenda bíblica. A câmera em pan apresenta um ritual da própria morte? Ele aparece no quadro sem som em preto e branco e é esconjurado. Tira os sapatos e beija os pés do defunto. E depois a boca. É uma mulher. O próximo som é apenas um “bip”. Tudo faz alusão a sua própria morte que, no entanto, não acontece. A menina em câmera lenta joga pétalas no caixão e agora, sob os cuidados de uma enfermeira, o erotismo se dá. E depois da última frase (“Quando fores ter com tua amada, nunca te esqueças de levar o chicote”) e a imagem da árvore ocupando o quadro, o órgão olho é exposto em tamanho descomunal durante um tempo. Onde se pode ver o mundo refletido na íris com o buraco da pupila bem ao centro.

quarta-feira, 22 de maio de 2013

Ramiro Silveira

Bacharel em Artes Cênicas – Direção Teatral pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), com mestrado em Direção Teatral pela Middlesex University, em Londres, Inglaterra.  Em 2008, auxilia Antonio Abujamra no Centro de Aperfeiçoamento do Ator da Funarte, em São Paulo, e atua sob sua direção no espetáculo "Os Possessos".
 
Você é um profissional mais ligado ao teatro. O que o cinema pode contribuir para o teatro e o que o teatro pode contribuir para o cinema, já que as duas linguagens parecem ser tão diferentes?
São linguagens diferentes mas conectadas pela mesma fonte: artistas em estado expressivo de criação alimentando as sensações dos espectadores. O cinema sem dúvida bebe do teatro (dois mil anos mais velho) e o teatro por vezes se reinventa visitando referências advindas do cinema. Como ambas as artes estão relacionadas diretamente com e para o espectador, o diálogo entre elas, mesmo que apenas referencial, é inevitável.
 
Por que os curtas não têm espaço em críticas de jornais e atenção da mídia em geral?
Simplesmente porque não pertencem a uma indústria. Não são exibidos (salvo em festivais, mostras e raras experiências televisivas) e portanto não despertam o interesse comercial, mola mestra para atrair a atenção da mídia e conseqüentemente o público. Aí se cria um círculo vicioso: os curtas não despertam o interesse da mídia pois não são vistos por um número considerável de pessoas e não são vistos por um número considerável de pessoas porque não tem presença na mídia.
 
Na sua opinião, como deveria ser a exibição dos curtas para atingir mais público?
Acho que a internet poderá ser uma grande aliada. Também seria interessante a mobilização para a criação de mais ciclos de exibição e a abertura de possibilidades, junto aos cinemas e as distribuidoras, para que curtas fossem exibidos em programas duplos, com longas, em cinemas de grande público. 
 
Acredita que textos de teatro poderiam ser adaptados ao formato curta? Eles poderiam ser melhor explorados nessa plataforma?
Com certeza textos teatrais poderiam e já são adaptados para a câmera, tanto em forma de curta como de longa. Tudo depende da arte do roteirista e do diretor de conseguir contar a história em um determinado tempo.
 
Como é para um ator, acostumado a trabalhar em teatro, atuar em frente a câmeras de cinema? Qual é o método de preparação para encarar papéis nessa área?
A fonte técnica é a mesma. O que muda é a "calibragem" da expressividade dramática. Diferença básica: no teatro contamos a história para uma platéia, no cinema/TV, para uma lente. Na câmera o ator navega sobretudo através de nuances, detalhes, olho e pensamento e o resultado é diretamente "manipulado" pelo diretor, através de edição, fotografia, etc. O teatro exige uma maior amplitude de expressão, além de possuir a presença viva da platéia e da coisa acontecendo naquele momento, não podendo ser refeita, o que diferencia totalmente a experiência.
 
Não existe "o método". Existe técnica, dedicação e muita prática para que o ator de teatro consiga expressar-se com desenvoltura e naturalidade em frente a uma câmera.
 
Pensa em dirigir um curta? Se sim, como faria para trabalhar com a síntese?
Já tenho feito algumas experiências neste sentido... E a síntese que você fala dependeria certamente da história que eu escolhesse para contar. E de uma boa equipe para levar esta história adiante de uma forma interessante, no tempo de um curta.
 
Qual é o seu próximo projeto?
Neste momento estou mergulhado na pesquisa de doutorado que faço na USP, sobre técnicas de direção de ator. E aí o cinema certamente terá um espaço...

domingo, 19 de maio de 2013

Gorete Milagres

É conhecida pela personagem dos programas humorísticos de televisão, a Filomena, aquela do bordão Ó, coitada! Atuou no filme ‘Tapete Vermelho’.
 
O que te faz aceitar participar de produções em curta-metragem?
Nunca participei de curtas.
 
Na sua opinião, como deveria ser a exibição dos curtas para atingir mais público?
Obrigatório antes de uma sessão de longas- metragens em todos os cinemas do país.
 
É possível ser um cineasta só de curta-metragem?
Sim e por que não?
 
Vemos que o curta é sempre um trampolim para fazer um longa...
Concordo e isto pode ser bom .o diretor de ‘Bruna Surfistinha’, depois de curtas e clipes fez seu primeiro longa de grande bilheteria.
 
O curta-metragem é marginalizado entre os próprios cineastas?
Não acredito nisto. Todos já passaram por esta fase.
 
Pensa em dirigir um curta futuramente?
No momento prefiro atuar, mas no meu TCC da Universidade Anhembi tinha que escrever um curta e acabei escrevendo um longa e foi bem recebido pela banca. Quem sabe um dia? Acho que escrever um curta pra mim, é mais complicado, porque gosto de estórias longa, mas amo assisti-los. E espero também ser convidada para atuar em algum que tenha um bom roteiro e personagem. Fazer ponta em longa já fiz e faço, agora ponta em curta não dá. Rsrs

sexta-feira, 17 de maio de 2013

R.F.Lucchetti: Memória Cinematográfica


HOLLYWOOD PERDEU O GLAMOUR
Rubens Francisco Lucchetti

Para mim, o Cinema termina quando entra a tecnologia em demasia. Então, a criatividade deixa de existir; e ficam apenas cenas vazias, cheias de efeitos especiais criados por máquinas. Na época em que não havia toda a tecnologia de que dispõe atualmente, Hollywood era a “usina de sonhos” que encantava o mundo. Com o aperfeiçoamento da tecnologia, essa “usina de sonhos” deixou de existir. Em suma: a tecnologia tirou a alma do Cinema. Para comprovarmos isso, basta que rememoremos os filmes produzidos nos Estados Unidos nos últimos dez anos, será que vamos encontrar dez que mereçam ser vistos uma segunda vez? Duvido.

Na atualidade, os filmes norte-americanos são um desfile de correrias, cenas de luta, perseguições, explosões, sangue em excesso... E, acima de tudo, um cortejo de péssimos intérpretes. Na verdade, os bons atores praticamente desapareceram; e as atrizes, em sua maioria, não têm talento algum.

Para ser sincero, as atrizes de hoje, com raras exceções, não são nem exemplos de beleza. Falta-lhes algo fundamental: glamour. É como disse Rubens Ewald Filho, numa crônica (*) que li há alguns anos: “Faz tempo que perdi a ilusão de que ainda existe glamour em Hollywood.”

Não há termos de comparação entre as atrizes do passado e as do presente. Alguma atriz atual tem a ambigüidade de uma Lauren Bacall ou de uma Veronica Lake? A classe de uma Joan Fontaine ou de uma Olivia de Havilland? A espontaneidade de uma Doris Day? A expressão de uma Ingrid Bergman ou de uma Vivien Leigh? A exuberância de uma Jane Russell? A graciosidade de uma Audrey Hepburn ou de uma Priscilla Lane? A impetuosidade de Maureen O’Hara? A ingenuidade de uma Coleen Gray ou de uma Debbie Reynolds? A sensualidade de uma Kim Novak ou de uma Marilyn Monroe? A serenidade de uma Gail Russell ou de uma Merle Oberon? A vivacidade de uma Lana Turner? A voluptuosidade de uma Marlene Dietrich ou de uma Rhonda Fleming? O charme de uma Rita Hayworth? O encanto de uma Deborah Kerr? O impacto de uma Paulette Goddard? O porte de uma Grace Kelly? O romantismo de uma Donna Reed ou de uma Linda Darnell? Atualmente, que atriz tem o magnetismo de Louise Brooks, a célebre Lulu de A Caixa de Pandora?

Uma das poucas atrizes norte-americanas que tem o glamour das estrelas do passado é Sharon Stone. E cheguei a essa conclusão após ouvir a professora universitária e ensaísta Camille Paglia afirmar, durante uma entrevista num programa de televisão, que “Sharon Stone restituiu o brilho da antiga Hollywood”. A partir desse dia, comecei a reparar em sua interpretação nos mais diversos filmes (As Minas do Rei Salomão, Enigma do Passado, Instinto Selvagem, Invasão de Privacidade, Diabolique e, entre outros, Glória). A tela ilumina-se sempre que ela entra em cena. Talvez seja uma das únicas atrizes da atualidade que pode ser comparada, por exemplo, a Ava Gardner (no começo dos anos 1990, chegaram a afirmar que Sherilyn Fenn, revelada por David Lynch no seriado Twin Peaks, seria a nova Ava Gardner; porém, a atriz não teve fôlego e hoje está praticamente esquecida), Barbara Stanwyck, Elizabeth Taylor, Hedy Lamarr, Jennifer Jones, Lee Remick e Lizabeth Scott.

Bem, neste instante, alguém pode estar perguntando: “E Julia Roberts? E Michelle Pfeiffer? Não têm glamour? Não são tão talentosas quanto Sharon Stone?”

Eu até diria que são mais talentosas que Sharon Stone (basta ver Julia Roberts em Uma Linda Mulher, Dormindo com o Inimigo, O Segredo de Mary Reilly e Closer – Perto Demais; e Michelle Pfeiffer em Um Romance Muito Perigoso, Ladyhawke – O Feitiço de Áquila, De Caso com a Máfia, Lobo e Revelação) e têm uma carreira mais consistente. No entanto, não possuem o mesmo glamour de Sharon Stone.

Há ainda em Hollywood algumas atrizes bastante talentosas: Andie MacDowell, Demi Moore, Geena Davis, Jessica Lange, Jodie Foster, Meryl Streep, Nicole Kidman... Mas, em minha opinião, são destituídas de glamour.

Há também duas atrizes que “incendiaram” as telas cinematográficas na década de 1980: Kathleen Turner e Kim Basinger, que estrelaram, respectivamente, Corpos Ardentes e 9 ½ Semanas de Amor. Entretanto, não são tão glamourosas quanto Sharon Stone; e faz tempo que suas “chamas” se extinguiram.

Por outro lado, existem também algumas atrizes – não são muitas – que, apesar de serem talentosas e terem glamour, não são bem aproveitadas pelos diretores e produtores.

Uma delas é Theresa Russell, que, em 34 anos de carreira (ela estreou no Cinema em 1976, na fita O Último Magnata, dirigida por Elia Kazan), pôde realmente mostrar sua beleza, sua sensualidade, seu charme e seu talento para interpretar em pouquíssimos filmes (O Mistério da Viúva Negra e Tentação Perigosa são dois deles). Portanto, Theresa Russell é a prova de que, para vencer no mundo cinematográfico, não basta a atriz ter beleza, talento, glamour... é preciso que ela tenha também (e principalmente) sorte.

NOTA:
(*) Essa crônica foi publicada em novembro de 2000, no número 11 da revista Sci-Fi News Cinema.

quarta-feira, 15 de maio de 2013

Rafael Primot

Formado em cinema pela FAAP, o ator, diretor e roteirista Rafael Primot possui uma carreira sólida nos palcos onde atuou em trabalhos assinados por diretores como Antunes Filho (Prêt-à-porter, Fragmentos Troianos), Zé Celso Martinez Correa (Os Sertões - parte 1) e Jô Soares (Às Favas Com os Escrúpulos) e integrou o Grupo Tapa (O Tambor e o Anjo). E também nas telas, tendo participado de pelo menos três longas (As Alegres Comadres, Casseta e Planeta e L`Expression) e mais de onze curtas, entre eles Manual para atropelar Cachorro (filme mais premiado de 2006/2007), Quintal dos Guerrilheiros (com Caio Blat ), Artifícios (com Paulo Autran), do premiado Depois das Nove, de Allan Ribeiro, e Doce Amargo com Débora Falabella.
 
O que te faz aceitar participar de produções em curta-metragem?
Em geral um bom personagem me fazer parar tudo para querer entrar em seu universo, mas fazer ou não fazer um filme depende de tanta coisa, do roteiro, do diretor, da equipe, mas sempre, todo convite para fazer cinema (e curtas!) é recebido por mim com muita alegria, faço parte deste nicho, é minha turma, minha praia, o prazer é imenso.
 
Por que os curtas não têm espaço em críticas de jornais e atenção da mídia em geral?
Não faço ideia. Em todas as entrevistas e o pouco espaço que tenho na mídia tento aproveitar para divulgar o curta metragem e seu realizador. O trabalho, o empenho, a dedicação do curta metragista deveria ser notada com mais festa pela imprensa e pelos meios de comunicação.
 
Na sua opinião, como deveria ser a exibição dos curtas para atingir mais público?
Em TV aberta, numa grande emissora. É claro que temos alguns filmes que não são para o grande público, tem que existir uma seleção bacana, equilibrada, pensada para que você forme um novo público aproveitando um espaço deste e não espante quem nunca viu filmes curtos. Não se pode subestimar o espectador, mas primeiro temos de prepará-lo para o formato.
 
É possível ser um cineasta só de curta-metragem? Vemos que o curta é sempre um trampolim para fazer um longa...
Sim, é claro que é possível. Ele muito provavelmente passará sua carreira sendo desvalorizado e marginalizado por todos os motivos que já comentamos anteriormente, mas não há como negar que fazer curta é fazer cinema e que é necessária uma boa dose de amor, criatividade para superar os desafios estéticos, do formato e de verba. Dizer que um curta metragista não é cineasta é como dizer que um escritor de contos não é escritor.
 
O curta-metragem é marginalizado entre os próprios cineastas?
Acho que não.
 
Pensa em dirigir um curta futuramente?
Se você der um google na minha vida profissional poderá perceber que o curta sempre fez parte de mim e continuará fazendo. Já dirigi alguns (vários) curtas e recebi prêmios em festivais no Brasil e fora dele com estes filmes. O curta está intrinsicamente ligado ao meu sangue, à minha maneira de contar histórias e ver a vida. Pretendo dirigir curtas no futuro? Pretendo contar histórias, longas, curtas, médias, no papel, no celulóide, no digital, no palco, onde houver um meio e alguém para me ver, ouvir, se emocionar, vaiar, ali estarei eu.

sexta-feira, 10 de maio de 2013

Toniko Melo

Diretor formado em RTVC pela FAAP em 1982. Começou a carreira na produtora Olhar Eletrônico, onde atuou como diretor, câmera e montador de programas para a televisão, documentários e videoclipes de artistas como Legião Urbana, Blitz e Caetano Veloso. Em 2010 lançou seu primeiro longa-metragem 'VIPs', vencedor de quatro troféus no Festival do Rio de 2010, entre ele o de melhor filme do festival.
 
Qual é a importância histórica que o curta-metragem tem no cinema brasileiro?
Tenho dificuldade de responder essa questão, pois nunca fiz um curta. Mas imagino que o curta metragem tenha colaborado no desenvolvimento da linguagem cinematográfica por ser um trabalho mais experimental.
 
Por que os curtas não tem espaço em críticas de jornais e atenção da mídia em geral?
Acho porque os veículos, em geral, querem tratar de temas que o grande público se interessa mais. 
 
Como deveria ser a exibição de curtas para atrair mais público?
Acho a internet um veiculo que pode ser uma ótima saída para o curta (como já é).
 
É possível ser um cineasta só de curta-metragem? Vemos que o curta é sempre um trampolim para fazer um longa...
Acho difícil, mas poderia ser uma nova área.
 
O curta-metragem é marginalizado entre os próprios cineastas?
Nunca senti o curta metragem ser "marginalizado" pelos cineastas,  mas sim receber críticas como qualquer outro filme.
 
Pensa em dirigir um curta futuramente?
Não, apesar que fazer filmes publicitários ou clipes seja um exercício parecido.

terça-feira, 7 de maio de 2013

Karina Barum

Você nasceu em Brasília, e passou sua infância e adolescência em Porto Alegre, mas decidiu vir a São Paulo para cursar na Escola de Teatro Célia Helena. Em Brasília e Porto Alegre você não teria condições de se tornar uma atriz?
Sim sempre vi a gauchada pegando avião e pousando em novas terras, e também minha área sempre exigiu um mercado bem amplo, por isso fui embora. Mas hoje volto meus olhos para Porto Alegre (que apesar de cidade grande, é pequena comparando à São Paulo), ou mesmo cidades menores, onde sem problema algum posso realizar minha arte e ter o que gosto mais, uma vida mais simples. Isso tudo vejo que é mais fácil porque a área onde mais atuo é cinema e posso viajar de qualquer lugar para um set de filmagem, certo?
 
Sua estreia no teatro foi com o espetáculo “Os Menestréis”, de Oswaldo Montenegro. Como foi a experiência?
Eram muito cantores e bailarinos e todos os espetáculos exigiam super disciplina, lembro do Oswaldo, algumas vezes, dizendo, para alguém que chegava atrasado: 'Ei pegue suas coisa e dê meia volta, obrigada.'. Ao mesmo tempo ele era um doce de pessoa. Ali aprendi disciplina, e foi muito válido por que carreguei para todos os outros trabalhos, para mim é parte fundamental.
 
Na tevê, a atriz estreou em 1994, na novela “74,5, Uma Onda no Ar”, na extinta Manchete. Conte sobre a sua participação nessa produção.
Minha primeira novela. Mas parecia a décima rs.. um super envolvimento, com elenco e direção, além de ser filmada na praia e todos ficavam juntos no hotel, isso nos deu uma grande unidade. Lá conheci pessoas queridas que ficaram amigos queridos como Letícia Sabatella e Murilo Rosa, este foi com quem fiz o teste para entrar e lembro da gente ensaiando na minha casa e minha vó- no quarto ao lado- gritando: parem de brigar vocês dois!!! rs..
 
 
Depois passou por “Malhação”, considerada um laboratório. Como encarou esse desafio?
Rede Globo, era sonho, fui chamada para fazer o teste por que o Wolf Maia assistiu 'O Monge e a Filha do Carrasco' mas não pude ser dirigida por ele, o que me deixou triste, mas trabalhar em produção grande é maravilhoso, tudo funciona, tudo acontece. Minha personagem era, Débora, era uma garota sensível e patricinha ao mesmo tempo que se apaixonava por Dado. Participei de Malhação Férias e filmamos em três Rios, o que vibrávamos por que nossos personagens tinham que enfrentar esportes radicais. Bruno de Lucca era um pentelhinho ainda, André Marques já era um bom gourmet, Thiago Lacerda era um ex-nadador e gentil colega, isso tudo fica na nossa memória, pessoas tão legais e talentosas.
 
Seu maior sucesso foi em 1998, ao interpretar Shirley de “Torre de Babel”, na Globo?
Acredito que sim, Shirley, encantou pela sua pureza, e seu defeito na perna trazia uma fragilidade, mas quando você via Shirley ela não era tão frágil assim, mandava nos três tios, no pai e no avô! O mérito de Shirley credito ao nosso autor, mas para interpretá-la busquei muito em Ettore Scola, cineasta que amo e admiro.
 
Depois da novela “A Padroeira”, de 2001 você atuou em 2005 em “Esmeralda”, no SBT. Como foi a experiência de trabalho em outra emissora?
Já tinha tido esta experiência, mas o bom filho.. sempre a casa retorna . comecei na Globo, depois fiz a novela 'Louca Paixão' na Record, e Walter Avancini me chamou para fazer "A Padroeira" . Esta novela, me recordo com grande carinho, que quando cheguei na Globo para ter reunião com Avancini eu estava fazendo a personagem Bee-Bee, uma drogada que morria de overdose na peça 'Subúrbia', então cheguei à sala dele, muitos quilos mais magra, branca como um fantasma, com cabelos e sobrancelhas laranjas, bem eu estava bem estranha, mas ele virou para mim e disse naturalmente: "Você vai fazer Tuburcina, uma cabocla de 1600" Eu queria me ajoelhar aos seus pés e beijá-los.. mas me contive e disse apenas.. Pode deixar!
 
'Esmeralda' fiz meu ensaio para vilã, pois Graziela, não era uma vilã, mas era dominada pela mãe e muito influenciada, mas no final se arrepende de tudo e acaba morrendo de amor! Sempre torci que o SBT acreditasse em seus atores e técnicos, pois foi muito bonita esta novela e tivemos muitas críticas positivas deste trabalho também.
 
 
Você ficou quase sete anos sem atuar em novelas, quais foram as razões desse hiato?
Eu tinha sido convidada para fazer protagonista na Record 'Louca Paixão' e logo após esta novela casei e tive minha maior criação: Manuela.
 
No cinema, sua estreia é em 1996, atuando em "O Monge e a filha do Carrasco", de Walter Lima Jr. Como foi isso?
Este teste peguei em fila escaldante com sol de 40 graus, e valeu muito à pena. Puxa neste filme além de iniciar com Walter Lima Jr, que que foi referência para mim, um ser maravilhoso e um artista raro, eu estava diante de uma coprodução, o filme era todo falado em inglês, e com elenco maravilhoso com José Lewgoy, que tb é referência para qualquer ator.. Patrícia Pilar, Eduardo Conte, Rubens de Falco, Charles Paraventi e tantos outros.. achei que faria uma das bruxas por que era para isso que eu estava na fila, mas Walter trocou meu papel para a protagonista. A Benedicta era uma personagem complexa, ela era uma menina excluída pela sociedade , por ser filha do carrasco da cidade, e vê no Monge Ambrosious, interpretado por Murilo Benício, toda a bondade que nunca havia recebido.
 
Logo depois, você atuou em "Buena Sorte" (1997), de Tânia Lamarca, e "O Quinze", de Jurandir Oliveira. Como foi o seu método de preparação para esses papéis? O preparo é parecido quando se lança em novelas ou teatro?
Sim o processo para a busca do personagem é parecido, tanto para cinema, quanto tv e teatro, a forma de fazer é que muda. E muda também como achar este personagem, por que cada um demanda uma descoberta nova. Em Buena Sorte, precise fazer aulas de equitação e aprender a Apartar - modalidade com cavalo, onde o cavaleiro separa com seu cavalo todo o gado- que é um balé lindo. Minha personagem era campeã de Apartação, e só de estar na terra com os cavalos diariamente me ajudou a entrar no universo de Júlia. Mas as vezes apenas um acorde de violino pode nos ajudar rs.. sim é como uma salada de frutas, pois o ser humano é complexo.
 
 
Um dos seus últimos trabalhos no audiovisual foi "Corpos Alados", um curta-metragem dirigido por Paulo Furtado e Domingos Meira. O curta é o espaço que você se sente com mais liberdade para atuar?
O curta metragem é um espaço onde podemos também trabalhar, mas não significa, trabalhar mais, tudo vai depender da sua entrega e seriedade. Um curta é um espaço que geralmente, todos estão envolvidos, muitas produções independentes. Vou rodar um curta agora em dezembro que vou dirigir, ‘Parada Solicitada’, 30 atores e o que mais gosto é quando todos entram no processo, isto é, cada um dá o que pode para o projeto ir pra frente, é uma união equilibrada e sincera.
 
“Três Pedras” é um curta-metragem que você produziu, fale sobre ele.
"Corpos Alados" e "Três Pedras são o mesmo curta rs... é que mudou!
Foi fantástico, onde o 'processo' aconteceu! Foi feito também entre amigos e todos produziram, dirigiram e atuaram e tivemos o querido Ewerton de Castro no elenco.
 
A direção em cinema é um caminho natural para você?
Sonho com direção, amo direção de ator, e gosto muito de dar instrumentos para um ator conseguir desenvolver o seu máximo. São métodos e maneiras e claro uma boa escolha de elenco! Mas se é um caminho eu não desenho muito, apenas sigo em frente, trabalhando com amor, gosto de experimentar coisas novas, coisas também que alimentam meu próprio trabalho de atriz.
 
Há glamour na vida de uma atriz?
O mesmo Glamour que existe na vida de um chef de cozinha. Você já viu uma cozinha em trabalho, gente gritando, panelas fervendo, calor escaldante, tensão constante rs.. é mais ou menos isso, não pode ter glamour é um trabalho de peão.
 
É difícil se manter como atriz na televisão? Ou no cinema é mais complicado?
É difícil saber, sempre achei mais simples cinema, comecei no cinema. Mas a TV é algo sinistro, quantos atores se formam por ano? Quantos prédios temos de TV? Rede Globo e TV Record no Rio, SBT em São Paulo. Produções independentes e também canais fechados tem crescido bastante e isso é muito bom, por que vejo atores novatos sonhando com a Globo ou Record, isso é muito difícil, pelo número mesmo, a questão é matemática.
 
 
Você estreou como diretora da peça “Mulher Burra”, como é dirigir e lidar com atores?
Uma delícia,.. As meninas foram maravilhosas, entraram de cabeça, "Mulher Burra" é comédia do início ao fim mas com muita emoção verdadeira e para tanto é necessário despudoramento e entrega, Fernanda Hartmann logo será descoberta, faço votos por ser uma atriz de alma, de verdade, isso chama no cinema. Eu ensaiei esta peça em duas montagens a primeira tivemos tempo e foi completo, no segundo com novo elenco, tivemos pouco tempo, mas elas tinham muito espaço para a criação e sinto que um diretor precisa confiar também, para que o ator cresça.
 
Você ministra aulas de cinema e TV para crianças e adolescentes na capital paulista. Como é o seu trabalho?
Hoje ministro curso de Cinema avançado e intermediário para atores experientes ou não, o que importa é a verdade deles na frente das câmeras, minhas aulas são de direcionamento, não adianta enganar a lente de cinema pega tudo, não adianta se preparar para a cena, você já tem que estar nela. É muito bacana ver um crescimento rápido dos atores, ator tem ser inteligente e saber usar sua imaginação, que é sua maior arma.
 
Qual é o peso de ser protagonista de novela? Você viveu a presidiária Letícia (em “Louca Paixão”, da Record).
Fiz protagonistas em cinema, mas em novela, o que sinto é trabalho árduo o ano todo, 40 cenas para gravar por dia, isso é muito. O que é muito importante é alto astral e muito estudo. Mas em novelas tem a exposição maior, o contato direto, o dia a dia com o público, este eu acho um grande enfrentamento. Mas existe toda uma equipe para dar este suporte, um ator nunca esta sozinho.
 
Falta mais seriedade de determinadas pessoas para levar a carreira de atriz com mais profissionalismo?
Sempre vai existir espaço para profissionais competentes, mas confesso que hoje, parece que o que é ruim é melhor. Todos se rendem ao dinheiro fácil e imediato. Isso vem acontecendo ao teatro, peças de riso fácil atraem muito mais, pra que pensar, pra que sofrer? Sucessos sem conteúdo, sempre vai existir, mas sonho sempre com algo bem maior para o Brasil. Estes dias vi, uma praça em uma cidade qualquer da Europa, sendo agraciada com uma orquestra ao ar vivo, mas o que mais me chamou a atenção, eram os rostos de prazer de homens, mulheres e crianças, algumas brincando de reger. Nossas crianças mereciam isso também.
 
Por que tantas pessoas querem se tornar atriz hoje em dia?
Como garçom é a profissão que todos podem fazer, é só dar uma treinadinha, não é? Ambas são as profissões mais lotadas. O sonho que a mídia imprime é falso, o glamour, como você mesmo disse é falso, se a gente não tem boa noção sobre as coisas cai. O ator tem que estudar antes de tudo, mas o que todos estão fazendo é ir a academia! Mas será que estes estão errados? talvez não, a procura, infelizmente esta sendo esta: músculos e bundas.
 
Qual é a sua avaliação do seriado “Tribunal na TV”, da Band?
Quando eu fiz alguns atores me ligaram e disseram, como você fez é um produto sem qualidade. Não achei, gostei muito de fazer uma homossexual assassina, realmente um personagem único. Além de dar emprego para muitos atores paulista. Mas é preciso dizer que aquela linguagem era muito cafona rs..
 
Para finalizar, o que projeta para a sua carreira a longo prazo?
Estar numa cabana na beira da praia, ensinando interpretação para filhos de pescadores.. por que não?