sábado, 14 de setembro de 2013

Petrus Cariry

Cineasta. “Dos Restos e das Solidões” (2006) e “O Som do Tempo” (2010), são curtas-metragens dirigidos por ele. “O Grão” (2008), estreia de Petrus Cariry em longas, arrebatou mais de 30 prêmios em 50 festivais mundo afora e delineou o que seria um cineasta promissor dentro do cenário audiovisual brasileiro.
 
O que te faz aceitar participar de produções em curta-metragem?
Na verdade, sou eu que produzo e dirijo todos os meus curtas-metragens.
 
Por que os curtas não têm espaço em críticas de jornais e atenção da mídia em geral?
Simplesmente porque o curta não é um formato comercial. Historicamente o curta-metragem é mais ligado aos estudantes de cinema e cineastas que querem fazer algum experimento. Sendo que no Brasil, eu acho que uma significativa parte dos realizadores usa o curta-metragem como uma espécie de portfólio. Vejam o que eu posso fazer em curta. Para mim curta metragem é um campo aberto para o cineasta fazer experiências, se um realizador não tiver a coragem de experimentar em curta, no longa é que não vai. Já que os riscos são maiores.
 
Na sua opinião, como deveria ser a exibição dos curtas para atingir mais público?
A internet poderia ser um caminho viável para um primeiro contato da obra com o público, mas acho que ainda é muito deficiente, principalmente para os filmes que foram pensados para tela de grande. Acho que o lugar do curta-metragem deve ser o cinema e televisão. Infelizmente nos cinemas só é possível assistir curtas dentro de um festival ou mostras de cinema, já que não temos uma política de exibição de curtas no circuito comercial. Na televisão é mais complicado, pois apenas umas 2 ou 3 emissoras se interessam em fazer a exibição de curtas.
 
É possível ser um cineasta só de curta-metragem? Vemos que o curta é sempre um trampolim para fazer um longa...
No meu caso, eu gosto de ficar transitando entre o formato curto e de longa duração, antes de realizar o meu primeiro longa-metragem “O Grão – 2007”, eu já tinha realizado quatro curtas-metragens bastante premiados, principalmente o “Dos restos e das Solidões” que recebeu mais de 20 prêmios nacionais e internacionais. Eu lhe respondo com total franqueza, eu vou ficar transitando com total liberdade em todos os formatos de audiovisual, independente de gênero ou duração.
 
O curta-metragem é marginalizado entre os próprios cineastas?
Todos os cineastas que eu conheço adoram o formato! Quem marginaliza é o mercado.
 
Pensa em dirigir um curta futuramente?
Já realizei mais de oito curtas-metragens, acabei de finalizar um novo longa-metragem que se intitula “Mãe e Filha”. Acho que daqui as uns dois meses vou começar um novo projeto chamado provisoriamente de “O Homem da Lua”, não sei ao certo se será um curta, um média ou um longa-metragem. Independente da metragem o filme será feito. Vou deixar os links de três curtas-metragens que eu fiz e disponibilizei no Vimeo:
 
A MONTANHA MÁGICA - http://vimeo.com/16770682
 
DOS RESTOS E DAS SOLIDÕES - http://vimeo.com/17032665
 
A VELHA E O MAR - http://vimeo.com/17325417