segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

R.F.Lucchetti: Memória Cinematográfica


A SECRETÁRIA PERFEITA
R. F. Lucchetti

– Stamford, a próxima estação! – Gritou o fiscal do trem, quando o trem deixou a estação de Darien.
Eram 7h49.

Susan Blair, que embarcara em Bridgeport às 7h15, verificou se dispunha de quantidade suficiente de lápis com ponta. Colocou sua bolsa sobre o assento do lado, para garantir um lugar para Hugh J. Waterman, que, às 7h57, embarcaria em Stamford.

Waterman, diretor da Companhia de Investimentos Waterman, fazia a viagem diária para Nova York. Era um homem metódico e, ao mesmo tempo, um dínamo humano. Todas as manhãs fazia ditados, rápidos e resumidos, durante todo o percurso de Stamford à Rua 125; e repetia a mesma coisa todas as tardes, no trem das 17h2, que partia de Nova York.

Susan se empregara como sua secretária há alguns meses. Raramente o via em seu escritório de Nova York. Lá, ela passava a maior parte do tempo digitando o que ele ditava no trem. Não era um trabalho exaustivo, considerando-se o bom salário que recebia.

De bloco e lápis prontos, Susan tirou um minuto para maquilar-se. O seu espelhinho refletia um rosto pequeno e alerta, olhos vivos, um nariz levemente arrebitado e uma grande mecha solta de cabelos louros. Acertou a pintura dos lábios.

Waterman era o que se podia chamar um modelo de equilíbrio, sempre preciso e eficiente.
Eram 7h53, e o trem passou por Glenbrook sem parar. A essa hora, em dezembro, ainda era escuro e as pessoas na plataforma mais pareciam sombras cinzentas.

Dentro do carro, as luzes ainda estavam acesas. Os passageiros que embarcaram em Bridgeport, Norwalk e Darien já tinham se acomodado confortavelmente. O inevitável jogo de bridge já fora organizado. Viajavam corretores, comerciantes e editores. Susan viu o jovem Phil Dodds, mais à frente , lendo um programa de corridas de cavalo. Dodds era um dos sócios da Cia. Waterman; e Susan não o tinha em boa conta, porque, embora sendo um homem casado, era visto freqüentemente almoçando com moças do escritório.

Bem defronte, sentava-se o “antipático”. Ela assim o chamava porque todas as manhãs ele escolhia um lugar defronte ao dela ou o mais perto possível.

Ele era um tipo sombrio e melancólico, que jamais dirigia uma palavra ou um olhar a Susan. Ficava sempre alheio a tudo, até o momento em que Waterman embarcava em Stamford, quando, então, se tornava muito atencioso, não com a moça, mas com o próprio Waterman. Susan Blair era uma observadora incomum. Gostava de classificar as pessoas; e, para ela, o “antipático” era um caçador de informações sobre o mercado de títulos, sempre tentando ouvir o que ditava o perito em investimentos Hugh J. Waterman.

O fiscal do trem pediu a passagem do “antipático”.

– Bom-dia, Conkling.

O fiscal conhecia todos os passageiros pelo nome ou de vista. Tomou, depois, a passagem do passageiro do banco de trás de Susan, mas sem o cumprimentar pelo nome.

Susan olhou por cima do ombro, para ver o estranho. Era um jovem a quem nunca vira naquele trem. Usava um distintivo de desligamento do Exército na lapela do paletó esporte, e as calças eram das que usam os oficiais. Susan deduziu três coisas: que ele era de boa aparência, inteligente e se achava concentrado, não em si, mas no homem que se sentara no banco defronte:

Conkling.

– Stamford! – Gritou o fiscal.

Susan voltou-se para a janela, com grande ansiedade, preparando-se para apreciar o espetáculo apresentado por Waterman tomando o trem. Comumente era uma cena que oferecia momentos de emoção. E, naquela manhã, tornou a acontecer a mesma coisa. Muitos passageiros aguardavam o trem na plataforma, menos Waterman. O seu carro não se achava entre os outros lá estacionados. O fiscal já ia dar o sinal de partida... e nada de Waterman.

O trem reiniciou a marcha. Foi aí que começou o espetáculo. Um sedã chegou correndo à estação. A esposa de Waterman vinha ao volante, agasalhada com um casaco de peles. Susan viu quando ela se despediu de Waterman com um beijo na face; e, então, ele saltou do carro com sua pasta, disparando em direção ao trem. Waterman tinha quarenta anos e pesava quase cem quilos, mas isto não o impedia de correr como um colegial todas as manhãs, exatamente às 7h57, para alcançar o trem. Na manhã escura e fria, com a plataforma cheia de neve, o espetáculo ofereceu emoções mais fortes do que nunca.

Não obstante, num abrir e fechar de olhos como de costume, Waterman agarrou o balaústre do último carro e pulou. Susan respirou aliviada. Temia que um dia ele quebrasse o pescoço. Chegou ofegante, vermelho e apressado. Despiu o casaco, dobrou-o cuidadosamente e colocou-o sobre o bagageiro.

– Bom-dia, Susan – cumprimentou bruscamente, sentando-se ao lado da jovem.

Dirigiu-lhe seu costumeiro sorriso, abriu a pasta e tirou um grande maço de correspondência.

– Responda a estas afirmativamente – e ia passando-lhe algumas cartas. – A estas, negativamente... Mande a essas pessoas as cotações que pedem... Aqui está uma carta cuja resposta merece um tratamento especial. Inicie-a assim: “Caro Senador, com referência aos títulos da Companhia Cord...”

Durante vinte minutos, ele mais parecia uma metralhadora. O lápis de Susan voava sobre o papel.

– Aqui está uma carta de McCoy & Blake, de Chicago: Responda pessoalmente para Bill McCoy, assim: “Caro Bill, compre de qualquer maneira ações da Companhia Fairfax. E não se esqueça da reunião no 18º andar.”
Susan estremeceu ligeiramente. Waterman devia estar enganado, pois ainda no dia anterior havia aconselhado a um de seus clientes que vendesse as ações da Fairfax. Na verdade, o próprio Waterman havia vendido todo o seu estoque daquelas ações. Por que iria aconselhar um amigo como McCoy a comprar tais ações?

Susan olhou intrigada para seu patrão. Mais adiante, pôde ver Conkling bastante inclinado, com o intuito aparente de escutar o que era ditado. Na opinião de Susan, Waterman havia notado o interesse daquele homem em ouvi-lo; e isso o deixara nervoso. Eis aí a razão de ele haver empregado o verbo errado. Ou não seria isso? Susan sabia que Waterman era um homem astuto. Jamais cometera um erro. Talvez estivesse propositadamente despistando Conkling.

Susan relanceou o olhar sobre o ombro. O jovem de paletó esporte ainda fixava Conkling. Havia um certo ar de desconfiança em seu rosto.

O trem passou por New Rochelle.

Waterman ditou mais meia dúzia de cartas. Quando chegaram à Rua 125, ele fechou a pasta e disse:

– Por hoje é só, Susan.

Foi a primeira pausa para ela. Olhou em torno. As luzes do trem, mais fortes agora que ele entrava no túnel, revelaram a Susan uma leve marca de batom na face de seu patrão. Isso a deixou um tanto embaraçada, pois sabia que devia avisá-lo. No entanto, estava indecisa. Waterman considerava-se perfeito em tudo e talvez se aborrecesse, caso lhe chamasse a atenção para aquilo. Mas o senso do dever fez com que ela mudasse de ideia.

– Sr. Waterman, espero que não se aborreça, por eu dizer isto. Quando sua esposa o beijou, na estação, deixou uma marca de batom no seu rosto.

– Obrigado, Susan. – O financista mais parecia grato do que aborrecido. Tentou tirar a marca do rosto; porém, não conseguia acertar o local.

A moça sorriu.

– Deixe que eu limpo.

Com seu lenço, Susan, de uma só vez, fez desaparecer a mancha vermelha.

– Grand Central! – Avisou o fiscal.

Eram 8h46.

Ao sair da estação, Susan notou que o rapaz de paletó esporte seguia Conkling. Waterman percebeu seu olhar enigmático e explicou:

– Chama-se Scudder. Contratei-o para vigiar aquele tipo.

Susan ficou surpresa.

– O senhor se refere ao homem que senta em frente ao nosso banco? Ele é perigoso?

Waterman, apressando-se em direção a um táxi, deu um sorriso irônico.

– Espero que não; mas acontece que há três dias andaram vasculhando as gavetas da minha escrivaninha, na minha casa em Stamford. Pode muito bem ser o homem que senta defronte a nós e fica à escuta, todas as manhãs. Por isso, encarreguei Scudder de descobrir tudo.

Vinte minutos depois, Susan estava escrevendo cartas. Digitou primeiro a carta para McCoy e levou-a ao escritório de Waterman.

– Isto aqui não está errado? – E apontou para a palavra compre.

– Sim, está errado – respondeu-lhe Waterman, com ar de surpresa, o que fez Susan concluir que o erro não fora cometido deliberadamente.

– Eu queria dizer venda. Pode corrigir.

– Outra coisa. Ontem, o senhor me pediu que eu não o deixasse esquecer que hoje é o seu aniversário de casamento.

– Exatamente. – Fechou os olhos, como se estivesse pensando em alguma coisa. Depois, disse bruscamente: – Telefone para a Joalheria Atlee. Diga que vou ficar com o broche de esmeralda que me mostraram no outro dia.

Peça que o embrulhem para presente e mandem para cá.

– Sim, senhor.

Susan sentou-se em sua mesa e fez o telefonema. Devia ser agradável ter um marido tão generoso, pensou ela. Do mesmo modo, devia ser muito bom ter uma esposa tão devotada como a sra. Waterman. Só mesmo uma esposa amorosa, concluiu Susan, levaria seu marido até a estação todas as manhãs às 7h57 e lá o esperaria à tarde, às 17h52.

Susan terminou o seu trabalho. Gastou apenas meia hora no lanche. Eram quatorze horas, quando Waterman pediu que lhe trouxesse uma determinada pasta.

– Mande Phil Dodds aqui.

Mas Susan não encontrou o jovem sócio. Dodds havia saído para falar com alguns clientes e ainda não tinha voltado.

Pouco depois das dezesseis horas, Susan levou um maço de cartas para Waterman assinar. Esperava que ele terminasse as assinaturas, quando o rapaz de paletó esporte e distintivo do Exército entrou.

– Olá, Scudder – saudou Waterman. – Esta é minha secretária, a srta. Blair. Estou muito ocupado agora. Faça o seu relatório a ela.

Susan encaminhou-se para a sua sala; e Scudder começou a falar, assim que ela se sentou à escrivaninha:

– O relatório resume-se no seguinte: o sr. Conkling tem um álibi perfeito para a noite em que vasculharam as gavetas da escrivaninha do sr. Waterman. Foi outra pessoa, menos Conkling. Ele é um sujeito inofensivo. Sua culpa começa e termina no trem, por ouvir o que o sr. Waterman dita.

Susan anotava o que o rapaz dizia, quando foi interrompida pela campainha do telefone. Atendeu ao telefone e ouviu uma voz áspera:

– Aqui é o chefe de polícia de Stamford. Quero falar com o sr. Waterman.

Como de hábito, Susan respondeu:

– Ele está ocupado, no momento. É muito importante?

A voz do outro lado foi agressiva:

– Claro que é importante! A esposa do sr. Waterman foi assassinada.

O choque de tais palavras petrificou-a. Ainda confusa, fez a ligação e ouviu a voz de Waterman:

– Aqui fala Waterman.

Desligou o telefone e olhou para Scudder, gaguejando:

– É a polícia! Disseram que ela foi assassinada!

– Ela quem? – Indagou Scudder, ansioso.

– A sra. Waterman.

Daí a um minuto, Waterman entrou na sala. Estava pálido.

– Vou para casa – a voz saía com dificuldade. Pegou o sobretudo e correu para o elevador.

Horrorizada com tudo aquilo, Susan ficou muda. Scudder pegou o telefone e falou asperamente:

– Alô, telefonista! Quero falar com a delegacia de polícia de Stamford. – Olhou para Susan e explicou: – Talvez não passe de um truque para afastá-lo daqui. Ou talvez haja relação com o caso que estou investigando. – A ligação foi feita, e Susan ouviu-o dizer: – É o chefe de polícia de Stamford?... Meu nome é Scudder, trabalho para o sr. Waterman... Um assaltante?... Os papéis de sua escrivaninha espalhados?... Obrigado.

– Que sabe eles? – Perguntou Susan ansiosa, quando Scudder repôs o fone no gancho.

– A esposa de Waterman levou-o à estação às 7h57. Umas doze pessoas a viram voltar para casa sozinha. O carro está na garagem. Hoje é quinta-feira, dia de folga da empregada. Uma vizinha, ao visitá-la esta tarde, encontrou-a estrangulada junto à escrivaninha. Estava morta há sete ou oito horas. Deve ter surpreendido o assaltante, ao voltar da estação. Qual o horário do próximo trem?

– 17h2 – o mesmo em que vou para casa todos os dias.

Mecanicamente, Susan começou a juntar as suas coisas. Tinha deixado sua bolsa em algum lugar. Entrou no escritório de Waterman e achou a bolsa sobre a escrivaninha.

– Também vou nesse trem – disse Scudder.

Tomaram um táxi para a Grand Central e chegaram lá às 16h55. Waterman aguardava impacientemente que se abrisse o portão da plataforma.

– É melhor não incomodar – disse Susan. – Nada podemos fazer por ele. Pobre homem!

Permaneceram afastados, no meio da multidão; e, quando o portão se abriu, Waterman foi um dos primeiros a passar. Não o viram mais até se sentarem no trem. Waterman estava no terceiro banco adiante.

– Este é um de meus primeiros casos – disse Scudder, em tom melancólico. – E sinto que fracassei.

– Como assim? – Indagou Susan, sem entender.

– Por não ter apanhado o homem que entrou na residência de Waterman há três noites. Se eu o tivesse prendido, a sra. Waterman estaria viva.

– Você é detetive há bastante tempo?

– Não. Quando servi o Exército, fiz parte do Serviço Secreto. Gostava do meu trabalho. Por isso, ao dar baixa, há um mês, achei que poderia fazer o mesmo tipo de serviço na vida civil.

Susan quase não o ouvia. Seus olhos e pensamentos estavam voltados para Waterman...

“Estaria Conkling naquele trem?” Perguntou a moça a si mesma.

Bem, isso não tinha importância, pois ele não poderia estar em Stamford, logo depois que o trem deixara a estação naquela manhã. Nem ele, nem ela, nem Phil Dodds, nem Scudder, nem qualquer outra pessoa que viajara naquele trem. O crime fora cometido logo após a sra. Waterman voltar da estação.

– Conhecia a sra. Waterman pessoalmente? – Indagou Scudder.

Susan balançou a cabeça.

– Eu a via, naturalmente, duas vezes por dia, na estação. Na semana passada, eu a vi no escritório. Veio almoçar com o marido. Ela sorriu para mim...

Susan interrompeu a narrativa nesse ponto, notando um movimento estranho de Waterman: viu o homem abrir a janela ao lado do banco onde estava sentado e arremessar alguma coisa para fora.

O estranho, no gesto de Waterman, foi ela ter reconhecido o objeto jogado fora. Mas não podia ser! O objeto era dela e estava na bolsa, ainda há pouco!

Para certificar-se, abriu a bolsa e procurou. Não estava mais!

Susan Blair sentiu um calafrio percorrer seu corpo da cabeça aos pés. Um pensamento invadiu sua mente, como um raio... As conclusões que tirava pareciam todas coincidir. Até mesmo a contratação de Scudder para vigiar Conkling. E aquele sorriso gracioso da sra. Waterman, na semana passada, no escritório! Um tipo de mulher grande, robusta, quase masculina!

À medida que o trem avançava, os pensamentos de Susan eram invadidos pelos fatos. Tudo coincidindo. As gavetas da escrivaninha de Waterman vasculhadas... Aquele caríssimo broche de esmeralda, o erro no ditado da manhã! E aquele objeto que deveria estar em sua bolsa, mas que, ao invés disso, foi jogado fora por Waterman!

Agora estava certa de tudo. Um senso de realidade a fez ficar calada diante de Scudder. A noção de responsabilidade, porém, exigia que ela falasse. Scudder, além de tudo, era um detetive criterioso. Voltando-se para Susan, ele perguntou:

– Que aconteceu? Você parece estar vendo fantasmas. Posso ajudar em alguma coisa?
– Sim. Você poderá me dizer se estou errada.
– Errada em quê?
– Em pensar que o assassino da sra. Waterman é o próprio marido.
– Claro que você está errada! – Respondeu Scudder. – Ela o levou à estação hoje de manhã. Eu a vi; e cinqüenta outras pessoas também a viram, inclusive você!
– Diariamente, durante anos, cinqüenta pessoas têm visto aquela mulher levar o marido à estação – concordou Susan. – Todos apreciam, ainda, a ginástica que faz o sr. Waterman para apanhar o trem. E foi o que novamente aconteceu na manhã fria e escura de hoje. Eu mesma a vi. Mas noventa e nove por cento de minha atenção se concentravam no sr. Waterman, a fim de ver se ele conseguia pegar o trem; e apenas um por cento olhou para a sua esposa, uma mulher enrolada em agasalhos, de xale na cabeça e vista através do vidro molhado do para-brisa.

Os olhos de Scudder brilharam

– Vamos! Continue!

– O sr. Waterman pode muito bem ter inventado essa história de haverem vasculhado as gavetas de sua escrivaninha. Isso justificaria o emprego de você para vigiar Conkling e daria a impressão de que suspeitava de alguém interessado em informações sobre o mercado de títulos. Você, portanto, seria mais uma testemunha a jurar que viu sua esposa levá-lo de automóvel à estação.
Susan esperou por um instante que Scudder discordasse de suas suposições. Mas ele apenas disse, ansioso:

– Continue. O detetive agora é você, não eu.

– Então, quando ela o beijou, ao despedir-se na estação, deixou no rosto dele a marca de batom. Limpei-a com o lenço. Mais tarde, ele se lembrou desse detalhe e tirou de minha bolsa o lenço manchado que acaba de jogar pela janela.

– Só isso? – Indagou Scudder.

– Sua esposa não usava batom, no dia em que eu a vi no escritório. E a mulher que o trouxe à estação usava.
Scudder refletiu por um momento. Waterman poderia ter assassinado sua esposa às 7h40, antes de sair de casa; e, mesmo que outra mulher o tivesse levado à estação, cinquenta pessoas jurariam que era sua esposa.


– Prove-me que estou enganada – implorou Susan.

– A prova está nos lábios da mulher assassinada – disse Scudder, sacudindo negativamente a cabeça. – Se não houver batom, Waterman é o assassino. Aquele beijo o traiu.
Scudder levantou-se de seu lugar.


– Aonde vai? – Perguntou Susan, com voz fraca.

– Dizer a Waterman que sei quem é o assassino.

Scudder avançou três bancos adiante.

Susan viu quando Waterman voltou-se e encarou Scudder.

A secretária notou o medo que se estampou nos olhos de seu patrão, quando o ex-militar sentou a seu lado.

Nesse instante, a porta do carro se abriu e o fiscal gritou com voz forte:

– Stamford, a próxima estação!