terça-feira, 29 de abril de 2014

R.F.Lucchetti: Memória Cinematográfica


SARAI
Rubens Francisco Lucchetti

Houve uma escassez de alimentos no país; e, como a fome apertava, Abrão decidiu mudar-se para o Egito. Quando estava chegando lá, disse à sua mulher Sarai:

– Olhe! Eu sei que você é uma mulher muito bonita. Quando os egípcios virem você, vão dizer: “É a mulher dele.” E me matarão, deixando você viva. Diga, por favor, que você é minha irmã, para que eles me tratem bem por sua causa. Assim, graças a você, eles me deixarão vivo.

De fato, quando Abrão chegou ao Egito, os egípcios notaram que sua mulher era muito bonita. Os oficiais do faraó viram Sarai e a elogiaram muito diante do soberano. Sarai foi levada ao palácio do faraó. E, por causa dela, Abrão recebeu do faraó ovelhas, bois, asnos, escravos, servas, jumentas e camelos.

Deus, porém, castigou o faraó e sua corte com graves doenças, por causa de Sarai. Então, o faraó chamou Abrão e lhe disse:

– Que foi você me fez? Por que não me contou que ela era sua mulher? Por que me disse que era sua irmã? Eu a tomei por minha esposa. Aqui está ela. Tome-a de novo por sua mulher, e vão embora.

Rubens Francisco Lucchetti é ficcionista e roteirista de Cinema e Quadrinhos.

Este texto foi transcrito do livro (inédito) Sagradas e Profanas.