quarta-feira, 25 de junho de 2014

Marcos Petrucelli

 
Jornalista, já atuou em jornais, em revistas, na televisão, e, atualmente, é comentarista do quadro Sessão de Cinema, na rádio CBN. Sua paixão pelo cinema o levou a criar o e-Pipoca (www.epipoca.com.br), primeiro e um dos mais importantes sites especializados em cinema na internet brasileira.
 
Qual é a importância histórica que o curta-metragem tem na filmografia brasileira?
A história do cinema começa com curta-metragem. Basta se lembrar dos filmes curtos feitos pelos irmãos franceses Lumiere. Portanto, seja na brasileira ou de qualquer outra nacionalidade, o curta sempre terá importância na cinematografia. 
 
Por que os curtas não têm espaço em críticas de jornais e atenção da mídia em geral?
Simples: os curtas não têm exibição comercial, nas salas de cinema. Sendo assim, não existe a necessidade de se ocupar o hoje espaço mínimo das páginas de jornal para falar deles, o que consequentemente acaba não gerando mídia. Mas é importante notar que tem havido, sim, um maior destaque para os curtas por causa do grande número de festivais aonde eles são exibidos. Há cobertura de imprensa desses festivais, e os curtas de alguma forma ganham algum destaque. E hoje ainda existe a internet, que abriu um espaço enorme para o formato.
 
Na sua opinião, como deveria ser a exibição dos curtas para atingir mais público?
Primeiro vamos esclarecer: os curtas-metragens, pelo menos alguns e supostamente os melhores, já têm público sim... e muito público. Como disse anteriormente, hoje o Brasil conta com inúmeros festivais, alguns dedicados somente ao formato curta. Isso sem mencionar os eventos internacionais, que acabam exibindo também a produção nacional. Todos esses festivais são acompanhados por alguns milhares de espectadores, que assistem a esses filmes curtas e os aplaudem. Nesses festivais, os curtas são premiados (em dinheiro). Alguns são comprados por TVs a cabo, como o Canal Brasil, veículo que acaba garantindo enorme visibilidade aos curtas. Ou seja, público. Mas como os curtas não são exibidos nas salas de cinema comerciais fica a sensação para algumas pessoas que eles nunca são vistos, o que não é verdade. Mas contando que nada disso existisse, a única maneira de fazer um curta chegar ao público seria colocar em prática uma lei que já existe e obriga os cinemas a passar curtas-metragens nos cinemas antes dos longas-metragens.
 
É possível ser um cineasta só de curta-metragem? Vemos que o curta é sempre um trampolim para fazer um longa...
Possível é, mas nenhum cineasta quer ficar somente no curta. De fato, o curta é mais ou menos como um cartão de visita, um exercício para que o cineasta caminhe para o longa-metragem.
 
O curta-metragem é marginalizado entre os próprios cineastas?
Aparentemente não.
 
Pensa em dirigir um curta futuramente?
Nunca pensei nisso.