domingo, 11 de janeiro de 2015

Camila dos Anjos


É atriz formada pela Escola Superior de Artes Célia Helena. Fez workshops com Robert Castle, Fatima Toledo e Tata Amaral. Começou a trabalhar como atriz na televisão realizando diversos trabalhos, entre eles, "Sandy e Junior", "Começar de novo", "Essas mulheres", "Malhação", “Anjos do sexo” e “Amor e Revolução”. No cinema participou dos curtas, “Pretérito Perfeito” , Dir. Geórgia Guerra Peixe; “Existe Sempre Espaço para o Amor”, Dir. Bernardo Barreto; “Nua e Crua” , Dir. Marcelo Miazzi; "Noite Perdida" , Dir. Filippo Capuzzi Lapietra. Em 2010, com o curta "O nome do gato", Dir. Pedro Coutinho, ganhou os prêmios de melhor atriz nos festivais “Art Dèco” de curtas e documentários e no “14ºFAM” – Festival Audiovisual do Mercosul. No teatro participou das peças, “Panos e lendas” (Companhia “Pic & Nic”), texto de Vladimir Capela, direção de Chico Cabrera; “Depois Daquela Noite”, texto e direção de Miro Rizzo; “Dr Faustus Liga a Luz” (Cia Nova de Teatro), de Gertrude Stein, direção de Lenerson Polonini e “Caminos Invisibles... La partida” (Cia. Nova de Teatro), dramaturgia e direção de Carina Casuscelli; “Leila Baby”, texto e direção de Mário Bortolotto e “Guarde um beijo meu”, texto e direção de Mario Cesar Costaz.

O que te faz aceitar participar de produções em curta-metragem?
Roteiro, personagens interessantes e boas parcerias. Acima de tudo pelo exercício e pela paixão em atuar.

Conte sobre a sua experiência em trabalhar em produções em curta-metragem.
Comecei a trabalhar em curtas metragens ainda criança. O primeiro que fiz se chamava Pretérito Perfeito” (Dir. Geórgia Guerra Peixe). Desde então venho fazendo curtas metragens alternando com trabalhos no teatro. Participei de curtas de produtoras já conhecidas, curtas independentes e de cineastas recém formados e talentosíssimos. Gosto de atuar em curtas pelas possibilidades que ele oferece aos profissionais envolvidos.

Por que os curtas não têm espaço em críticas de jornais e atenção da mídia em geral?
O curta-metragem não é distribuído. Sem caráter lucrativo ele perde espaço na mídia. Os meios de comunicação acabam reservando mais espaço para produções grandes, normalmente com atores conhecidos. Acho uma pena, pois os curtas não chagam ao público e acabam sendo vistos e valorizados apenas por pessoas da área.

Na sua opinião, como deveria será exibição dos curtas para atingir mais público?
Sei de uma lei da época da ditadura que obrigava a exibição de curtas nacionais antes de longas internacionais, poderia ser uma alternativa serem exibidos antes de longas internacionais e nacionais, mas também acho complicado isso de “ser obrigado”. Acredito que a melhor forma seria se as redes de cinema e de televisão abrissem mais espaço na sua programação. Isso faria com que os curtas chegassem ao público.

O curta-metragem para um profissional (seja ele da atuação, direção ou produção) é o grande campo de liberdade para experimentação?
Sim. Acredito que muitos profissionais descobrem sua linguagem artística fazendo curtas, pois há muita liberdade para experimentação. Ele é muito democrático, pode ser feito com muito ou pouco dinheiro, por diretores experientes ou recém formados em busca de sua identidade.

O curta-metragem é um trampolim para fazer um longa?
O curta-metragem da oportunidade de mostrar o seu trabalho. Como ele é visto por muitos profissionais da área, seu trabalho pode ser reconhecido e oportunidades podem surgir.

Qual é a receita para vencer no audiovisual brasileiro?
Não acredito em receitas. Vários cineastas, atores e profissionais do audiovisual brasileiro, conseguiram seu respeito por caminhos muito diferentes. Algumas coisas ajudam, como por exemplo, aprender a produzir seus próprios projetos e não ficar só esperando uma oportunidade. Aliás, isso é importante para qualquer área artística. Acima de tudo acredito que quem trabalha com arte precisa amar muito o que faz, correr atrás e não desanimar com as dificuldades. 

Pensa em dirigir um curta futuramente?
Não penso em dirigir, mas penso em produzir roteiros que me interessam para trabalhar como atriz. Isso é algo que já venho fazendo no teatro e tenho muita vontade de fazer com roteiros para o cinema. Sempre com o objetivo de trabalhar como atriz, porque é o que me move.