domingo, 11 de janeiro de 2015

Roberta Estrela D'Alva


Ativista e co-fundadora do Núcleo Bartolomeu de Depoimentos, companhia de teatro que inaugurou o "teatro hip hop".

O que te faz aceitar participar de produções em curta-metragem?
Ah...vários fatores. O roteiro, o tema, a relação que tenho com quem está propondo a parada....

Conte sobre a sua experiência em trabalhar em produções em curta-metragem.
A época que eu mais fiz curtas foi a da faculdade. Eu estudava na ECA-USP e o pessoal do curso de cinema sempre dava umas ciscadas lá nas Artes Cênicas procurando atores. No fim é bom pra todo mundo porque é um espaço muito legal de experimentação. E esse ano está sendo finalizado o "Ou te mato ou te quero", um curta que o Núcleo Bartolomeu está fazendo em parceria com a Pineal Films de Londres e a documentarista Tatiana Lohmman.

Por que os curtas não têm espaço em críticas de jornais e atenção da mídia em geral?
Pô, se a gente pensar que nem os longas-metragens tem esse espaço... quer dizer, tô falando de filme brasileiro né. Acho que são vários fatores, falta de interesse dos jornalistas, do público, falta de gente qualificada pra falar sobre a parada. Acho que até tem se falado mais disso ultimamente, mas é um lance cultural né? o tipo de coisa que não muda do dia pra noite , vai mudando devagar, crescendo o interesse da pessoas.

Na sua opinião, como deveria ser a exibição dos curtas para atingir mais público?
Ah, tinha aquele projeto do Unibanco que sempre passava um curta antes do longa que era legal . A não ser quando o curta era ruim (risos)...Acho que boas estratégias são festivais gratuitos, divulgação, levar nas escolas pra molecada, pras crianças.

O curta-metragem para um profissional (seja ele da atuação, direção ou produção) é o grande campo de liberdade para experimentação?
Sim, acho que os cineastas principalmente plantam muitas sementes do que será o trampo deles no futuro durante essa fase dos curtas.

O curta-metragem é um trampolim para fazer um longa?
Como eu disse, acho que é um espaço de experimentação. Eu conheço gente talentosa pra caramba que só fez curtas até agora e sonha em fazer um longa. Diretores, atores, eu mesma ainda não fiz um longa, que deve ser uma experiência muito diferente de tudo que já fiz. Não sei se te muito essa de trampolim, mas acho sim pode ser um começo de algo maior.

Qual é a receita para vencer no audiovisual brasileiro?
Se eu soubesse, estava no pódio faz tempo... (risos)

Pensa em dirigir um curta futuramente?
Eu gosto de dirigir, hein? Já dirigi teatro, mas cinema nunca. Acho que até tenho umas ideias que virariam curtas interessantes... Acho que seria legal. Quem sabe...