segunda-feira, 25 de maio de 2015

Paulo Pélico


Cineasta. É dele o documentário Fora do Figurino: As Medidas do Jeitinho Brasileiro” (2013).

O que te faz aceitar participar de produções em curta-metragem?
Nunca participei, mas a motivação para participar da produção de qualquer filme é sempre o tema, a abordagem e as condições de produção disponíveis.

Por que os curtas não têm espaço em críticas de jornais e atenção da mídia em geral?
Provavelmente pela dificuldade que os curtas encontram em chegar ao grande público, o que torna este processo um circulo vicioso: o público não demanda porque conhece pouco e a mídia não divulga porque não tem demanda importante do seu público. É uma equação perversa que precisava ser rompida.

Na sua opinião, como deveria ser a exibição dos curtas para atingir mais público?
Com a achegada das novas mídias abriu-se uma janela de oportunidade para os curta-metragistas. Acho que o ambiente virtual se identifica melhor o formato do curta do que do longa-metragem. O desafio é encontrar a narrativa e a estética adequadas. Penso que as coisas estão evoluindo nessa direção. Já é possível notar uma mudança estética e narrativa nos curtas pós-internet, entre outras coisas, com uma minutagem cada vez menor indo talvez para algo como o micro-metragem.

O curta-metragem para um profissional (seja ele da atuação, direção ou produção) é o grande campo de liberdade para experimentação?
Depende. A liberdade para experimentação está ligada mais ao meio e ao veículo do que ao formato do produto cinematográfico. Se o curta for passar em TV aberta, a liberdade será reduzida, assim como para o longa. Se for veiculado num site, tanto o curta como o longa terão um espaço de experimentação incomparavelmente maior.

O curta-metragem é um trampolim para fazer um longa?
Pode ser, sobretudo quando se esta falando de ganho de experiência pra o realizador e visibilidade em festivais. Mas, não é o ideal. O curta tem o seu potencial de expressividade próprio como o formato conto na literatura. Não deveria ser visto somente como um bate-bola para o longa-metragem.

Qual é a receita para vencer no audiovisual brasileiro?
Vontade, persistência e, claro, talento, como qualquer área artística..

Pensa em dirigir um curta futuramente?
Não tenho planos neste sentido, mas a ideia me agrada.