segunda-feira, 1 de junho de 2015

Fernanda Riscali


Diretora de fotografia. Fotografou o curta-metragem “Inspiração”, de Vitor Coldbeli.

O que te faz aceitar participar de produções em curta-metragem?
O roteiro e principalmente a possibilidade de experimentação que não tenho em publicidade, por exemplo.

Conte sobre a sua experiência em trabalhar em produções em curta-metragem.
Dirigi dois curtas na faculdade (“Domingo no Parque” e “Manual Cinematográfico dos Seios”). Depois disso fiz alguns como assistente de câmera e fotografei o curta-metragem “Inspiração”, de Vitor Coldbeli, que ganhou um prêmio na Espanha e vai fazer parte do lançamento do novo perfume de Antônio Banderas.

Por que os curtas não têm espaço em críticas de jornais e atenção da mídia em geral?
Acho que pelo mesmo fato que eles têm espaço reduzido de distribuição. Hoje você faz um curta e o único espaço que tem para mostrar são os festivais, você não lança um curta no cinema, ele não entra em cartaz. Quando há um festival existe algum espaço para o curta na mídia. Vide o Festival de Curtas de São Paulo, que tem um grande público e um espaço em jornais. Talvez se o curta-metragem tivesse outra forma de distribuição também tivesse outra atenção da crítica e da mídia em geral.

Na sua opinião, como deveria ser a exibição dos curtas para atingir mais público?
Como eu disse na questão anterior, que eles não ficassem restritos a festivais. Eles poderiam entrar em cartaz como os longas, passar antes da exibição de longas nos cinemas ou poderiam haver sessões de curtas nos cinemas. Acredito que haja público para isso.

O curta-metragem para um profissional (seja ele da atuação, direção ou produção) é o grande campo de liberdade para experimentação?
É sim. Acredito que é no curta-metragem o lugar em que o profissional tem maior liberdade de experimentação. O único compromisso do curta é com a linguagem, com a nova linguagem.

O curta-metragem é um trampolim para fazer um longa?
Curta e longa são duas coisas diferentes, nesse sentido não é um trampolim. Mas fazendo curta aprende-se muito sobre cinema, então eu diria que o curta é uma etapa para se chegar ao longa-metragem. Difícil um realizador que vai fazer um longa que não tenha feito um curta para testar coisas, para aprender mesmo a filmar.

Qual é a receita para vencer no audiovisual brasileiro?
Networking.

Pensa em dirigir um curta futuramente?
Não. Sou Diretora de Fotografia e pretendo continuar apenas fotografando filmes. Pelo menos por enquanto.