segunda-feira, 1 de junho de 2015

Ricardo Macchi


Ator. Atuou no longa-metragem “Surferssauros Tubarões de Copacabana”.

O que te faz aceitar participar de produções em curta-metragem?
Amor pelo cinema, quando uma proposta de roteiro é boa, emociona na primeira leitura e o dinheiro passa a ficar muito insignificante diante de sentimentos nobres.

Conte sobre a sua experiência em trabalhar em produções em curta-metragem.
Criei junto com amigos, atores, produtores, diretores, uma mostra de curtas-metragens no Restaurante Nativo, foi uma fase de imersão no Universo do curta-metragem, promovi curtas em um projeto de música que criei, produzo desde 1996, porém meu contato direto com o cinema vem de longa data, precisamente 1985, quando aos 15 anos fiz meu primeiro filme publicitário em película 35mm. Era uma época em que diretores brilhantes do cinema de hoje como Jorge Furtado e Beto Brant, entre tantos outros faziam apenas publicidade e trabalhei com todos os maiores do cinema de hoje.

Por que os curtas não têm espaço em críticas de jornais e atenção da mídia em geral?
Quando a verba é baixa o lobby é baixo e a prostituta da mídia só vai na grande polêmica ou onde se encontra alguma forma de ganhar algum dinheiro que não é na categoria curta! Pena, pois o fomento a tudo, precisa de interesse proveniente de mídia, mesmo que espontânea para fazer crescer e girar sua economia mesmo que informal.

Na sua opinião, como deveria ser a exibição dos curtas para atingir mais público?
Na internet primeiro, lógico, pelo menos um teaser, Nas escolas, praças, metrôs, ônibus e pontos de ônibus além é claro das telonas antecedendo e aquecendo as sessões.

O curta-metragem para um profissional (seja ele da atuação, direção ou produção) é o grande campo de liberdade para experimentação?
Lógico é a escolinha, a categoria onde os talentos são revelados. Onde todo gênero possui sua chance, mesmo aquele que não faz nada de linha comercial em um experimento pode ousar em ideia e que sabe gerar novos conceitos.

O curta-metragem é um trampolim para fazer um longa?
Evidentemente, necessário essa escola, até pra se fazer um bom teaser de lançamento, a escola deve ser dos compactos e ricos de soluções curtas metragens.

Qual é a receita para vencer no audiovisual brasileiro?
Ser da família Moreira Salles, ou Barreto, ou possuir tráfico de influência e embasamento político para angariar grandes verbas.

Pensa em dirigir um curta futuramente?
Sou produtor Ancine faz tempo, mais de dez anos, Roteirizei, dirigi e fiz a produção executiva de 34 filmes categoria documentário média-metragem, posso dizer que me sinto muito seguro para 26 minutos em qualquer plataforma. Depois do meu primeiro grande festival de cinema que participei como diretor, produtor executivo e roteirista, de 2007 pra cá me sinto apto para criar soluções de como contar uma história através da multimídia e até das novas plataformas que ainda não conhecemos a forma de contar será a mesma, mudaremos velocidades e qualidades, mas cinema será sempre cinema, a respeitada sétima arte.

Observação: meu primeiro grande festival de cinema que participei como diretor produtor executivo e roteirista foi em 2007 no Festival de Gramado, meus filmes passaram a semana toda no telão de rua principal, aquele gigante na frente do Palácio dos Festivais

Fui o destaque do primeiro Cine Ambiental na mesma semana do grande Festival, mas apenas como ator do filme que terá exibição na Mostra Internacional, não competitiva ainda por não estar lançado.