sábado, 25 de julho de 2015

Naloana Lima


Atriz. Atuou no longa-metragem “Trabalhar Cansa” e no curta-metragem “Você já cortou seu cabelo com maquininha?”.

O que te faz aceitar participar de produções em curta-metragem?
Diversos fatores me fazem aceitar participar de uma produção cinematográfica, sendo um curta ou um longa-metragem. Busco conhecer bem a equipe, o roteiro, os participantes e o personagem que vou atuar. A partir desse "acordo" me coloco a disposição do trabalho.

Conte sobre a sua experiência em trabalhar em produções em curta-metragem.
Bom tive experiências bem distintas, umas amadoras, outras profissionais, gêneros que vão do terror para a comédia, porém uma coisa vem me intrigando enquanto artista-criadora é que por mais que a produção cinematográfica vem crescendo a cada dia, ainda sinto que faltam papéis de consistência histórica para atores negros no Brasil, e isso é lamentável. 

Por que os curtas não têm espaço em críticas de jornais e atenção da mídia em geral?
Não saberia dizer o "porque", afirmo apenas que o Brasil perde com isso. A produção de curtas é potente, diversificada, criativa e infelizmente pouco divulgada e distribuída. 

Na sua opinião, como deveria ser a exibição dos curtas para atingir mais público?
A Televisão é o melhor recurso. A “Tela Digital”, da TV Brasil, fez bem esse papel, mas teria que haver também outros canais dispostos a exibir essa produção. A expansão dos festivais de curtas seria um bom recurso. E ainda faltam salas de exibição espalhadas na cidade. O cinema nacional tem que chegar às periferias e no interior da cidade, o que se vê é uma distribuição apenas de filmes norte-americanos, não sou contra essa distribuição, mas creio que deve haver outras opções dentro de uma cidade como São Paulo. 

O curta-metragem para um profissional (seja ele da atuação, direção ou produção) é o grande campo de liberdade para experimentação?
Sim, sem sombra de dúvidas. 

O curta-metragem é um trampolim para fazer um longa?
Acho que sim, muitos diretores de longas-metragens passaram pelo curta, por ser uma produção mais barata, mais rápida também, e depois alguns se lançaram em medias e longas, mas também tem outros diretores-roteiristas que acham que escrever um curta é mais complicado do que um longa-metragem. Então na verdade creio que cada diretor tem o seu caminho dentro do cinema e não que existe uma fórmula única ou um método a seguir. 

Qual é a receita para vencer no audiovisual brasileiro?
Essa palavra "vencer" é bem complexa. Não acho que vencer é ter seu filme sendo exibido no Oscar ou no Festival de Cannes, ou ter um número gigante de espectadores que te viram no cinema. Acredito que vencer é estar de acordo com a sua produção artística. É crescer com o seu trabalho e dialogar com o mundo a sua volta através da sua obra. 

Pensa em dirigir um curta futuramente?
Tenho que experimentar um pouco mais a minha atuação para o cinema, eu estou nessa investigação. Ainda não pensei em dirigir um filme, mas também não fecho as portas.