sábado, 1 de agosto de 2015

Bruna Anauate


Atriz. No cinema atuou em “Procura-se”; “Dona Inês”; “Sol para Poucos”; “Tina” e; “Rapsódia da Natureza Feminina”.

O que te faz aceitar participar de produções em curta-metragem?
Uma boa história com personagens bem construídos e uma equipe profissional e organizada.

Conte sobre a sua experiência em trabalhar em produções em curta-metragem.
Trabalhei em alguns, principalmente no início de carreira onde você precisa reunir material de vídeo e experiência curricular. É muito comum se trabalhar com uma espécie de "escambo" no mercado de curtas onde o ator doa seu trabalho recebendo somente uma ajuda de custo em troca do material em vídeo. Mas é preciso estar atento e seletivo para não cair em ciladas. Sempre procurei sentir se o resultado seria condizente e significante.

Por que os curtas não têm espaço em críticas de jornais e atenção da mídia em geral?
Acredito que isso ocorre, pois os curtas atingem muito pouco o grande público. Via de regra são enviados para festivais e apresentados a um público restrito. Ainda é pequeno o espaço que os curtas-metragens têm para ser exibidos ao grande público.

Na sua opinião, como deveria ser a exibição dos curtas para atingir mais público?
Talvez as emissoras de TV aberta e a cabo pudessem utilizar a exibição de curtas como uma alternativa na sua grade de programação. Exibir cinco curtas na sequência como se fosse um livro de crônicas ao invés de romance como geralmente trabalham em séries e novelas. E também as salas de cinema poderiam criar eventos mensais onde tivesse um dia e horário específico para exibir somente curtas selecionados.

O curta-metragem para um profissional (seja ele da atuação, direção ou produção) é o grande campo de liberdade para experimentação?
Acho que sim. Por não ser um trabalho tão divulgado ao grande público permite que possa se explorar a veia artística de uma maneira mais arriscada e menos convencional talvez. Você tem mais liberdade no sentido que não há uma fórmula pronta a ser seguida. É um nicho mais plural nesse sentido.

O curta-metragem é um trampolim para fazer um longa?
Não sei. Pode ser. Depende do curta, depende do longa-metragem... Difícil afirmar isso. Pode ajudar como experiência e vitrine a todos os profissionais envolvidos de certa forma, mas não é garantia.

Qual é a receita para vencer no audiovisual brasileiro?
Poxa, quem dera eu soubesse essa resposta. (risos). Não sei. Acho que ainda estamos caminhando para algo nesse sentido. Talvez se desapegar dos sucessos e fórmulas bem sucedidas e buscar uma linguagem sua, despertando novas possibilidades. Mas não tenho conhecimento nem experiência para responder essa pergunta. Acho que o mercado de audiovisual no Brasil está em pleno crescimento e amadurecimento. Acho cedo para afirmarmos que há uma receita. O negócio é experimentar.

Pensa em dirigir um curta futuramente?
Por enquanto não. Já escrevi alguns. Mas prefiro atuar, escrever e produzir. Deixo a direção a cargo de outros por enquanto. Quem sabe um dia a vontade surja...