domingo, 22 de novembro de 2015

Giovana Echeverria


Atriz. Recentemente produziu e atuou no curta ‘Flagra’, de Rene Belmonte. Participou da série ‘Meus Dias de Rock’, no Canal Brasil. Protagonista do filme ‘A Superfície da Sombra’, baseado no livro homônimo de Tailor Diniz, direção de Paulo Nascimento.

O que te faz aceitar participar de produções em curta-metragem.
As possibilidades, arriscar novas linguagens, mas principalmente o que está sendo dito, tanto no curta como em qualquer outra produção, eu preciso acreditar no que está sendo contado.

Conte sobre a sua experiência em trabalhar em produções em curta-metragem
Tenho uma admiração gigante pelo formato curta-metragem, porque meu primeiro contato com audiovisual como atriz foi em um curta. Recentemente a minha primeira experiência como produtora foi com um curta, e logo-logo a primeira experiência como diretora será com um curta. Então quer dizer... Acho que estamos namorando, espero que dê casamento, que a relação seja aberta, e que não tenha divorcio, antes das bodas de prata. Já tive grandes prazeres, como tive desprazeres, já fiz com grana, sem grana, sempre houve aprendizados. Acho um grande exercício, e sinto que é um bom lugar para avaliarmos a evolução do nosso trabalho.

Por que os curtas não têm espaço em críticas de jornais e atenção da mídia em geral?
Eu sinceramente não sei. Não sei nem se eu concordo que com essa afirmação. Por exemplo ultimamente o que mais tem chamados atenção das mídias alternativas, são os mini metragens, existem grandes sites abrindo espaço para isso, se quisermos produzir hoje, apenas para postar na internet, um grande publico terá acesso. O que a 30 anos atrás era impossível, éramos dependentes do radio e televisão e jornal. Acho que esse tipo de produção tá ganhando espaço. Sou otimista! Acho que a tecnologia veio a nosso favor, para disseminar a informação. Mas se não estamos falando de mídia em geral, e sim de mídias isoladas como emissoras de televisão, aí realmente eu não sei. Mas intuo  que o publico de televisão ainda está acostumado com  sensacionalismo e não dê espaço para as sutilezas da linguagem cinematográfica. Mas no fundo não posso generalizar, pois eu mesma tive influencias positivas da televisão no Rio Grande do Sul, que até hoje estimula a produção, e exibe dois programas só de curtas.

Há pouco tempo também, a televisão fechado criou um canal só de exibição de curtas-metragens, também temos o Canal Brasil, um grande apoiador. Também não podemos ignorar que estamos passando por um período politicamente precário. Isso deve interferir diretamente no apoio da mídia, para produções independentes, afinal um curta pode passar uma forte impressão em pouco tempo, e sabe se lá do que...Pelo pouco que estudei o cinema brasileira perdeu força, principalmente depois do golpe, com censura e repressão. Acho que ainda colhemos frutos disso.

Na sua opinião, como deveria ser a exibição dos curtas para atingir mais público?
Como já está sendo feita, aos poucos, pelos canais de internet, televisão, e acho que todo filme exibido aqui deveria ter um curta antes de começar, nacionais e importados.

O curta-metragem para um profissional (seja ele da atuação, direção ou produção) é o grande campo de liberdade para experimentação?
Sim com certeza! E sou super a favor de fazer um pouquinho de cada coisa dentro disso, pois depois de experimentar, você se colocar sob uma nova perspectiva na sua função.

O curta-metragem é um trampolim para fazer um longa? 
Um trampolim eu não eu sei, acho que cada curta é passo, de passinho em passinho dá pra chegar. É um bom exercício.

Qual é a receita para vencer no audiovisual brasileiro?
Conhecimento e fé, com pitadas de amor.

Pensa em dirigir um curta futuramente?
Sim, logo-logo vou dirigir “Doses Homeopáticas” de Jeyce Valente.