quarta-feira, 11 de novembro de 2015

Prazeres Barbosa


Atriz. Foi professora durante vinte anos. Mecenas de Artes Cênicas ladeada por Ariano Suassuna e João Cabral de Melo Neto; uma das atrizes mais premiadas de Pernambuco. Prazeres tem uma estátua em sua homenagem em Caruaru.

O que te faz aceitar participar de produções em curta-metragem?
Quando aceito realizar um trabalho como atriz, em cinema, não tenho a mínima preocupação se é curta ou longa. Acho que a proposta de realização é o que me encanta, pois nunca perco a chance de explorar o universo humano. Estou aberta a aprender, colaborar e me sentir inserida no sonho do outro, que também é sonhador!

Conte sobre a sua experiência em trabalhar em produções em curta-metragem. Por que os curtas não têm espaço em críticas de jornais e atenção da mídia em geral?
Minha primeira experiência em cinema, curta, foi em 1995 em “América Au Poivre”, de Sergio Oliveira, que me rendeu o prêmio de Melhor Atriz no XIX Guarnicê de Cine e Vídeo. Daí em diante foi surgindo outros curtas-metragens e longas, perfazendo um total de vinte e um filmes. A questão da atenção da mídia deve-se a aceitação ou não do proposto. Não devemos dar espaço para que o outro fira nossa emoção; Ela é absolutamente nossa! O Festival Taquary está aí, mostrando que podemos voar alto. A mídia é quem anda atrás para divulgar!

Na sua opinião, como deveria ser a exibição dos curtas para atingir mais público?
Sou daquelas que acredito na educação de base – família/escola. Público é e será sempre aquele que aprendeu a ir, ver, realizar, questionar, transgredir... E isto se aprende em casa e na escola. É lá que temos a possibilidade de formar público de bom gosto e critério. Precisa-se despertar o gosto pela arte, exibindo na própria escola, filmes interessantes e que tenham haver com o universo contemporâneo. Certamente, teremos frutos promissores! É daí que surgem os sonhadores, e só quem sonha realiza!

O curta-metragem para um profissional (seja ele da atuação, direção ou produção) é o grande campo de liberdade para experimentação?
Certamente! Ninguém chega a lugar algum sem o primeiro passo! Experimentar significa dar crédito. Daí em diante é soltar a imaginação e ampliar horizontes!

O curta-metragem é um trampolim para fazer um longa? Qual é a receita para vencer no audiovisual brasileiro?
Que as nossas realizações não sejam trampolim pra nada, além do prazer de realizar. Se depois de feito vier frutos, teremos a certeza de que valeu a pena! Não somos caranguejo e nem parente deles pra querer ande de ré, né mesmo? Além de termos sonhos, precisamos lutar para que se tornem “verdades”! Então, não há receita pra se vencer, há estrada pra se caminhar!

Pensa em dirigir um curta futuramente?
Gosto de atuar. Dirigir nunca foi meu forte, sinto-me incompetente. Gosto de dirigir ator, isto sim!  Sou essencialmente filha de teatro e aprendi degustar cada palavra, cada gesto, cada intensão.