sexta-feira, 6 de novembro de 2015

Vitor Meneghetti


Ator. Formado no GLOBE-SP - Centro de Formação do Ator.

O que te faz aceitar participar de produções em curta-metragem?
Primeiramente leio o roteiro, obviamente, antes de decidir embarcar junto no projeto. O interessante é que na maioria das vezes são ideias muito boas, realmente instigantes. Acho que essa é a principal causa, a ideia. Se acredito nela, mergulho de peito aberto, e tenho visto muita coisa boa acontecendo, filmes extremamente criativos e com orçamento quase zero. Acho que é isso, quando você não tem verba, a criatividade vai a mil, e é o que acontece muito nas produções de curtas, por isso me motivo a fazer.

Conte sobre a sua experiência em trabalhar em produções em curta-metragem.
Minha experiência não é tão vasta em curtas, mas todos os que participei, fiquei muito satisfeito com o resultado. Fossem eles de estudantes ou profissionais mesmo. Tem uma geração de novos cineastas vindo aí com tudo. Acredito muito nessa turma. Como já disse, são extremamente criativos, na maioria das vezes descontraídos e divertidos nos sets de filmagens, mas quando é hora de trabalhar, vão com as dez. Não teve nenhum trabalho no qual me diverti não só no momento do “ação” como também nos bastidores.

Por que os curtas não têm espaço em críticas de jornais e atenção da mídia em geral?
Infelizmente ainda estamos a mercê das distribuidoras, que dá pouca ou nenhuma atenção a pequenos projetos, mesmo sendo eles de muita qualidade. Ainda é a lei do mercado, se eles acham que vende, aceitam, se não... É um meio fechado e que está nas mãos de poucos. Além disso, a grande maioria do público que vai ao cinema não tem o hábito de ver curta-metragem, apenas longa. Talvez seja uma questão de “aprendizado” mesmo. Mas acredito que chegaremos lá, tem festivais muito bons, muita coisa boa acontecendo, não da pra ignorar.

Na sua opinião, como deveria ser a exibição dos curtas para atingir mais público?
Acho que mostras e festivais dão uma boa visibilidade aos trabalhos, mas ainda é pouco. Deveriam haver salas nas grandes redes de cinema exclusivas para curtas-metragens. Acredito que aos poucos a coisa pegaria.

O curta-metragem para um profissional (seja ele da atuação, direção ou produção) é o grande campo de liberdade para experimentação?
Como na maioria das vezes são projetos independentes, existe mesmo essa liberdade, essa ‘experimentação’, onde a criatividade rola solta. Mas não podemos deixar de dizer que até mesmo grandes diretores de Hollywood experimentaram, e até ousaram em longas-metragens. Claro que de uma forma mais contida talvez.

O curta-metragem é um trampolim para fazer um longa?
Nem sempre. Depende muito do que se quer levar para telas, da mensagem, da ideia que se tem. O curta-metragem com certeza dá uma chance muito maior para novos talentos aparecerem, do que tentar fazer um longa-metragem logo de cara.

Qual é a receita para vencer no audiovisual brasileiro?
Volto a repetir com toda convicção o que já disse em algumas perguntas acima: a criatividade. E modéstia à parte, o brasileiro esta mandando muito bem...

Pensa em dirigir um curta futuramente?
Nunca pensei em dirigir, mas obviamente jamais descartarei qualquer possibilidade. Amo isso, o cinema foi o mote pra que eu decidisse ser ator. Se um dia tiver oportunidade e vontade, por que não?