domingo, 2 de julho de 2017

Os Trapalhões: Carlos Loffler


Carlos Loffler
Ator


Os Trapalhões e a Árvore da Juventude é um filme de 1991, criado e feito especialmente para comemorar os vinte e cinco anos dos Trapalhões. Como recebeu o convite para atuar nesse filme?
Recebi com muita alegria e prazer, pois sempre fui fã desse quarteto maravilhoso!!! Muita responsabilidade participar de uma produção impecável e de um elenco primoroso... Adorei !!!!

No filme você representa o Didi na infância. Quais as lembranças que possui dessa filmagem? Como foi o seu contato com Os Trapalhões?
Muitas lembranças boas.... Representar o Didi com vinte e cinco anos foi, para mim, um presentão e um desafio muito grande, pois tive que rever todos os filmes para poder homenagear esse grande artista, Renato Aragão... Meu contato com eles foi de muito respeito e admiração. Tudo saiu perfeitamente. Fiquei feliz de participar.

Você era um garoto na época das filmagens. Recebia conselhos deles?
Deles não, porque quando eles filmavam a gente só ficava de olho. A gente não contracenava. Só numa cena tive a oportunidade de contracenar com o Dedé e o Mussum. Fui muito dirigido pelo José Alvarenga Júnior., que não deixava a peteca cair. Agradeço muito a direção do Alvarenga.

Eles eram seus ídolos? Você assistia ao programa deles?
Assistia direto. Eu me amarrava olhar para aquele quarteto incrível fazendo aquele humor ingênuo, bem circense... principalmente o hilário Zacarias.

Em toda a filmografia de Renato há uma preocupação com o meio ambiente. Nesse filme isso é ainda mais explícito. Ele mencionava essa preocupação para vocês?
Em todos os filmes tinha essa preocupação... A defesa do meio ambiente... Ele falava sempre da preservação do meio ambiente.. principalmente nesse filme.

Onde essa produção foi filmada?
Foi filmada no Rio de Janeiro e em Manaus.

Os filmes dos Trapalhões eram bem recebidos pelo público, mas pouco foram premiados. Nesse caso, em particular, vocês foram premiados no III Festival de Cine Infantil de Ciudad Guayana (Venezuela), em 1993. Qual foi a repercussão entre vocês desta premiação?
Como sempre, a crítica não via com bons olhos os filmes dos Trapalhões. Achavam uma besteira, sem valor. Qualquer semelhança com as chanchadas da Atlântida não era mera coincidência. Não davam o valor merecido!! Ficamos felizes com a premiação...

Este foi o último filme dos Trapalhões com o trio remanescente, após a morte de Zacarias. Foi também o último filme de Mussum, falecido em 1994. Gostaria de saber se havia, nas filmagens, uma tristeza entre os integrantes (Renato, Dedé e Mussum) com a ainda recente morte de Zacarias.
Havia, sim... Tipo... Está faltando um... Eles eram quatro, com características bem diferentes... O sucesso estava aí.

Quais as lembranças que você possui do Mussum?
Mussum??? Alegria, prazer, humor. Era um cara muito simpático e gozador... Adorei!!!

Que representou para você trabalhar no filme em que foi usado pela última vez o termo Trapalhões no título?
Fiquei muito comovido de ser escolhido para fazer o filme. Presentão!!!

Renato Aragão, Dedé e Mussum tinham como característica a irreverência. Até nos bastidores das filmagens, eles brincavam muito. Isso procede? As filmagens eram descontraídas? Havia muita improvisação?
Muita improvisação, brincadeira; um sacaneando o outro. Tudo no maior respeito.

Quais as lembranças da direção do cineasta José Alvarenga Júnior, nessa produção?
Agradeço ao Alvarenga, que me dirigiu muito bem, não deixando que, em momento algum, eu me esquecesse que eu era o Didi... Um maestro... Foram bem legais os toques dele.

Por que, na sua visão, os críticos e a Academia rejeitam os filmes produzidos e estrelados pelos Trapalhões?
Preconceitos com filmes populares.

Como classifica o cinema feito pelos Trapalhões?
De alto nível.

Para finalizar, gostaria que contasse alguma curiosidade desse filme.
Dormíamos às 21 horas e acordávamos às quatro da manhã. E também o papo que eu tive com o Renato Aragão sobre o meu avô, Oscarito. O Renato chegou a chorar, declarando que o meu avô era o verdadeiro culpado de ele ter seguido a carreira de ator, depois que assistiu ao meu avô no teatro.